O pão-de-ló

Brizolistas, como o que escreve, hão de se lembrar da expressão do velho gaúcho, desdenhando das críticas dos bem-pensantes: eu sou como o pão-de-ló, quanto mais batem, mais cresce”.

Usei-a no dia 8 de abril de 2018, dia seguinte ao de sua prisão, em Curitiba.

Lá, onde queriam sepultá-lo vivo, mas onde ele vivo ficou para continuar a assombrá-los.

Já ali, está no texto, cuidavam de adiar, por tantos dias quanto puderam, a votação que, quinta-feira última, acabou por determinar sua csoltura.

Alguém disse que esta liberdade não foi conseguida pelas massas, como se isso pudesse ser uma reedição da Bastilha, onde a multidão libertasse os presos.

Foi, sim, por outros meios, pela persistência do homem-símbolo como a encarnação dos desejos deste povo e pela erosão que as verdades sobre a Lava Jato exibiram os pés de barro da divindade pagã que dela fizeram.

Falaram de Lula, pensaram em Lula, Lula consumiu-os em ódio, em casuísmos, como a mosca insistente da culpa ronda a testa culpada e nela, espantada mil vezes, volta nela a pousar.

Avesso ao ex-presidente, Elio Gaspari reconhece, sem rodeios, que ele sai maior do que entrou da cela fria da PF.

Steve Bannon, herói de Olavo e dos Bolsonaros, diz que ele é o “maior ídolo da esquerda globalista mundial” e que trará “enormes perturbações” ao Brasil.

Fernando Henrique ergue-se do sepulcro caiado e clama por uma “união do centro”, como se do caldeirão de Medeia – ou do Huck – fosse renascer jovem e pimpão, com a popularidade que nunca teve, e já “de fábrica” sem a capacidade intelectual que FHC já há bom tempo perdeu. E que, ao contrário de Doria que, como Alckmin, não cruza as fronteiras de São Paulo.

A mais perfeita tradução do fernandismo na mídia, Merval Pereira, sai a dar-lhe razão: “o centro, que não tem um candidato visível com competitividade, como não teve na eleição presidencial, vai ser esmagado novamente se não acontecer a união dessas forças centristas que, embora majoritárias, não conseguem se exprimir unitariamente em torno de uma ideia-força que faça surgir uma liderança”.

E Lula que hoje experimenta com a família, talvez, uma bela macarronada, cresce na esteira do – perdoem a idade – “rebu” que tocou na mediocridade reinante. Só a romaria de telefonemas perturba seu domingo.

O pão-de-ló, para crescer mais após a sova, também precisa descansar.

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

9 respostas

  1. O centro da política nacional é Lula. E isso seus adversários já sabem. É justamente por isso que não sobrava a eles outra opção do que partir para o tudo ou nada, o nós contra eles, a subversão, enfim para o Golpe. E essa situação não se alterou, nem com Lula preso. O desespero preside o Golpe. Precisamos persistir, este o exemplo que Lula nos ensinou. A persistência e a frágil mas invencível força da verdade factual, essa senhora de caminhar inabalável e indiferente a tudo e a todos que imprime a realidade.

  2. A definição do eleitor de centro do Merval é tão rasa intelectualmente quanto suas manipulações, seu maniqueísmo e até tanto quanto a sua efeagacefilia.
    Centristas para ele são aqueles que não estão declaradamente alinhados com a esquerda ou com a direita. É uma exclusão automática, vinda do raciocínio tacanho, limitado ao preto e branco e que pressupõe se não é nem um nem outro só pode ser de centro. Tomar a hipótese que há muitos “centristas” que, a exemplo das quatro vezes em seguida que foram eleitos candidatos do PT à presidência, votaram e poderão votar na esquerda não entra na conta desse néscio.
    Não é só a burrice atávica o que acomete a Merval e sua turma. É medo. Medo de Lula e da volta da esquerda ao poder. E, como sabe-se, o medo é inimigo da mente.

  3. O centro da política nacional é Lula. E isso seus adversários já sabem. É justamente por isso que não sobrava a eles outra opção do que partir para o tudo ou nada, o nós contra eles, a subversão, enfim para o Golpe. E essa situação não se alterou, nem com Lula preso. O desespero preside o Golpe. Precisamos persistir, este o exemplo que Lula nos ensinou. A persistência e a frágil mas invencível força da verdade factual, essa senhora de caminhar inabalável e indiferente a tudo e a todos que imprime a realidade.

  4. Uma das grandes chaves que abriram as celas de Lula e que ninguem toca no assunto foi Glenn Greenwald e seu informante (dois herois nacionais). Sem a Vaza-Jato Lula estaria ate hoje na prisão.

  5. É bom que Lula, se for novamente costurar alianças com o centro (ou Centrão), não esquecer da traição nos últimos dias do governo Dilma e das votações horrorosas na Câmara e no Senado.
    Ele medirá forças agora nas eleições municipais. Avaliará quanto poderá avançar com as forças que tem e quanto precisa e de onde virá o que falta.
    Mas os 580 dias de reclusão em Curitiba fará com que force a criação de condições favoráveis para formação de uma força à esquerda capaz de dar governabilidade sem depender tanto do centrão.
    É hora de esclarecer os brasileiros o significado do voto. Que aquele presente ou favor que recebe tendo que dar o voto em troca sai muito caro. Que não adianta votar “no homem” e lhe amarrar a mão com a eleição de um deputado vendido.
    Todos nós somos responsáveis por estes esclarecimentos.

  6. Mike Pompeo conseguiu tomar a Bolívia dos latinos, e isso é uma grande vitória para elle e para quem não tolera mais a presença de latinos por aí. Vai conseguir conservar esta conquista por muito tempo? Para quê? Retirar-se, deixar seu pais ao sabor de quem não sabe de nada, é melhor. .

    1. Da o chazinho p ele na visita em La Paz com a misturinha especial do Flavio. A pa dele vai a 40×30 ????

  7. Não se faz aliança com traíras! Não são confiáveis, e na primeira oportunidade vão te dar uma facada pelas costas!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *