Moraes desautoriza Dodge e diz que inquérito vai seguir

E não demorou nada o capítulo da vergonhosa novela do Judiciário. Alexandre de Moraes “cassou” o arquivamento do inquérito sobre ataques ao STF que fora “decidido” pela Procuradora Geral da República.

Em linguagem popular, pegou o despacho de Dodge e jogou no lixo, tal como ela fizera com a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, de abrir o inquérito.

É evidente que, amanhã, choverão ações no STF pretendendo sustentar o arquivamento “decidido” por Dodge.

E, ao contrário do monolitismo do MP, isso vai trabalhar as rachaduras notórias no Supremo.

Vamos ter o STF “do bem” e o STF “do mal”.

É o que consruíram, desde a Lava Jato, que meu professor Nílson Lage, resume em poucas linhas:

Quando as grandes ondas de calúnias impulsionaram o golpe de estado, os tribunais, a que todos acorreram, olharam para o outro lado, como convinha. Mandaram a Constituição às favas – no caso da prisão em segunda instância, por exemplo, ou em condenações declaradamente “sem provas”. Deixaram correr solto o palavrão, o falso humor, o desrespeito e a pregação de ódio.
Chegamos assim ao impasse em que a calúnia é forma de fazer política e calar as liberdades públicas parece ser a forma de silenciar os insultos que se voltam, agora, contra os que os toleravam. 

Nunca se viu uma tradução tão bem apropriada, até pelas togas, do “cria corvos, que lhe arrancarão os olhos”

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22 respostas

  1. Será que alguém lá do império virá pôr ordem na quadrilha golpista ?
    A esta altura ,é bem provável que os comandantes do GOLPE,sejam os únicos a colocar um pouco de civilidade nesta briga de rua.
    Todo tem uma causa, todo ato tem consequências ,a luta contra os pts e outras formas de ver o País ,acabou destruindo-o.
    .

    1. Em tempo, esse “telecatch” supremo-MP tem nos distraído muito…a quantas anda o desmonte da previdência na CCJ?

  2. Estou sem palavras, mas com uma raiva muito grande.

    O que vemos no país, parece uma briga de rua.

    Como ambos os lados estão errados, só nos resta atiçar essa briga, não apaziguá-la. Não vejo pacificação possível com atores tão vis (militares entreguistas incluídos).

    1. “sem palavras” é um nome bom pra isso. A impressão que se sobressai aqui pra mim é que o caos visto de longe, no passado ou em outro lugar, parece muito mais organizado do que quando sobrevoa nossas cabeças.

    2. A Globo está completamente entregue ao mais profundo desespero, afinal, sua querida Lava-jato corre perigo de vida. O Jornal Nacional gastou quase meia hora para condenar com quantas gargantas pudesse o gravíssimo “atentado à liberdade de imprensa”, com a censura que foi imposta aos sites depravados.

      A trama toda contra o STF, segundo já se sabe, foi bolada nas oficinas da Lava-jato em Curitiba, quando se resolveu pressionar um delator para que ele envolvesse o ministro Toffoli em alguma denúncia que não fosse abertamente de corrupção. A fórmula escolhida foi esta do tal “amigo do amigo do meu pai”, que era ideal porque de quebra faturava caricaturalmente em cima do Lula.

      O objetivo era claro: Desmoralizar ao máximo o STF e seu presidente, para que a corte não revogue em breve a disposição provisória de admitir prisão em segunda instância.

      O STF não pode hesitar agora, porque a gritaria virá estridente da mídia, que ainda tem esperanças de que a Lava-jato e o Moro venham a se recuperar popularmente para empreenderem juntos um novo projeto de poder. O episódio levou a mídia a afastar-se da direita para o centro democrático e hoje ela clama por respeito “à Carta”, como diz a Folha, na mais despudorada hipocrisia, e em defesa da sagrada liberdade de expressão. Só por ter conseguido que isso acontecesse, o Supremo já teria obtido uma estrondosa vitória sobre a famigerada Lava-jato. Mas tem mais: Até mesmo o feroz Capitão foi arrastado à força bruta para fazer o que jamais faria: Uma declaração pública em favor da Constituição e da “sagrada liberdade de expressão”.

      A esquerda “republicana”, que nem tem ideia do que está em jogo, junta-se ao Partido da Imprensa Golpista (alguns esquerdistas ficaram mais zangados que a própria mídia) para dizer que o STF “deu um tiro no pé”. Deu mesmo. Um tiro certeiro bem no calcanhar dos golpistas de extrema direita.

      Os gritos virão também de toda a extrema direita, não apenas a olavista, mas a que se diz e se acha dona do Capitão e que desde 2018 faz manifestações por todas as capitais do Brasil contra o STF, talvez entendendo que fosse necessário fechá-lo ou paralisá-lo para que pudesse ser implantado seu próprio projeto de poder. Chegaram mesmo a ostentar cartazes de “abaixo o STF” para um reduzido número de fiéis.

      Este episódio de reação e de soerguimento do STF arrisca pôr abaixo todo o plano da extrema direita de dar um golpe dentro do golpe e então implantar a pior ditadura que o mundo moderno jamais conheceu.

      1. Racionalmente, concordo. Precisamos ser coerentes na opinião de que o Direito se sobressaia ao justicialismo lavajateiro. Emocionalmente, entretanto, estou assistindo de camarote essa quizumba. Afinal esse casuísmo começou lá atrás na má utilização do conceito de domínio do fato. Uma hora esses atores são vítimas do próprio veneno. Deram um nome bonito agora pra essa abordagem personalista: direito disruptivo.
        Tem mais: quando se propôs a Lei dos Meios, fizeram questão de confundir liberdade de expressão com liberdade de imprensa e liberdade do patrão de modo irresponsável. Agora, sinceramente, não tô nem um pouco a fim de defender ninguém nessa história. Se merecem.

        1. Os americanos agem muito a longo prazo. Suas investidas contra o Brasil vêm desde 1824, um ano apenas depois da Doutrina Monroe, quando tentaram ajudar com armas os separatistas de Pernambuco, procurando dividir o gigantesco território brasileiro. Naquele tempo já temiam que o Brasil se transformasse em uma potência.

          O conceito tupiniquim do domínio do fato já é um sintoma de deturpação do direito que minou fortemente nossos princípios jurídicos, e ninguém deveria se espantar se tivesse sido introduzido já visando levar o direito para as excepcionalidades que futuramente favoreceriam a Lava-jato. Afinal, Moro tinha acesso ao STF.

          Alguns da esquerda se perguntam: “Por que o Supremo se acovardou e não agiu da mesma forma que agora, quando aconteceram abusos contra Lula?” A resposta é bem simples: Hoje o STF tem cobertura militar para fazer o que fez, mas naquele tempo não tinha. Ou será que pensam que o Toffoli e o Alexandre seriam doidos de agir como agora agiram sem terem a devida cobertura?

          Aquela esquerda não consegue ver, mas há, subterraneamente, uma luta de militares institucionalistas contra a marcha ditatorial do olavismo extremado e suicida, aliado ao lavajatismo super-oportunista, mesmo que esta marcha conte com muitos militares também olavistas. Ninguém é tão ruim que não possa trabalhar para que tudo não piore, e piore muito.

          Os militares institucionalistas não querem que o Supremo seja desmoralizado, porque precisam que ele esteja de pé para que digam ao mundo que no Brasil há democracia e funcionamento normal dos três poderes. Não seria de espantar se estes mesmos militares avalizassem uma aparentemente quase impossível soltura de Lula, o que esmagaria definitivamente com o avanço golpista da extrema direita olavista/lavajatista. De qualquer forma, qualquer um pode ver que o projeto de implantação do neo-liberalismo puro no país já é um projeto fracassado.

      2. A Globo está contra a atitude do STF.

        Se está contra, eu estou a favor.

        Lamentável que PHA tenha embarcado nessa. Até compreendo a situação dele pelo seu passado, censura é algo que ele conhece muito bem, mas tem que separar o momento. Na guerra as leis são relativizadas – que o diga a Farsa a Jato, que faz guerra híbrida contra o Brasil.

  3. As duas “crias” do vagabundo do temerário Vampirão !
    Já está no forno da hipocrisia, mais uma ENORME PIZZA.
    PQP !

  4. Antagonista é o porta voz oficial da lava jato e o Mainardi é tão somente um “agro-jornalista” (plantador de notinhas). Desde humilhante prisão do Lula não tenho mais estômago e fígado para ler, ouvir e assistir antagonista, globo, folha, estadão, jovem pan, Augusto Nunes. Bizarro foi um vazamento ao vivo diante de um “juiz” como aconteceu com o antagonista e o Moro. Lembram? Moro afinou porque no depoimento apenas tinham Judiciário, Ministério Público e Advogado. O advogado denunciou em tempo real o vazamento e o juiz prevaricou. Simples assim.

    Diálogo travado entre a defesa de Marcelo Odebrecht e Sergio Moro:

    Defesa de Marcelo Odebrecht — Antes que Vossa Excelência encerre a gravação, estou vendo aqui, no site Antagonista, que o depoimento do senhor Marcelo está sendo transmitido, neste exato momento, em tempo real, de sorte a desrespeitar a determinação de Vossa Excelência do segredo de Justiça. Está aqui. Quer que eu coloque para Vossa Excelência? (…) E só pode ser vazado daqui de dentro. Então, nós estamos numa situação de flagrância. É só entrar no site e ver.

    Juiz Sergio Moro — Tá… Ehhh… A gente trata disso sem precisar da gravação aqui.

    Defesa de Marcelo Odebrecht – Não, não, faço questão que isso fique registrado aqui.

    Juiz Sergio Moro – Não, sim, mas…

    Defesa de Marcelo Odebrecht – Vossa excelência não quer ver a fidelidade da transmissão?

    Juiz Sergio Moro – Sim, doutor. Mas é uma questão pertinente ao interrogatório dele [Marcelo Odebrecht]. Nós tratamos na ata. Pode interromper a gravação.

  5. O foro privilegiado agora é da vítima do crime e não do autor do crime……E o autor do crime será investigado, processado, julgado e, aposto, condenado, pelas supostas vítimas…….Aonde o Lula estava com a cabeça pra colocar o Tofolli no STF?

  6. Infelizmente não será neste governo anárquico que recuperaremos a estabilidade institucional do nosso país. Pelo contrário, a ‘nova política’ aposta no confronto, na hiper-polarização, na agressão permanente de tudo que classificam como adversários, estejam eles na oposição, nas organizações sociais ou nos órgão de Estado. Nossa democracia não é tão sólida quanto nos EUA de Trump, o risco de novas ‘soluções heterodoxas’, a exemplo do Golpe de 2016, parece crescer a cada dia. Tristes trópicos!

  7. Um dos fundamentos norteadores do psdb é que os fins justificam os meios. Canalhice e ignorância pura, mentalidade golpista que não se conforma com a realidade e a muda a força. Maus meios levam a maus fins. Somente bons meios é que levam a bons fins. O judiciário foi cevado pelos governantes deste partido e seus associados no crime e comprados com altíssimos salários e privilégios para se fingirem de mortos com os desmandos da canalha golpista. Agora está chegando a fatura dos crimes cometidos por este podre poder. Vão ter que pagar com o desrespeito à instituição a que pertencem e com o desmascaramento de suas ações criminosas.

  8. A caixa de Pandora foi aberta antes mesmo que o trabalho de apuração das urnas de 2014 tivesse sido concluído. Diria até mesmo que o país já tinha sido preparado para viver o clima de histeria inquisitorial.
    E isso graças ao trabalho incansável e diuturno da Grande Imprensa e do primeiro grande e articulado ensaio que foi o Mensalão. As muralhas já haviam sido derrubadas dai a ordem de invasão e saqueio foi um pulo.

    1. E o pt ficou assistindo a tudo isso banhado pela suposta glória de seus feitos, que a se ver pelo vazio das ruas e a ausência quase completa de indignação, não foi tão glorioso assim. A vaidade dos lulas da silva os anulou e estamos cá, agora, entregues a este circo de horrores.

      1. Para falar do PT e do Lula tem que ir além deles, quando se está aquém tua frase soa cabotina, como aqueles que culpam a estuprada pelo próprio estupro.

        1. Não será você que vai determinar quem fala do pt e o que pode ser dito. Quem você pensa que é?

  9. O STF percebeu o quão barra pesada é a turma com quem se associou em 2016.
    Sobre apequenar o STF, daquela que primeiro usou este verbo só resta o retrato no puteiro.

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