Mercado finge crer em nova queda de juros, da qual até Miriam Leitão duvida

Saem, aqui e ali, projeções de corretoras e bancos de que o Banco Central mantém a expectativa de redução da Selic a 4,25% no início de fevereiro, em sua próxima reunião.

Conversa fiada.

A turma do “heavy metal” financeiro está preocupada é o populismo econômico de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes conduza o BC a isso e faça a economia caminhar do fio da navalha de uma soma explosiva entre aumento da inflação e redução do ritmo de atividade.

Desde ontem, Miriam Leitão, em O Globo, apresenta-se como a porta-voz do alerta que emitem para que não se corte a Selic outra vez.

“Reduzir mais um pouco a Selic não resolve qualquer problema real e pode ser visto como leniência com a inflação que acaba de dar um salto”, diz ela, depois de pontificar que “neste momento acabou o espaço para a queda da Selic”.

Daí passa a fazer o discurso que contrasta com o otimismo que exalava dias atrás, admitindo que as pressões inflacionárias são muitas.

Dizer que a inflação subirá muito em 2020, por enquanto, é “chute”. Mas não é dizer-se que, ao menos até março, empatará ou superará os 4,5% da taxa de juros atual, ainda que sem surpresas externas.

O comportamento do dólar, a previsível redução das exportações no mês de janeiro, a saída de capital estrangeiro e os fracos sinais da atividade econômica nos primeiros dias do ano refletem esta insegurança.

Os primeiros dez dias do “ano da retomada” foram bem chinfrins.

É pouco para se avaliar com segurança, mas quando a urubóloga da era PT e agora a “rainha do otimismo” fica de novo sombria, é bom se cuidar.

 

 

 

 

 

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12 respostas

  1. Nunca pensei que um dia diria, ou escreveria, isso, mas, desta vez, concordo com Miriam: baixar os juros ainda mais não é o que resolverá a situação.
    Se bem que ela deva estar preocupada mesmo é com a redução dos ganhos de seus chefes com aplicação em títulos da dívida pública!

  2. Certa vez dei uma pesquisada sobre os componentes do IPCA e me senti dentro de um Hortifruti, CEASA ou CEAGESP.

    Não entendo como um país mantém como meta de inflação um índice tão contaminado por coisas que não têm relação direta com o crédito.

    Ou será que o sujeito pega empréstimo no banco para comprar alface americana, cebola roxa, pimentão amarelo?

    Brito que me desculpe, mas usar IPCA como meta têm sido mais eficaz para gerar manchetes terroristas e sensacionalistas, além de reforçar o lobby daqueles que nada produzem e só vivem de renda.Que o diga a Dilma no tempo do tomate. Sem querer defender o Bozo, a carne teve grande peso nesse índice. O que isso tem a ver com crédito?

    No fim, mata-se a indústria (essa sim, dependente do crédito) para botar a inflação na meta.

    1. Em outros países com metas inflacionárias, ajusta-se o caráter cíclico de alguns elementos dos índices inflacionários.

    2. Fazer o que o Trump fez agora no EUA cortando o valor da inflação e injetando bilhões de dólares na economia, de nada ajudará a economia brasileira. Sabemos que o consumo não anda pelo seguinte fato: o povo não tem dinheiro, emprego , renda. Nos EUA é fácil, pois eles emitem dólares dia e noite. A máquina de fabricar dólares funciona sem parar, Mas, um dia isto deve ter um fim.

  3. A coisa tá ficando muito complicada.
    Se somar esses dados a venda das reservas cambiais, mantendo-se a tendência de ambas, dá até pra prever que 2021 explosivo!
    Aí essa gurizada vai aprender como é o real Brasil. O Brasil dos últimos 500 anos menos os 12 anos do PT.

  4. Não deixa de ser algo surpreendente o nível a que chegaram os juros depois do golpe. É o único aspecto do Brasil pôs golpe, para o qual ainda não li uma explicação convincente na mídia progressista.

  5. Quem tem muito não preocupado nem um pouquinho. Passa a mão nos dólares e vai viver a tripa forra nos EUA. Duvida que isto está acontecendo. Pelo clamor geral os “rentistas” procuram roubar cada vez mais e fugirem para os EUA.

  6. Nem a juros zero a economia desse país vai crescer, enquanto perdurarem essas medidas que simplesmente transformam mais de 80% da população em escravos. Escravos não têm dinheiro para gastar. E dar peso zero para o valor do trabalhador que não é autônomo cedo ou tarde resultará na destruição do capitalismo, ainda que o capital tenha custo insignificante.

  7. Uma mídia irresponsável é perigosa pelas sucessivas informações falsas das quais vivem e manipulam os incautos. Temos de fato uma libertinagem da imprensa política.

  8. Na minha cidade tem uma empresa contratando mão de obra, experiência de 90 dias, primeiros 30 dias sem salário, e sem vale transporte, vc paga para trabalhar, os outros 60 dias vc só recebe o vale transporte, pergunta se quando vence a experiência vc é contratado? A empresa tem mais de 15.000 Mil curriculum aguardando contrato.Esse é o Brasil da elite do atraso.

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