A polêmica em torno da foto posada ao lado de João Doria Jr, ontem, em Nova York foi classificada pelo juiz Sérgio Moro como “uma bobagem”.
A esta altura, deve-se concordar com Sua Excelência.
Não há mais decoro algum a preservar em sua figura e, portanto, não deve chocar ninguém que, outra vez, ele apareça, sorridente, ao lado de um tucano e, agora, de um candidato.
E, igualmente, não há quem ponha freios na falta de decoro de juízes, há muito tempo.
GIlmar Mendes, Joaquim Barbosa, Luiz Fux e Luís Alberto Barroso pisaram e sapatearam na discrição que deles se deveria esperar e, claro, só ganharam com isso na mídia.
Moro quebra, faz tempo, não apenas o decoro, mas a legalidade e, disso, também só lhe advém aplausos e elogios.
Como diz o jornalista Kennedy Alencar, em seu blog, nada espante porque, afinal, Moro “pode tudo”.
Uma virtude, porém, deve-se encontrar na atitude desavergonhada do pequeno magistrado de província que se viu alçado à condição de juiz supremo do Brasil.
É que sua desfaçatez tornou-se tão evidente que, a cada dia, a menos gente engana.
Cada vez há menos iludidos, todos os que lhe permitem estes esparramos passam a merecer, mesmo, o nome de cúmplices.
Moro nada seria não fosse tal cumplicidade, a de um Judiciário que nem mesmo se vexa de um escandaloso descumprimento da Constituição, com os privilégios de um auxílio-moradia “fake”, pago a quem mora no seu próprio e confortável imóvel.
Decisão judicial não se discute, se acata, mesmo quando elas significam manter preso um ex-presidente que foi condenado em um processo pré-resolvido e soltar tantos outros em que há provas, contas no exterior e riqueza e ostentação inquestionáveis?
Será que as coisas não se ligam, porque envolvem o mesmo conceito que Kennedy Alencar usou em seu texto?
Eles podem tudo.