O “laranja” azedou

A demissão de Marcelo Álvaro Antônio era prevista – ele e Onyx Lorenzoni, da Cidadania, estão há tempos em desgraça – e não deveria ter significado político maior, porque Antônio era mesmo uma figura minúscula, que só ganhou alguma notoriedade pelo escândalo do “laranjal mineiro” e as denúncias de candidaturas criadas apenas para transferir dinheiro para a sua campanha.

Ficou, porém, com uma advertência até para os que, no grupo fisiológico de deputados que dá apoio a Bolsonaro.

É o de que não há espaço para os políticos no exercício do poder que, de fato, é dividido entre a família presidencial e o grupo de militares palacianos.

O texto suicida enviado pelo agora ex-ministro do Turismo, chamando o general Luiz de traíra e de “exemplo de tudo o que eu não quero ser na vida” seria apenas uma enxurrada de desaforos, mas sinaliza que tem mais o que dizer. Transcrevo de O Globo, mantendo as maiúsculas da mensagem de Whattsap:

“Ministro Ramos, o Sr entra na sala do PR comemorando algumas aprovações insignificantes no Congresso, mas não diz o ALTÍSSIMO PREÇO que tem custado, conheço de parlamento, o nosso governo paga um preço de aprovações de matérias NUNCA VISTO ANTES NA HISTÓRIA, e ainda assim (na minha avaliação), não temos uma base sólida no Congresso Nacional”.

É evidente que Antonio tem uma lista das “mercadorias” pelas quais se pagou “altíssimo preço”.

Pior ainda, usando um general que só deixou de estar na ativa em julho deste ano como o responsável pelas “compras”.

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