O Mais Médicos é eleitoreiro? Ah, republicano eram as ambulâncias Serra/Planam…

O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um discurso hoje, muito concreto – veja ao final – mostrando que o programa “Mais Médicos” não tem favoritismos políticos.

Mas a mídia não cansa de associar o programa à sua potencial candidatura ao Governo de São Paulo.

Padilha é Ministro da Saúde e médico.

José Serra é economista e foi Ministro da Saúde.

E, sempre, candidato do PSDB à presidência.

Nunca se lembraram de dizer que a farta distribuição de ambulâncias que fez, entre 2000 e 2002, fosse eleitoreira, embora José Serra as fizesse pessoalmente, reunindo políticos do interior.

O assunto só se tornou notícia muito tempo depois, quando se tornou conhecido o superfaturamento feito pela empresa Planam,  da qual a maior parte dos veículos foi comprada.

Será que distribuir médicos é mais “eleitoreiro” que distribuir ambulâncias que, do ponto de vista da saúde pública, essencialmente preventiva, não fazem senão carregar pacientes para hospitais já superlotados pela falta de assistência primária de saúde ou unidades intermediárias, para tria-los?

Que o Mais Médicos terá repercussão eleitoral é um fato inegável. Como têm repercussão eleitoral o Bolsa Família ou o Minha Casa Minha Vida  ou o Luz para Todos.

Tudo o que de socialmente relevante um Governo faz tem impacto no voto.

E é natural que faça, porque é para isso – e por isso – que se elege ou reelege um Governo.

O que caracteriza o eleitoreiro é sua superficialidade, seu alcance limitado e clientelista.

E quem ousaria chamar de supérfluo o atendimento de dezenas de milhões de brasileiros que não tem acesso a médico.

Os médicos estrangeiros resolvem os problemas de saúde pública do país?

Não.

Mas nos fazem voltar a ver o que a privatização crescente da medicina – e da ideia de saúde – no Brasil: que a medicina é ativa, que deve ir onde as pessoas estão e que quem depende dos cuidados de um médico é um paciente, não um cliente.

E que, como proclamávamos, com os médicos à frente, nos anos 80, quando se universalizou, com o SUS, o direito – embora não o acesso, necessariamente – à saúde. Saúde, dizíamos, é um direito de todos. Inclusive dos milhões de abandonados pelo desinteresse dos médicos brasileiros de atender em determinadas regiões, pobres e distantes das metrópoles.

Esses brasileiros precisam muito, muitíssimo mais, de um médico que vá até eles do que de uma ambulância que os traga, já em estado avançado de doença, para os hospitais e postos de saúde que já não dão conta do que têm de enfrentar.

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21 respostas

  1. Dizem que na epoca, em vez de atender o doente, colocavam o coitado na ambulancia e ficavam desfilando na cidade com a sirene ligada. Brincadeira.

  2. O uso do cachimbo faz a boca torta, diz o ditado popular. Como bem explicitado em seu comentário, se essa oposição considera todos esses programas de política pública (na segurança alimentar com o programa de cisternas no semi-árido e tranposição do Rio São Francisco e mais o Bolsa Família; na educação com a implantação de creches, consolidação do PRONATEC e ampliação de cursos técnicos no ensino médio, e no eixo ENEM – Política de Cotas – FIES – PROUNI – CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS; na habitação com o Minha Casa Minha Vida – com o Minha Vida Melhor; na energia com o Luz pra Todos; na saúde agora o Mais Médicos para viabilizar finalmente a implantação da medicina preventiva do Programa Saúde da Família) como “eleitoreiros” é em razão de as coisas no Brasil, anteriormente pseudo-executadas pelos ora ditos políticos de oposição (aqueles que defendem a Casa Grande), sempre terem sido feitas com o cunho eleitoreiro, com o fim de ludibriar os mais desvalidos. Esse, pois, era o intuito não revelado, acobertado, nas ações desses ditos políticos de oposição. As práticas deles, dessa oposição, eles agora enxergam nos outros políticos da situação.
    O segredo de polichinelo, a mesquinhez da alma dessa oposição (e do PIG) se revela mais uma vez assim, pelas palavras e gestos. Esses programas são de Estado, não do Governo Federal. Todos esses programas são nacionais. Se esse Governo tem competência de fazer acontecer, o desdém e a inveja são as respostas da oposição de hoje. Assim levar segurança alimentar, serviços de saúde, educação, energia, habitação, trabalho para a população é eleitoreiro.
    Para essa “oposiçãozinha” bom era o tempo em que o Brasil “quebrava” e a turma do “jurão” e da “privataria” se locupletava dos patrimônio e do trabalho do povo brasileiro.
    A página está virando (creio que irá virar definitivamente num próximo mandato de Dilma – com a ampliação do foco na educação básica – escola integral – e na mobilidade urbana) e eles sabem que vai ser difícil apear Dilma (e governos trabalhistas) do Governo Federal. Aí, o povo vai cada vez mais se acostumar mal com acesso a serviços, e um retrocesso das políticas públicas nesses moldes não será mais possível. É daí pra melhor. E esse é o temor deles, os da Casa Grande.

  3. A Presidenta Dilma disse: Mais médicos, mais saúde.
    Eu pensei: mais médicos, mais saúde, menos remédios … ops!! Agora, a grita da oposição ficou bem mais claro.

  4. MAS que Diabo!
    É obvio que é eleitoreiro, todo o programa de yem Governo é eleitoreiro.
    Querem enganar a quem?
    Governo foi feito para fazer para nós, cidadães brasileiros, tudo aquilo que
    temos direito e dinheiro para fazer.
    O GOVERNO que mais fizer pelo POVO, mais votos ganhará….qual o
    problema.
    É o Governo que controla o país, todos os Governos devem fazer pelo
    POVO, por isto elegemos a eles pela força do VOTO.
    Portanto por tudo que o PT esta fazendo e se comprometeu a fazer
    é que eu VOTO na DILMA, e no LULA se ele quiser.
    Jesus, que enganação é esta.
    E não é só o PT que esta no Governo o PSDB e outros estão, façam
    por merecer e terão o voto do POVO, mas não para presidente, este
    já está garantido.

  5. Serra não é economista,passa como se fosse mas de verdade não é mesmo.

  6. “José Serra é economista e foi Ministro da Saúde”

    DESDE QUANDO????????? Até onde sei, ele NÃO TEM diploma reconhecido no Brasil…

  7. Prezado Fernando,
    Ha dias venho tentando ler o artigo “O significado de Libra, ou de “como JK roubava no m² de asfalto”…”, mas em vez da pagina pertinente, so consigo mensagem de erro dizendo qua a pagina buscada nao existe. Acho que o link está com problemas. É possive corrigi-lo?
    Grato pela atenção e continue firme com seu espirito brizolista de advinhar, interpretar e colocar muito bem nossas posiçoes progressistas e de esquerda com muita didatica e coerencia.
    Valeu!

    1. Eu acho que isto é uma verdade.
      Esta Pessoa é um excelente candidato.
      Se fosse da Direita eu ficaria com medo.

  8. O escândalo das ambulâncias foi desvendado em 2006, no fim do 1o mandato de Lula; houve tambem denúncia, por parte do Gabeira, de que havia esquema semelhante com onibus, tambem sob o governo Lula, mas o caso não foi adiante.

    Isso posto, o autor do texto comete o erro de cair como muitos na armadilha do programa “Mais Médicos”, aquela que o faz eleitoreiro, ou seja, com bela aparência mas sem eficácia para os (mais uma vez) iludidos cidadãos desamparados. Levar médicos para os grotões não traz, ao contrário do que parece, nenhum impacto de melhoria à saude dos locais. A manutenção da saude está diretamente ligada a condições nutricionais, de moradia, de ambiente físico, de condição socio-economicas e educacionais, de serviços sanitários, de oferta de água potável, de medidas básicas para prebenção de doenças. Os médicos que ora começam seu atendimento não têm o condâo de produzir nenhuma mudança nos aspectos citados.

    Tome-se o caso da tuberculose, doença que traz ao Brasil a vergonhosa posição entre 22 paises que a OMS considera em estado de alerta. Essa doença é transmissível e tão mais prevalente quanto piores forem as condições de moradia, com aglomeração e ambiente insalubre. A tuberculose se instala, em sua forma ativa, nos indivíduos debilitados, por desnutrição, alcoolismo, pela existência de outras doenças crônicas consuptivas. Em suma, a tuberculose é doença que flagela os pobres e desvalidos. O tratamento da doença não é difícil, mas há que se fazer diagnóstico, para o qual se exigem métodos laboratoriais e radiológicos. Diante de tudo isso, fica muito claro o tamanho da impotência e da frustração que pairam sobre o médidco que irá trabalhar com a gente mais carente. Sua presença não representa nada, não ajuda em nada.

    Dirão os incautos que, ora pois !, melhor ter o médico que não tê-lo! Outro ledo e perverso engano, pois isso faz supor que para os humildes qualquer arremedo de assistência médica serve, principalmente para quem não tinha nenhuma. Levar ao povo médicos que, quando submetidos a provas de proficiência, provas essas que testam o mínimo e básico conhecimento que o médico deve ter para atuar dignamente, são reprovados em massa, é o mesmo que implantar escolas de lata ou com a precariedade equivalente, afinal melhor tê-las do que não tê-las

  9. Iniciativa importante ‘A Petrobras e o CNPQ estão anunciando as inscrições, até 18 de novembro, para um programa – destinado a escolas do ensino médio que mantenham ou queiram desenvolver projetos para estimular a formação de mulheres em Ciências Exatas, Engenharia e Computação. São R$ 11 milhões no total, dos quais R$ 5 milhões vem da nossa petroleira. Vale também para cursos de graduação nestas áreas”

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