Na esteira da eleição de Manuel López Obrador, presidente de esquerda que toma posse em um mês e meio, a Câmara dos Deputados do México aprovou ontem que nenhum servidor público poderá ganhar mais de 108 mil pesos, o equivalente, hoje, a R$ 23.900,40. A medida visa, sobretudo, os juízes, que ganham, naquele país, mais de R$ 70 mil mensais, na primeira instância, o “juez de districto”.
Este valor é menos da metade do que ganha, hoje o Presidente da República, patamar ao qual o candidato eleito promete reduzir os vencimentos, assim que tomar posse no Palácio Nacional.
É claro que isso dará início a uma imensa disputa judicial e a um conflito com juízes que vão julgar a legalidade de cortes nos seus próprios vencimentos.
Os magistrados brasileiros, que estão exigindo, além dos 16,9% de aumento que já obtiveram, a criação de gratificações de até 35% sobre seus vencimentos deveriam prestar atenção no que está acontecendo por lá. Principalmente quando declaram legais todas as decisões que cortam direitos sociais mas são extremamente audazes quando se trata de privilégios para sua casta.