O silêncio dos moralistas: “por fora, e daí?”

palestramag

Rubens Valente, na Folha, vai na canela dos “campeões da moralidade”.

Três entre quatro ministros dos tribunais superiores (STF, STJ, TSE, TST) e do Tribunal de Contas da União recusaram-se a dizer se receberam valores por palestras ou participações em eventos.

Ou seja, receberam, pois não tendo recebido, problema algum haveria em dizer que não.

Todos se escudam no fato de ser legal o exercício de uma função de magistério, embora a situação de palestrante seja totalmente diferente da de professor.

Mas ética e moralmente, o conflito é mais que evidente.

Claro que ninguém é purista ao ponto de achar que um jurista – supondo que o sejam os integrantes dos tribunais – não possa receber passagens, hospedagem e até mesmo transporte e alimentação para participar de um evento, embora todos eles fossem gritar se um presidente ou ministro fizessem o mesmo.

Mas remuneração de empresas é totalmente incompatível com a função de julgador, como são indecentes estes eventos da magistratura promovido por concessionárias de serviços públicos e bancos atolados em milhares de processos nos tribunais.

Em qualquer país civilizado isso seria um escândalo. Aqui, não, porque juízes são incriticáveis. Aliás, a prevalecer a “jurisprudência” aberta por Gilmar Mendes e Sérgio Moro, seus amigos e padrinhos de casamento também não o são.

Não há razão para  isso seja secreto. Quando se informa, como faz a única ministra – Maria de Assis Calsing, do TST – que informou ter recedido valores modestos (de R$ 300 a R$ 880) por três apresentações, não há o que se possa dizer em seu desfavor.

Ao contrário, ela age corretamente, porque é servidora pública e deve, por isso, satisfações por seus atos.

Isso, porém, é apenas um detalhe do outro valor que, para muitos, tem a cátedra de um tribunal superior: os escritórios de advocacia dos quais são, indiretamente, beneficiários, através de amigos, parentes e ex-sócios.

É óbvio que não é este o grande caminho da corrupção, mas o tema se presta para um grande serviço público: o de expor a hipocrisia e a obscuridade do comportamento dos nossos “campeões da moralidade”, que precisam de pouco ou nada para condenar seus desafetos mas se acham no direito de ocultar os “mimos” que recebem.

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9 respostas

  1. … Ainda sobre “o silêncio dos moralistas sem moral alguma”!…

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    GOVERNO DE MT ESTATIZOU FACULDADE DE PARENTES DE GILMAR

    Em meio às revelações do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) em seu acordo de delação premiada, tem chamado atenção de autoridades do meio político, do Ministério Público e do Judiciário a inusitada aquisição por parte do governo Silval de uma faculdade particular criada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, uma irmã e outros três sócios no fim dos anos 90; ao custo de quase R$ 8 milhões, a União de Ensino Superior de Diamantino (Uned) virou pública e deixou de cobrar mensalidade; aumentou o número de alunos, mas vive até hoje em situação precária, sem concurso e com professores improvisados; [ainda] não há evidência de que Gilmar tenha participado das negociações

    04 DE SETEMBRO DE 2017

    (…)

    FONTE [LÍMPIDA!]: https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/315392/Governo-de-MT-estatizou-faculdade-de-parentes-de-Gilmar.htm

  2. Nossos políticos não são flor se cheire. Longe disso, mas são observados de perto pelo grande público, que tem a chance de se livrar deles em cada eleição. Já os concursados, em que eu ingenuamente depositava a esperança de serem o esteio do estado, mostram-se nossa perdição. Montaram uma estrutura oculta especializada em drenar recursos públicos em seu benefício. Quando a nação precisou deles, vemos que são as escoras do golpe, a mão invisível que mantém no lugar aqueles que não têm votos.
    O país só terá futuro, se essa turma sair. E essa turma só sairá pela força. Infelizmente.

  3. Entreouvido em certo fórum, em certa região agrícola do país:

    OK! Essa vocês venceram.

    Vamos mostrar o sujeito oculto no nome do nosso campeão de bilheteria:

    “Polícia Federal – A Justiça é Para Todos [Quatro ‘Pês’]”

  4. A coxinhada descontente com a política, porque eles não estavam no governo, resolveu se socorrer no judiciário.
    O judiciário, lembrando a estória do bode na sala, lhes vendeu um cavalo, pelo qual pagaram um absurdo em empregos, indústria naval, pré-sal, etc.
    Agora receberam o cavalo …… Era grego e de Troia.

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