Nacionalismo de balcão

Tem lá a sua ironia o fato de Jair Bolsonaro ter colocado como carro-chefe das comemorações da independência uma promoção de desconto nas lojas do comércio.

Nem tanto pela piada pronta nestes tempos de florestas em chamas, da “queima total” da Amazônia, mas pelo que é a política econômica que se anuncia: a venda das riquezas do país a preço de banana, ou de quando a banana era barata.

Vendem-se as jazidas de petróleo do pré-sal, as refinarias e a rede de distribuição: inverte-se o “do poço ao posto” que os defensores de nossa petroleira advogaram.

No “saldão”, vão-se os Correios, a Casa da Moeda, a Eletrobras, como já se foram a Embraer e a Vale, símbolos de nosso progresso.

Os minérios das terras indígenas, promete-se às empresas mineradoras norte-americanas.

Os direitos sociais também torram-se, porque “custam caro” e nessa bacia se vão os investimentos e o sustento da saúde, da educação, da fiscalização que nos deveria ser armas contra os aventureiros.

Nada mais natural, portanto, do que uma liquidação representar a pátria neste Sete de Setembro.

É mesmo para acabar, e hoje só, amanhã não tem mais, nem para nossos filhos, nem para os filhos de nossos filhos.

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5 respostas

  1. Lembro q no final do governo FHC a revista veja ironizou o presidente do Peru estava animado com crescimento do pais pq uma cadeia de supermercado americana se instalara no pais. Brasil caindo posiçao no ranking de prestigio internacional

  2. Demorou para a direita elitista fazer seu movimento de “Direitos Já”, e compreender que tem que fazer oposição a Bolsonaro apesar de adorar os lances “ousados” do corretor da economia. Terá sido o exemplo argentino que bateu nos dois neurônios deles? Se eles não apresentarem rapidamente uma opção “moderna”, “civilizada”, uma política “nova”, vão permitir que a esquerda açambarque toda a insatisfação popular com a coisa que hoje desgoverna o país. Com eles fora do debate político, a insatisfação geral da população fará certamente o país cair inteirinho nos braços da esquerda nas próximas eleições. Foi assim que as elites fizeram na França, para continuarem no poder com o hoje detestado Macron, que foi apresentado como a política “nova” de lá e até enganou muitos esquerdistas. – “Direitos Já”? Quem quiser que te compre!

    1. O nome “Direitos-Já” desta palhaçada chega a ser hilário, pois grande parte do grupo – velhaco golpista FHC à frente – foi fundamental para destruir, a partir do golpe, os direitos do trabalho,os direitos previdenciários e para continuar o serviço de destruição, com Bolsonaro, o Cu Falante, como porta-bandeira. “Direitos-Já” para quem, caras-pálidas?

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