Não tem dinheiro para ter mais preço porque não tem vendas

dezcomercio

Até mesmo os colunistas bate-palma não comemoraram a micro-inflação de novembro.

Sabem que é resultado de uma queda na demanda que não deixa espaços para remarcações de preços.

Houve, claro, a ajuda de um período melhor de chuvas, que anulou – ou retardou – a tradicional alta de verão de certos alimentos. Mas a própria coordenadora da pesquisa de preços do IBGE, Eulina Nunes, reconheceu que é “a demanda reprimida”.

Hoje tive de sair e fazer algumas compras e, confesso, o panorama nas lojas era desértico.

Achei que podia ser consequência da situação do Rio de Janeiro mas, ao  chegar em casa, encontrei uma reportagem do Diário do Comércio de São Paulo, publicada hoje,  que descreve o mesmo cenário devastador na popularíssima 25 de março paulistana.

O maior shopping a céu aberto da América Latina mostra um movimento muito menor do que o que se verificou no mesmo período em anos anteriores.

A tradicional rede de lojas Armarinhos Fernando – com quatro unidades na rua 25 de março e uma na rua Carlos de Souza Nazareth, na mesma região -, tem espaços à vontade para quem quer fazer suas compras.

Conhecida por vender cosméticos, material escolar, brinquedos e utilidades domésticas, no atacado e no varejo, e também por ficar abarrotada de gente em datas comemorativas, como o Dia das Crianças, Natal, Ano Novo, e por vender material escolar como se fosse água no início do ano letivo, a Armarinhos Fernando, na avaliação de seu gerente, torce por dias melhores.

“O mês de dezembro não começou bem. As vendas caíram 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O interessante é que em novembro o movimento foi um pouco melhor”, diz Derivaldo dos Santos, gerente de uma das lojas da rede.

O funcionário conta que no mesmo período de 2015 a loja atraía três mil clientes por dia. Hoje, esse movimento não passa de dois mil. O gasto médio por cliente também caiu, de R$ 80,00 para R$ 50,00.

Um outro aspecto que serve para mostrar que o consumidor anda desconfiado e sem ânimo para gastar chamou a atenção de Santos.

“Em outros anos era comum clientes chegarem aqui dispostos a gastar R$ 20 mil, ou até mais com brinquedos para as crianças carentes. Muitas vezes o dinheiro gasto era resultado de uma lista de doações passada no bairro. Hoje isto não existe mais”, afirma.

A Global Shoes, também na rua 25 de março, que vende sapatos, malas e bolsas, é outro estabelecimento comercial que teve movimento fraco neste início de dezembro.

“Sou gerente aqui há 10 anos. Este é o início de dezembro mais fraco que eu já vi”, afirma Fernando Galhardo. Ele contabiliza uma queda de 20%.

Enquanto isso, o governo maquina fórmulas para entregar aos financistas  os recursos, como os do FGTS, que ainda lhe permitiriam pensar em financiar investimentos. Vão usar para isso  os próprios trabalhadores, fazendo com que os dilapidem pagando empréstimos quesó vão melhorar a renda dos bancos, que já cobraram esta inadimplência, com folga, no spread de suas taxas astronômicas.

 

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11 respostas

  1. Chama-se herança maldita.
    Treze anos e meio não se consertam em alguns meses.
    Que pelo menos o povo aprenda a não cair na conversa de certos malandros.

  2. O desernesto sempre é o primeiro a comentar: deve ser um à toa na vida…bem remunerado, diga-se de passagem…

    1. Lumpens pobre-coitados ‘trabalham’ sujo por mixaria, bem remunerado só se for fantasma comissionado em algum gabinete e isso não repassar uma parte do salário para o político (vereador, deputado ou senador).

  3. Os corredores do Shopping Rio Sul ontem a noite estava vazio. As lojas idem. Há duas semanas das festas de fim de ano…
    Várias lojas fechadas, sem locação.
    O Brasil derrete a olhos vistos!

  4. Tem o lado triste do povo desempregado, mas tem o outro lado a falência desses empresários sábados. Até quando o dinheiro que eles ganham como rentistas vão conseguir material de pé seus negócios mal administrados.

  5. Por falar em FGTS, li não me lembro onde, que com as mudanças a serem implementadas pelos golpistas, o trabalhador só vai poder colocar a mão nestes recursos quando aposentar. Deve ser para poder pagar um funeral melhor.

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