Jair Bolsonaro escreveu no Twitter que jamais imaginaríamos “uma manifestação expressiva a favor de reformas consideradas impopulares”.
Não mesmo, em condições normais.
Leva tempo até que as pessoas cheguem, por ódio, por louvor da estupidez, defenderem o que é ruim para elas mesmas.
É preciso reunir muito recalque, é preciso criar culpados acessíveis, destes que não têm poder para defender-se e, ainda assim, tirarem-lhe as poucas defesas que possam ter.
É preciso encontrar heróis antiheróis que não salvam, mas punem; que não erguem, destróem; que tranformem a exceção da pena na regra da prisão.
É preciso inverter a máxima de culpa dispensa ser provada, pois a inocência não pode existir no outro, apenas em nós mesmos ou na nossa turma.
Fiszemos uma longa caminhada até o dia de ontem, quando uma turba furiosa arrancou a faixa onde se lia “em defesa da educação”.
Ali se poderia ler “em defesa da civilização”, “em defesa da humanidade”, “em defesa da razão” e seria arrancada do mesmo jeito, por “crime ideológico”.
Não precisamos de nada disso, afinal.
Precisamos da eficiência que nos dizem como deve ser: não é preciso aprender, não é preciso pensar, não é preciso conviver.
Progresso é bom comportamento, ciência é Fé e inteligência é obedecer.
Criou-se um passado inexistente, o da ditadura honrada, que “não roubava”, enquanto o país era roubado, e que “dava segurança”, em meio a prisões, sequestros, torturas e assassinatos.
Foi sendo invertida a direção dos nossos desejos, de modo que o futuro passou a significar andar para trás.
Trocado o sinal, nada mais natural de que os “de bem” sejam maus, para que os brutos é que mereçam o amor, para que a arma seja o símbolo da vida, para que virtuoso seja o vício do fútil, do caro e do eu.
O resto fica por conta da “tecnologia”, que substitui magicamente não apenas o saber humano como seu prórpio julgamento. Afinal, tudo é medido pelo número de “likes”, de “memes”, de “curtidas”. Viralizar, que vem de vírus e deveria significar doença, passou a ser a medida da inteligência, do talento e da adequação de cada pessoa ao mundo.
Cinco, seis anos depois, o “padrão Fifa” está aí: fazemos o que mandam, como mandam, para que tudo fique exatamente como querem que fique e não como queríamos – e já nem queremos mais? – que fosse.
As escolas que deveriam ser perfeitas, aniquilem-se; os hospitais que deveriam ser o céu, destruam-nos; as casas que deveriam ser boas e para todos que precisassem de uma, que se arruinem em obras paradas.
Arrancarem a faixa “em defesa da educação” é apenas uma chocante alegoria do que deixamos arrancarem de nossas vidas e de nosso país.
11 respostas
São os fanáticos do “Khmer” verde e amarelo, uma depravação do pensamento no melhor estilo “talibã”.
São os fanáticos do “Khmer” verde e amarelo, uma depravação do pensamento no melhor estilo “talibã”.
Eu não acho que são fanáticos não, são tolos mesmo, um rebanho (o poeta Zé Ramalho que o diga) de otários imbecilizados por uma mídia vagaba que se acha imprensa. Ou não é a globomerda que sempre os “incentiva”?
Eu diria os dois casos.
A miséria bate à porta da meca do capitalismo:
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/21/actualidad/1558475038_662418.html
O governo bolsonaro gera muita fumaça pra esconder o obvio. A guerra de classes no BRASIL e o que deve ser feito no nosso país. Reformas pra que os ricos paguem mais e os probres recebam mais.
E por isso que grito…..FORABOZO !!!!
Com Lula ou sem Lula !!!
Se eu pudesse dar uma nota para o que acabo de ler, só poderia se 10!
E os pobres dos evangélicos cairam nessa conversa de malucos.
Os que atingiram um nível de renda suficiente para pagar o ensino dos seus não entendem e, consequentemente, não aceitam que o governo mantenha ensino gratuito.
pelo menos ficou claro que eles sabem que é a esquerda que defende educação
esses bolsominios só defende a estupidez mesmo