Não tem ‘Renda Brasil’, não tem ‘Pró-Brasil’. Mas tem o ‘Crise Brasil’

Com o anunciado sepultamento do Renda Brasil, apagou-se do horizonte de 2021 a única ideia – não chegou a ser um projeto, menos ainda um programa – de algum progresso econômico para o país.

A razão? Não há dinheiro e nem disposição política para buscá-lo, seja da maneira cruel que a equipe de Paulo Guedes acenava fazê-lo, seja pela criação de novos tributos, mesmo sem considerar a justiça ou injustiça social neles contida.

O mercado financeiro só não tremeu porque, no final das contas, desaparece o que para os financistas, desparece o que poderia ser uma bomba fiscal. Ou melhor, uma ampliação da bomba fiscal que já está armada, porque ninguém acredita que o déficit público vá ficar nos R$ 230 bilhões previstos no Orçamento.

Aliás, não são muitos, mas há jornalistas econômicos comemoram o “fim do populismo”, nem um grama se importando com a situação de miserabilidade de parcelas enormes da população, aliás muito ampliadas sobre as já imensas antes dela.

Tudo o que resta é uma mística esperança na recuperação da economia, algo difícil de pensar quando se sabe que estamos girando uma massa extraordinária de recursos, algo em torno de meio trilhão de reais, que não estarão presentes na atividade econômica.

Não vaio correr isso e o binômio compras da China + alta do dólar tem limites.

É improvável que, abrindo mão de seu projeto político do “Renda Brasil”, Bolsonaro já produzir alguma pressão fiscal para ter recursos que financiem projetos estruturantes que gerem emprego, renda e aceleração econômica.

Podem sobrar alguns poucos bilhões para “brincar” de investimentos passível de inaugurações ufanistas, mas nada de significativo.

De certo, mesmo, a partir de janeiro, só o “Crise Brasil”.

 

 

 

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