“Paz” de Bolsonaro não dura 12 horas

Como se dizia antes mesmo da votação da PEC da apuração manual dos votos, Jair Bolsonaro, com qualquer resultado, daria como suspeitas as eleições de 22 e diria que o Tribunal Superior Eleitoral, através do ministro Luiz Roberto Barroso, teria intimidado parlamentares, chantageando-os para que não aprovassem a proposta bolsonarista.

Já de manhã cedo, no cercadinho tradicional, o presidente disse que as eleições do ano que vem se darão sob a “mácula da desconfiança”:

— Quero agradecer à metade do parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade que votou contra, que entendo que votou chantageada. Uma outra parte que se absteve, nessa parte, não são todos, mas alguns ali também não votaram com medo de retaliação.(…) E eu perguntaria agora aqueles que estão trabalhando por interesses pessoais, não são interesses do Brasil, se eles querem enfrentar eleições no ano que vem com a mácula da desconfiança, que não é de agora.

Para ficar no patamar de entendimento do bolsonarismo, é o mesmo que dizer que a arbitragem do jogo que se aproxima está “sob a mácula da desconfiança” e que, por isso, qualquer resultado que não seja a vitória de seu time é ilegítimo.

É isso que Arthur Lira chama de promessa do presidente de “aceitar o resultado” da PEC no Congresso. Em 12 horas, a promessa está quebrada e será estressada ainda mais nos próximos dias.

Se é isso que Lira chama de ter “enterrado” este voto manualmente apurado, o fantasma já saiu da cova e vai assombrar o Brasil por muito tempo.

 

 

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