O apagão dos investimentos públicos

O gráfico publicado publicado hoje pelo Valor precisa ser mais bem traduzido.

Despesas discricionárias são, essencialmente, investimentos em obras e programas, que fogem do custeio cotidiano da máquina estatal.

Então, onde você lê “encargos especiais”, leia, basicamente, Minha Casa, Minha Vida e programas de habitação popular correlatos.

Onde se lê saúde, leia-se hospitais, UPAs, tomógrafos, laboratórios, etc…

Transportes? Construção de rodovias, sua manutenção, portos, aeroportos, mobilidade urbana…

Assim como educação é para ser lido ampliação da rede de ensino técnico, do número e da capacidade das universidades federais, de programas de apoio ao ensino básico e da rede de creches.

E todos eles juntos significam, empregos na construção civil, materiais e equipamentos comprados de indústrias nacionais, irrigação das economias locais…

E aí, você traduz tudo isso em economia, em PIB, em taxa de investimento, que aparece na língua dos economistas como a tal “Formação Bruta de Capital Fixo”, que nunca andou tão baixa nas últimas décadas.

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12 respostas

  1. Gostaria que o Valor publicasse, também, quanto foi gasto com os juros da dívida pública.

  2. Bolso não foi eleito para investir no social, no público.
    Ele está encolhendo o Brasil para uns 20 milhões de brasileiros.
    Dos ditos 57 milhões que votaram nele, 37 milhões dancarao bonito.

    1. Como disse um dia o grande Raymundo Faoro, “eles querem um Brasil com 20 milhões de pessoas e uma democracia sem povo”.

  3. mAs nÃo Foi O PeTÊ qUE DestruIu o PaÍs???
    Tudo aí para os débeis mentais que dizem ser tudo farinha do mesmo saco
    Malditos sejam hoje e sempre, por toda essa desgraça que assola estes tristes trópicos, destruírem o país para prender um homem

    1. Aqueles que destruíram o país estão, consciente ou inconscientemente, presos e atados as ilusões, as fantasias, as mentiras que contaram. Os conscientes podem continuar por interesse ou por estratégia política manter o mesmo cinismo e a mesma hipocrisia e continuar a vendê-las mas se necessário podem se desfazer de tudo isso facilmente.O difícil é a posição dos ainda crédulos que compraram todas essas mentiras, ilusões e fantasias, e esses são a maioria. Antes de se virar contra os vendedores de ilusões, fantasias e mentiras, dificilmente vão assumir o erro e podem provavelmente dobrar a aposta. Acho uma perda de tempo querer modificar a opinião dessa gente. O que devemos buscar é conscientizar a maioria da população que olhou com desconfiança e indiferença toda essa loucura. Os que de forma intuitiva olhava para tudo isso com certo desprezo e desconfiançao.

  4. Ninguem quer saber quanto foi economizado e onde está esse dinheiro….se não está sendo gasto vai para algum lugar, ou evaporou? Interessante isso, em um pais desmoronando ninguém pergunta o óbvio?

  5. Safatle alude a Bolsonaro: o Estado Nazista não governa, ele conflita
    O filósofo Vladimir Safatle afirma que o fascismo se alimentra dos conflitos e que o caso do Brasil é muito próximo desta constatação; ele diz: ” Por fim, e esta era uma compreensão precisa de Franz Neumann, o Estado nazista não governa. Ele é uma associação instável entre grupos que estão em conflito contínuo. Mas esse conflito é uma forma de perpetuar o “movimento”, já que ele permite ao governo entrar em conflito contínuo com o Estado

    247 – O filósofo Vladimir Safatle afirma que o fascismo se alimentra dos conflitos e que o caso do Brasil é muito próximo desta constatação. Ele diz: ” Por fim, e esta era uma compreensão precisa de Franz Neumann, o Estado nazista não governa. Ele é uma associação instável entre grupos que estão em conflito contínuo. Mas esse conflito é uma forma de perpetuar o “movimento”, já que ele permite ao governo entrar em conflito contínuo com o Estado, dizer sempre que nosso grande projeto não está a ser implementado porque forças obscuras estão agindo dentro do Estado para impedir nossa grande redenção. O estado nazista é uma crise permanente elevada à condição de governo. A única coisa que tenho a dizer é: junte os pontos e diga se a cena não lhe parece demasiado familiar.”

    Em artigo publicado no site do jornal El País, o filósofo brasileiro destaca: “há o medo de certas palavras. Esse medo vem na maneira com que tentamos, até o limite, não utilizá-las. Porque seu uso acende alertas vermelhos, nos quebra a letargia de sentir que, por mais que nossa situação atual seja complicada, a vida corre. E corre com um correr de quem acaba por acertar seu passo, abaixar os gritos. Bem, não há palavra que nos leve mais a temer seu uso do que “fascismo”. No entanto, é ela que se ouve de forma cada vez mais insistente quando se é questão da situação brasileira atual. Coloquemos então, de maneira direita e simples, uma questão que vários de nós já colocou a si mesmo: Estaria o Brasil caminhando para o fascismo?”

    Safatle avança: “esta questão não se ouve apenas no Brasil. Ela se ouve na Itália, na Hungria, na Polônia, nas Filipinas. Esta confluência de semblantes perplexos a fazer o tour do mundo não é mero acaso. Ela indica uma fenda global que parece paulatinamente crescer, fenda por onde passaria a emergência de novas formas de governo com traços claramente fascistas.”

    E formula indagações importantes: “mas não seriam tais governos simplesmente “populistas”? Não é assim que se diz hoje, “governos populistas de direita”? Sim, é assim que se diz. Mas e se este uso extensivo do termo “populismo” fosse, na verdade, uma forma de não chamar de gato um gato? Pois talvez os chamamos de “populistas” para não dizer o que eles realmente são: governos nos quais uma certa concepção de ‘estado total’, uma forma explícita de implosão de qualquer possibilidade de solidariedade social com grupos historicamente vulneráveis, uma noção paranoica de nação e o culto da violência são a verdadeira tônica. Mas seria isto exatamente “fascismo”? E por que não falar em “populismo”, neste caso?”

  6. Para mim foi útil você ter “traduzido” o gráfico, principalmente “discricionárias” e “encargos especiais” eu não saberia; obrigado.

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