Mello Franco e o jornalismo de ‘jabá’ com Bolsonaro

Bernardo Mello Franco, em O Globo, que se deu ao trabalho de assistir Jair Bolsonario na “sala de estar” televisiva de Luciana Gimenez e à brincadeirinha de senhores provectos com Sílvio Santos.

O país ardendo, a administração pública tendo partes enormes de  seu orçamento sendo amputada, uma guerra de intrigas montada entre militares e fanáticos de sua base e…só abobrinhas.

Valer a pena a leitura, para que a gente veja o que, por aqui, se chama de “liberdade de imprensa”.

Sem resolver crises,
Bolsonaro compra elogios na TV

Bernardo Mello Franco, em O Globo

Jair Bolsonaro está em campanha. Sem resolver as crises do governo, ele encontrou tempo para investir na própria imagem. Para isso, começou uma ofensiva de autopromoção em programas populares de TV.

No domingo, o presidente foi ao picadeiro de Sílvio Santos. O animador quis saber se ele é confundido com o avô da filha caçula, que tem oito anos. Bolsonaro aproveitou a deixa para comentar a própria vida sexual. “Estou na ativa, sem aditivo”, disse. “Mudou de nome! Agora é aditivo!”, gracejou o dono do SBT.

Na segunda-feira, o presidente recebeu Luciana Gimenez. Foi um encontro de velhos amigos. “Me falaram que eu tenho que te chamar de senhor, mas eu não vou conseguir”, confidenciou a apresentadora. “Fica à vontade”, tranquilizou o anfitrião.

O papo continuou no registro da intimidade. “Eu ia falar que você era jovem, bonitão. Desculpa aí, Michelle”, empolgou-se a ex-modelo. “Bolsonaro, você é uma pessoa muito, assim, do povo. Assim, simples”, prosseguiu. Os dois recordaram as idas do presidente ao “SuperPop”. “A gente se divertia, vai!”, disse ela.

Depois da sessão nostalgia, Luciana ensaiou tratar de assuntos de Estado. “Vamos falar de coisas boas que você fez e ninguém fala”, propôs. “Estamos governando pelo exemplo”, respondeu o entrevistado. “É verdade”, concordou a entrevistadora.

“As pessoas pegam no seu pé com esse negócio de gay. Eu sempre te defendi”, disse Luciana. “No Brasil, é coisa rara o racismo”, emendou Bolsonaro. “É, isso não cola muito”, assentiu a ex-modelo. O presidente nomeou 24 ministros, e nenhum deles é negro.

A conversa se estendeu por 52 minutos, sem entrar em temas como milícias, laranjas do PSL e cortes na educação. No fim, a apresentadora voltou a elogiar a família de Bolsonaro: “Bonitos os seus filhos, hein?”.

Não é só por estética que brilham os olhos de Luciana. Como revelou a colunista Bela Megale, a apresentadora acaba de ser contratada como garota-propaganda do governo. Vai receber dinheiro público para elogiar a reforma da Previdência. O animador Ratinho também entrou no pacote. Não vai faltar café no bule.

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15 respostas

  1. Óbvio objetivo de alavancar a aceitação desse b osta nas camadas mais baixas da população.
    Espero, sinceramente, que surta o efeito contrário.
    O povo tem que acordar, ficar esperto, não se deixar mais manipular dessa forma tão infantil.

    1. É o que espero, e tenho certeza que ocorrerá!
      Acordar, não bocejar nem espreguiçar e ir pro pau contra este bosta.

  2. Quanto o governo paga para o SBT e a FEDEtv em propaganda para alavancar a popularidade (pífia) do mico? PQP. Dinheiro do povo jogado no lixo.

  3. Quanto o governo paga para o SBT e a FEDEtv em propaganda para alavancar a popularidade (pífia) do mico? PQP. Dinheiro do povo jogado no lixo.

  4. “Uma pessoa muito simples, muito do povo.”
    A falsidade é tanta que mesmo em texto dá pra perceber.

  5. Mas…a Globo foi precursora do Golpe. Tá tendo o que merece. Man ela fazer “arminha” que passa…

  6. Esse pulha tirou dinheiro da Educação e da Saúde do povo, para gastar nesses programas de TVs, para “idiotas”, mas, sem escárnio, que me perdoem esses deficientes. POR UMA PÁTRIA EDUCADORA !

  7. O Mick Jagger declarou ao “The Observer” que um de seus maiores arrependimentos na vida foi ter namorado a modelo
    e apresentadora Luciana Gimenez. “Foi um erro”, ele disse, embora tenha dito também que adora o filho que teve com ela, o Lucas Jagger.

  8. Ainda por cima é crime. O uso de verbas públicas em autopromoção é crime de improbidade administrativa, previsto em artigo da Constituição Federal (art. 37, § 1º) e na Lei 8.329/92.
    Segundo o ministro Alexandre de Moraes: “[…] legislador constituinte, ao definir a presente regra, visou à finalidade moralizadora, vedando o desgaste e o uso do dinheiro público em propagandas conducentes à promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos, seja por meio da menção de nomes, seja por meio de símbolos ou imagens que possam de qualquer forma estabelecer alguma conexão pessoal entre estes e o próprio objeto divulgado”. (MORAES, 2002, p. 889).
    Na minha opinião, no caso, sujeita Bolsonaro ao impeachment.

  9. O público da Record, SBT, RedeTV come merda se o dono do canal assim mandar. Se o tal ratinho falar que o bolsonoro é bom, o cara aceita pastar 40 anos e morrer sem aposentadoria. Povo sem senso crítico.

  10. O Mick Jagger declarou ao “The Observer” que um de seus maiores arrependimentos na vida foi ter namorado a modelo
    e apresentadora Luciana Gimenez. “Foi um erro”, ele disse, embora tenha dito também que adora o filho que teve com ela, o Lucas Jagger.

  11. Cambada de vendidos, essa é a nova política desse paspalho? Vale tudo para acabar com a previdência pública. ..

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