O Brasil não tem um mau governo. Não tem um governo

Ontem foi um dia em que todo o Brasil entrou na apreensão do coronavírus, com boas e más razões.

Questões reais, como as suspensões das aulas no Rio, São Paulo e Distrito Federal e subjetivas, como a apreensão de gente que foi aos mercados estocar…papel higiênico…

O dia se passou sem que uma autoridade nacional se manifestasse.

Só o que tivemos, anteontem, foi o presidente da República falando de seus pretendidos atos golpistas de amanhã, ao qual vão meia dúzia de siderados.

Esqueça a política, porque não é ela que está no comando, nestes dias.

A capacidade deste governo de lidar com a crise e é isso que definirá a política.

E, ao que se vê, ela é nenhuma, apesar do profissionalismo dos quadros do Ministério da Saúde e do quase impecável comportamento do Ministro Luiz Mandetta, tisnado apenas pela presença em uma das odientas lives presidenciais.

Em crises, antevisão, liderança e credibilidade dos governo são elementos indispensáveis para a resistência a seus efeitos e o bloqueio a situações de caos social.

Em todos estes três, o desempenho de Jair Bolsonaro é desastroso.

Não só não anteviu, mas negou-se a ver a seriedade do que estava acontecendo. Até poucos dias atrás, tratava como “fantasia” e obra da imprensa uma pandemia que já aportava aqui há dias.

Não liderou coisa alguma exceto uma tosca e contaminada delegação promocional a prestar vassalagem a Donald Trump. Ainda usou a maior parte de um pronunciamento à Nação que, na verdade, era a seus seguidores, insuflando-os contra o Congresso e o Judiciário.

E, em matéria de credibilidade, está há 14 meses demolindo a já pouca com que chegou ao poder, a golpes de palhaçadas.

Em resumo: Jair Bolsonaro é o homem errado na hora errada para nosso país.

Desde Camões sabe-se que “o rei fraco faz fraca a forte gente”.