A vitória apertada (por dois votos, 34 a 32) do projeto que mantém, na Câmara e no Senado, as “emendas de relator” que permitiam (e ainda permitirão) a liberação de verbas públicas de forma arbitrária, segundo as ordens que os relatores designados para a Lei Orçamentária pelos presidentes da duas Casas Legislativas, a rigor, não tem nenhuma serventia.
A questão já está judicializada e, pior, preventa à Rosa Weber (isto é, todos os recursos que guardam relação com a sua decisão de suspender a distribuição de recursos ficam sujeitos à sua relatoria) e nada indica que a juíza vá aceitar a burla que foi montada pelo Congresso para manter estas verbas na penumbra.
E, até o final da semana, uma enxurrada destes recursos será despejada às portas do Supremo Tribunal Federal.
Independente disso, porém, mesmo vencendo por diferença mínima, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sai pessoalmente derrotado.
Igualou-se a Arthur Lira como manipulador de verbas públicas e aquela sua fleugma de “jurista”, que já soava falsa, agora revelou pura hipocrisia e encenação.
Pior, porque tinha número de votos para proclamar uma posição altiva e firmar uma posição pela transparência da destinação de verbas sem ficar na contramão de seus pares no Senado.
Mas escolheu o lado do governo Bolsonaro e de seu esquema de cooptação de parlamentares.
Não há nada de errado em um candidato não ter índices expressivos nas pesquisas. O Doutor Ulisses Guimarães e Aureliano Chaves, mineiro como Pacheco, tiveram votações pífias, mas não se tornaram minúsculos.
Mas tem gente que é tão minúscula que nem quando um um poder lhe cai ao colo não consegue sequer fingir que é grande.