Picaretas insistem com “vacina privada”. O dinheiro não tem pudor.

O tal inútil comitê formado pelos presidente da Câmara e do Senado serviu hoje para botar de fora as manguinhas dos que pretendem ganhar dinheiro com a pandemia.

Os dois voltaram à carga para a tal “compra de vacinas pela iniciativa privada”. É uma esperteza que não resiste a questões básicas:

— Se há vacinas para vender, com entrega rápida, por que elas não podem ser compradas pelo governo?

— Em que país isso está sendo feito?

—Se o laboratório não tem para entregar para governos, tem para entregar a privados por preço melhor? Qual deles está disposto a ser apontado como mercenário de vacina perante um mercado como o brasileiro?

— Quem controla a vacinação para saber se ela não está sendo desviada para a família dos empresários, seus amigos, seus políticos?

— Quem iria pagar o preço (mais alto?) para vacinar poucos, se Paulo Guedes já acenou com isenção fiscal – ou seja, pagar com o imposto que deveriam recolher – para as empresas que comprarem vacina?

Como disse no post anterior, os “velhacos” que controlam o parlamento estão de olho gordo num mercado de milhões, talvez bilhões, feito com o desespero da população, que verá hoje mais quase 4 mil pessoas morrerem.

Vacina privada é lá aquela picaretagem de Minas, onde os empresários de ônibus tomaram às escondidas vacinas que, se não foram contrabandeadas, foram roubadas; se não foram roubadas, são falsas, mera água e sal que injetaram no braço de gente que acha que se pode vencer uma pandemia sem políticas de saúde pública.

Essa gente vem armando há tempos. Será que já nos esquecemos das 33 milhões de doses que estavam sendo compradas por grandes empresas, uma picaretagem tão grande que foram todas elas saindo de fininho, porque era obra de estelionatários?

Acontece que estelionatário só dá golpe em cima de gente “esperta”, que acha que pode se dar bem com algum desvio bem arranjado.

Se isso prosperar, não conte com um mês antes de estourar um escândalo. Porque, afinal, no Centrão tem aquela lei do “vou querer também, senão eu conto pra todo mundo”.

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