Todo covarde começa sempre com os mais fracos.
Na Medida Provisória que reorganiza os ministérios, informa Rubens Valente, na Folha, Jair Bolsonaro tira da Funai e entrega ao Ministério da Agricultura – leia-se, ao agronegócio – a ” a identificação, delimitação e demarcação de terras indígenas no país”.
Na prática, as demarcações passam agora às mãos dos ruralistas, adversários dos interesses dos indígenas em diversos Estados. O Ministério da Agricultura é comandado pela líder ruralista Teresa Cristina, deputada federal pelo Mato Grosso do Sul.
A retirada das demarcações do âmbito da Funai aprofunda o esvaziamento do órgão, criado em 1967 em substituição ao SPI (Serviço de Proteção ao Índio), fundado em 1910.
A equipe de transição de Bolsonaro já havia anunciado que a Funai seria transferida do Ministério da Justiça e passada ao Ministério de Direitos Humanos, comandada pela pastora evangélica Damares Alves. Agora, perde a capacidade das demarcações, submetida a outro ministério.
A partir de agora, terra indígena será onde não for possível por um boi a pastar ou um pé de soja a brotar.
Eu ia dizer que para eles só sobrariam as pedreiras, mas esqueci dos interesses da mineração.
Seria mais prático que demarcassem logo a extensão das terras destinadas aos índios: sete palmos, medidos para baixo.
Estes generais que dão suporte a Jair Bolsonaro não são dignos da sola das botinas do Marechal Cândido Rondon.