O Ministério Público do Rio de Janeiro precisa vir, imediatamente, dar explicações sobre o destino que deu à investigação sobre o miliciano e ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, apontado como líder da milícia Escritório do Crime, nas quais recebeu “grampos” de seus comparsas que, hoje, o The Intercept, revela terem menções que poderiam referir-se ao presidente da República: “Jair”, “Presidente” e “O cara da casa de vidro”.
As ligações de Adriano com o clã Bolsonaro (homenageado por Jair, quando deputado e pelo filho, senador Flávio, quando deputado estadual pelo Rio de Janeiro) são públicas e agravadas pelo fato de que sua ex-mulher e sua mãe foram, por meio de Fabrício Queiroz, funcionárias fantasma do gabinete do “Filho 01” do presidente.
Que, aliás, divulgou supostas provas de que a morte de Adriano havia sido uma “queima de arquivo”.
Isso, claro, exceto se usados “métodos curitibanos” razão para fazer qualquer acusação aos Bolsonaro.
Mas é razão para que se esclareça se os promotores possuem mais informações e se não viram motivos para enviar a investigação para a Procuradoria Geral da República, a quem caberia seguir nas investigações.
O poder é mesmo assim, uma “casa de vidro”, transparente. Em tudo deve haver luz, em nada devem existir dúvidas.
E há pouca luz e muita sombras nas ligações entre a família presidencial e o mundo escuro das milícias.