É inacreditável que o maior e mais rico Estado da Federação esteja quase implorando medicamentos indispensáveis à intubação de pacientes graves ao Ministério da Saúde – que é o único que pode comprar estes fármacos, pois requisitou toda a produção nacional – sob prensa de que pessoas comecem a se contorcer de dor por não suportarem as cânulas usadas na ventilação forçada ou, simplesmente, não receberem suporte respiratório.
O nome que isso merece é o de tortura e morte de pessoas.
O ministro da Saúde, enquanto isso, fica anunciando milhões de doses de vacina com entregas “não sei quando e não sei quantas” para logo, numa puxação de saco desavergonhada de Bolsonaro – são “fruto de uma ação direta do presidente da República, Jair Bolsonaro, com o executivo principal da Pfizer, que resulta em 15,5 milhões de doses da Pfizer já no mês de abril, maio e junho” – e a chegada “de 18 caminhões-tanque” vindo do Canadá (do Canadá?!? De caminhão?!?, eu juro, está escrito na Folha).
Estamos vivendo de promessas seguidas e, de realidade, só as mortes que devem beirar de novo as 4 mil, hoje.