Merval não se envergonha da ‘gangsterização’ da Justiça

Merval Pereira, penúltimo dos moicanos da outrora numerosa tropa de incondicionais apoiadores da Lava Jato produz, hoje, uma coluna em que esclarece, sem nenhuma sombra, que o tempo e a forma da decisão do juiz Marcelo Bretas, ao ordenar a prisão de Michel Temer foram uma reação ao Supremo e ao Congresso:

A Operação Lava Jato, com a prisão do ex-presidente Temer, repete um método de atuação para mostrar que não se intimida diante de retrocessos provocados por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) ou do Congresso. A operação de hoje foi uma clara resposta à decisão do Supremo da semana passada de enviar para a Justiça Eleitoral os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e assemelhados conexos ao de caixa 2.
Sempre que sofrem uma derrota, os procuradores encontram um jeito de mostrar a resiliência da operação de combate à corrupção. Foi assim com a prisão do então governador Luiz Fernando Pezão, logo depois da decisão do Supremo de permitir que o presidente Temer utilizasse a prerrogativa do indulto de fim de ano para anistiar presos de maneira quase irrestrita, o que ameaçava a atuação da Lava-Jato.

Então ficamos assim, segundo o jurisconsulto de O Globo: pode-se mandar prender alguém para mandar “recados” aos ministros do Supremo e aos deputados.

Virou um “Carluxo” que sabe escrever?

Não importa que Michel Temer e Moreira Franco sejam duas abjeções da política, não é tarefa dos tribunais acelerar ou retardar a sua prisão, muito menos sem julgamento, para fazer política.

Ninguém tem o direito de cortar cabeças para dar recados. Isso é coisa de máfias, gangues e grupos de extermínio.

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