Mello Franco: Flávio Bolsonaro era assessor de Queiroz?

Bernardo Mello Franco, sem dúvida o mais independente colunista de O Globo, “resume a ópera” em seu artigo de hoje: daqui a pouco, Flávio Bolsonaro tentará convencer o distinto público que Fabrício Queiroz é quem tinha o mandato de deputado e ele funcionava apenas como seu “assessor”.

Afinal, depois de uma década, como é possível que Queiroz movimentasse milhões que ele “não sabia”; que fosse ligado a milicianos e ele “não sabia”, que empregasse suas famílias na Assembleia e ele “não sabia”, que trocasse cheques com seu pai e a mulher e ele “não sabia” e que para tudo isso houvesse uma “história plausível” que só ele sabe, e ninguém mais?

Flávio Bolsonaro joga mais uma na conta do Queiroz

Bernardo Mello Franco, em O Globo

Primeiro foram os 48 depósitos em dinheiro vivo. Depois apareceram os R$ 7 milhões na conta do motorista. Era difícil imaginar outra notícia capaz de piorar a situação de Flávio Bolsonaro. Aí veio a Operação Os Intocáveis.

O Ministério Público deu um passo importante para desmontar o Escritório do Crime, principal grupo de extermínio em atividade no Rio. A Justiça ordenou a prisão do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como chefe da gangue. Ele conseguiu fugir, mas não apagou os vínculos com o senador eleito.

Como deputado estadual, Flávio propôs uma moção de louvor ao miliciano por sua “dedicação, brilhantismo e galhardia”. “É com sentimento de orgulho e satisfação que presto esta homenagem”, escreveu. Dois anos depois, ele premiou o ex-PM com a Medalha Tiradentes, a maior honraria do Estado.

O reconhecimento não se limitou às palavras. O filho do presidente também empregou a mãe e a mulher do foragido em seu gabinete. As duas ficaram penduradas até dezembro. Quando largaram a boquinha, o deputado já havia sido promovido a senador.

A simpatia da família Bolsonaro pelas milícias já era conhecida. Pai e filho usaram seus mandatos para defender os grupos paramilitares. “Não se pode simplesmente estigmatizar as milícias”, discursou Flávio, em 2007. “Naquela região onde a milícia é paga, não tem violência”, elogiou Jair, em 2018.

O fato novo é a proximidade do primeiro-filho com um chefão do Escritório do Crime, cuja lista de vítimas pode incluir Marielle Franco. Em tempo: Flávio foi o único deputado a votar contra a concessão da Medalha Tiradentes à vereadora assassinada.

Ontem o senador eleito adotou uma tática pouco original para se defender. Jogou a contratação da mãe e da mulher do miliciano na conta do motorista. Nessa toada, Flávio ainda vai tentar nos convencer de que ele era o assessor do Queiroz — e não o contrário.

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22 respostas

  1. só sei que quanto mais Flaviuo fala, pior fica
    ele devia sumir do mapa e ficar bem quieto

    1. Se Flávio Bolsonaro fugisse, iria se tornar o primeiro senador da História do mundo a exercer o mandato na condição de foragido da Justiça porque esse STF que está aí, com toda a certeza, manobraria para impedir sua cassação e garantir o exercício do mandato!

      1. olha, que eu não duvido disso

        ele ia exercver a função de algum lugar desconhecido via zap

  2. O PSOL tem tradição em revezar seus principais quadros com mandato para voos maiores nas eleições seguintes, quem é eleito deputado concorre a prefeitura 2 anos depois, como o Freixo ou quem é eleito vereador concorre a deputado ou governador 2 anos depois.
    O Professor Tarcísio, vereador eleito em 2016, saiu candidato a governador.
    Mariele, vereadora eleita em 2016, se não fosse assassinada sairia candidata a qual cargo? Ao senado?

    1. A governadora. Por isso ela representava uma ameaça para a organização criminosa que se incumbiu de seu assassinato.

  3. O “impeachment” de Bolsolixo está sendo escrito a quatro mãos entre a Globo e Mourão.

    #LulaLivre

  4. Lamento mas vcs estão desinformados.

    Tentar convencer os eleitores…

    Pessoal, leiam os comentários do UOL, Globo, etc., e vejam o que os bolsominios escrevem…
    Eles já estão convencidos que tudo isso é por obra dos comunistas da Folha,Globo, etc., que querem derrubar o mito…
    Além disso, os petralhas, que infestam o serviço público, também estão tentando minar a famiglia para não perder as tetas da Rouanet…
    E várias outras pérolas do pensamento (sic) bozista…

    Já dizia o filósofo:
    – A ignorância é mais fascinante que a inteligência, visto que aquela é infinita.

    1. O Brasil não se resume a bolsominions. A maioria dos brasileiros foi enganada pela Globo (que bebe seu próprio veneno) e continuou sendo enganada pelo whatssap. Paciência, é a nossa cultura. Temos que aguadar a mudança de posicionamento.

    2. Tenho isto dentro da minha casa e desde que as notícias começaram a atingir o clã de psicopatas milicianos a pregação e a gritaria aumentou. Eles ainda estão em campanha e será assim, a cada passo, a cada denúncia. É verdade que muitos já acordaram, mas, o movimento pró-milicianos nas redes é intenso. É necessário desconstruir isso com urgência, pois, a seguir, a globo sentará à mesa com os bandidos, em troca de BV, e oferecerá bons ventos e paisagem idílica, que eles não ousarão refugar.

  5. Não há porque fazer distinção entre milicianos ou paramilitares e o crime organizado. Vamos chamar pelo nome Crime Organizado. Uma coisa é a visão de endurecer a atuação do estado contra o crime, outra é dar aval a pistoleiros de aluguel que usam o próprio estado para suas atividades.

    1. Sem contar que o “mico” apoia a milícia da “segurança paga” por moradores das favelas. Se abrirem o sigilo fiscal e bancário dessa famiglia todos nós ficaremos de cabelo em pé. Ou melhor, os bolsominions, porque NÓS AVISAMOS!

  6. Engraçado que para prender o José Dirceu a teoria do domínio de fato valeu. Agora ela não vale mais? Alguém deveria perguntar para o Joaquim Barbosa…

  7. Esta evidente que se trata de um negócio em famiglia, e que o pai é o cappo.
    Se os que tem acesso aos dados, tiverem meios, vontade de investigar e quiserem encontrar …. encontrarão as digitais do messias, aquele que foi enviado “pelas forças do império” para estabelecer o reino do crime organizado na colônia e o domínio da crença neoliberal dos multimilionários.

  8. agora não precisam mais da familia metralha (a do número 17 na camisa) e já a estão defenestrando… pobre miciá, foi comprar lã e saiu tosquiado…vão facilitar todos os números q forem necessários;;; a trairagem e o brasileiro é uma temática recorrente q precisa ser mais bem estudada

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