Os números e as ruas

No convés, há certa calmaria, com o predomínio de que tudo vai caminhar melhor, com a economia se recuperando e a vacina à vista para nos livrar da praga da Covid-19 e restaurar a normalidade, ainda mais com o ocaso da figura de Donald Trump a contribuir para a volta de uma esperada “normalidade” planetária.

Nada há de mais distante que isso.

Por já ter se tornado enfadonho para este blog repisar no que está já evidente, embora fora das estatísticas oficiais, deixo de mencionar o crescimento dos casos de novo coronavírus, que aumentaram enormemente sem que as estatísticas oficiais o registrem.

Não é só em doença e morte, porém, que 2021 será tão ou mais funesto que o 2020 que vai se esgotando.

A capacidade de se conhecer, com as limitações que estamos vivendo, a realidade pelas medições estatísticas está imensamente prejudicada. Igual, a possibilidade de estimar o desempenho da economia pelos indicadores de mercado, todos entregues a uma especulação enlouquecida.

Mas existe algo que está visível, a mim e a qualquer um: nossas ruas estão voltando a ficar juncadas de desvalidos e pedintes como logo após a o início da pandemia foi possível perceber. O moribundo prefeito do Rio, Marcello Crivella, já reconheceu este aumento e diz, vejam, que isso causa “constrangimento à população formal”.

Nos supermercados, já é possível sentir a queda das vendas, provocado pelo já decrescente auxílio emergencial e pelo aumento dos preços que não vai ceder pelo espasmo de baixa do dólar, a caminho de ser revertido (hoje já de volta, neste momento, ao patamar de R$ 5,52).

Segunda-feira, algumas centenas de milhares de pessoas perderão o “bico” das campanhas eleitorais, nas pequenas e médias cidades, que encerram os seus pleitos no primeiro turno.

O cenário é sombrio e é nele que você vai encontrar a explicação para o fato de Jair Bolsonaro estar à beira de um ataque de nervos.

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