Fujo um pouco da política, perdoem, para poder respirar fora da imundície.
Quero falar de saber e de aprendizado, uma que nunca se alcança, outro que nunca descansa.
Um velho conhecido, hoje um amigo, recordou, nos seus 80 anos, da música “Brasil”, cantada por Dalva de Oliveira e Francisco Alves, creio que dos anos 40, que nos descrevia como o “gigante de um continente [que] és terra de toda gente, orgulho dos filhos teus”.
Chamei meu filho, de 14 anos para ver como era o meu tempo das velharias (sim, porque Dalva e sua “Bandeira Branca” agitou os carnavais do pai) e do Chico Alves fomos para o “Aquarela do Brasil” e daí para os desenhos do Walt Disney, em 42, sobre a música e a razão de terem sido feitos, na “cantada” que, precisando de nós, os Estados Unidos nos fizeram na 2a. Guerra, para nossa primeira siderúrgica obtida graças ao “Trampolim da Vitória” de Natal.
Histórias complexas de nossa afirmação como país do século 20, deixando o puro “café com leite e açúcar” do início do século para pretender sermos um país urbano e industrial.
E daí veio a pergunta, impossível de ser respondia por um guri desta idade:
—Você sabe o que é “Senta a Pua”?
Então, com ajuda preciosa que minha geração não teve do Youtube – em compensação, deu-nos os livros – fomos ao nosso Grupo de Caça, guris maltreinados do Correio Aéreo Nacional, pilotando aviões P-47 que mal conheciam, voando picado debaixo de fogo anti-áereo alemão. E entre eles, o Brigadeiro (só depois de morto) Rui Moreira Lima, que venceu os nazistas em 94 missões, mas que só aqui foi capturado, pelos militares que desprezaram a democracia pela qual ele arriscara tantas vezes.
Não nos aceitaram na história os heróis que lutaram.
Aliás, “moderninhos” não querem que tenhamos heróis, acham isso personalismo, mas se desmancham por qualquer subcelebridade que “causa”…
Gosto destes conversas, porque vejo nelas a forma de mostrar que o conhecimento não tem fronteiras nem limites. Partimos do Chico Alves para o Rui Moreira Lima, do despejo do petróleo, regressando séculos, para as correntes da “Volta do Mar” do descobrimento cabralino, do inconformismo de hoje para o tenentismo e das paredes furadas a bala do Brás em 1924.
Como me deprimem estas histórias idiotas do “sou de Humanas, sou de Exatas”, como me provoca nojo a divisão do saber como se fossem artigos de supermercado, dos quais posso levar um sem jamais levar do outro. Ver gente com poder sobre a educação pretendendo que ela seja simples adestramento, que seja imbecilizante, como os tais do “Escola sem Partido” que dever chamar-se “Escola sem Ideias”, esta contradição absoluta que pouco difere do treinamento de cães.
Ter sido um aluno de curso técnico, na Escola Técnica Federal, hoje Cefet do Rio de Janeiro, jamais me limitaram assim, embora seja ainda capaz de calcular resultantes de força numa estrutura de treliças.
Quanto disso, destes supostamente áridos vetores, me permitem pensar o mundo?
Nos depoimentos do documentário “Senta a Pua”, feito sobre o relato de Rui Moreira Lima, um dos nossos pilotos explica porque aqueles brasileiros mal-recebidos nos esquadrões norte-americanos, logo puderam se destacar como os que melhores performances obtinham entre todos os aviadores.
É que, como não tinham nada, ao voar as rotas do Correio Aéreo com os toscos biplanos Waco, dos anos 20, sem rádio, sem planos de voo, quase sem mapas, eles olhavam e aprendiam.
Nosso destino não é uma abstração, é a soma de nosso aprendizado, vontade e desejo.
Que precisam sempre voar, nas asas do conhecimento que, como as dos aviões, só têm serventia se estão em movimento.
Do contrário, a gente não sai do chão.
13 respostas
FREIXO, ainda que seja uma estratégia do capitão confessar que pegou os áudios para federalizar a questão, esse é um tiro que tem que sair pela culatra. Isso porque eles precisam apagar áudios anteriores no sistema da portaria e podem ter feito backup dos arquivos e até mesmo já terem feito as alterações. Então, quando eu digo que o tiro tem que sair pela culatra estou dizendo que nós temos que somar esse crime de responsabilidade com os outros que ele já cometeu e pedir o impeachment dele já, bem como tomar outras providências. Federalizar a questão não vai adiantar nada se ele não for o presidente.
Para melhorar a sua situação e arrefecer os corações Eduardo está compartilhando na internet até aborto espontâneo de sua mulher. Que vergonha!
Ora, capitão. É isso mesmo que estou entendendo: primeiro o senhor diz que pegou anos de gravações da secretária eletrônica da portaria do condomínio. Agora vem dizer que seu filho só fez cópia de dois áudios do dia 14? Um para a casa do senhor e outro para a casa dele?
Uma coisa é certa: vocês acessaram o sistema da portaria do condomínio para fins escusos.
Se seu filho não levou a secretaria eletrônica então fez backup dos arquivos de anos como o senhor disse inicialmente e não somente de dois áudios. Vocês querem apagar os áudios que indicam que Elcio já tinha ido a sua casa outras vezes.
Sendo assim, eu pergunto: considerando que a portaria do seu condomínio é uma casa de mãe Joana, na calada da noite vocês já baixaram o novo backup com as alterações no sistema? Sim. Porque as duas primeiras ligações no dia 14 vocês já apagaram.
O que realmente vocês fizeram com um pen drive que até vírus pode conter?
Aliás, quem garante que na calada da noite vocês não ‘trabalharam’ na tal secretária eletrônica, depois de ter gravado o backup dos áudios durante o dia e as claras?
Vocês não me enganam não.
Eu sonhei que vocês conseguiram alterar até o resultado eleitoral no TSE desviando votos de candidatos de outros partidos para candidatos do partido de vocês. Os votos do Jean Willys foram tão roubados que ele quase não foi reeleito. É por isso que seu filho Dudu é o deputado mais votado do país. Vocês tiveram a colaboração dos israelenses que criaram um vírus e de hackers da CIA. O episódio Bala Fotogênica de uma antiga série americana Sea Quest deve ter sido uma fonte de inspiração para os caras. Numa das cenas deste episódio, um hacker da CIA invade o sistema eleitoral brasileiro durante a transmissão dos votos e descobre que em determinadas regiões os votos estavam sendo fraudados. Daí, ele insere um vírus para impedir a fraude. O hacker era do bem. Risos.
Se depender desse sonho o senhor não baba em Israel e nem foi visitar a CIA a toa não. É como ir numa igreja agradecer secretamente o milagre da eleição, que teve fake news, exploração de facada e culminou com fraude eleitoral.
Vocês não são sujos. São imundos.
CAIU NA REDE!
Moro está bem adestrado
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Muito legal. Fugindo da política, você escreveu um texto com a essência da política. Eu não sabia nada sobre o Brigadeiro Rui Moreira Lima e fui pela internet afora por algumas horas, conhecendo e entendendo mil histórias, sobre heróis torturados e torturadores elevados à condição de heróis. Grato pela oportunidade de aprender… sim, sem descanso.
FREIXO, ainda que seja uma estratégia do capitão confessar que pegou os áudios para federalizar a questão, esse é um tiro que tem que sair pela culatra. Isso porque eles apagaram ou vão apagar áudios anteriores ao dia 14 no sistema da portaria e podem já ter feito backup dos arquivos e até mesmo já terem feito as alterações junto com o dia 14. Então, quando eu digo que o tiro tem que sair pela culatra estou dizendo que nós temos que somar esse crime de responsabilidade com os outros que ele já cometeu e pedir o impeachment dele já, bem como tomar outras providências legais. Federalizar a questão não vai adiantar nada se ele não for o presidente.
Na verdade, ele confessou um crime de obstrução à justiça e foi o que realmente eles fizeram.
Em outras palavras: Falar que ele deseja apenas federalizar as investigações dá a impressão que ele não mentiu. Acontece que eles já apagaram no mínimo dois áudios do dia 14 no sistema da portaria.
Jonnhy Bravo é um personagem idiota. Quando o capitão se declarou Jonnhy Bravo ele não mentiu. Vive em cima de motos como se fosse um rapazinho com um monte de seguranças atrás dele. Não tem responsabilidade nenhuma. Criou seus filhos sem noção de valores e eles são tao irresponsáveis quanto ele. O capitão é um insano. A única coisa que está conseguindo fazer com sua boca maldita desde que assumiu o cargo de presidente da república é desestabilizar o país, semear o ódio, difamar e perseguir pessoas, instituições e nações. O problema é que ele , além de doido, é um idiota mal intencionado, criminoso e perigoso. Ele está envolvido na morte de Mariele sim. Fraudou a campanha eleitoral em mais de um aspecto sim.
PENSANDO BEM: independente de ficar caracterizado ou não o crime de obstrução de justiça é FALTA DE DECORO para exercício do cargo presidencial interferir em investigações criminais sejam elas quais forem, e o fato do próprio presidente estar associado às investigações é um agravante. O capitão já incorreu em outros incidentes que configuram quebra de decoro e a soma é muito produtiva para um pedido de impeachment. Em outras palavras: em minha opinião, o conjunto da obra pode embasar um impeachment. Além da obstrução de justiça, na semana passada restou evidenciado que ele cometeu outros dois crimes de responsabilidade em relação ao livre exercício dos poderes da república. Mandou o Frota calar a matraca cerceando a liberdade de expressão de um parlamentar e, portanto, interferindo no livre exercício do Poder Legislativo. Por outro lado, foi publicado um vídeo com ataques ao STF. Ele se desculpou e ao mesmo tempo se eximiu da culpa. Porém, no outro dia, um dos seus assessores no planalto reiterou os termos do vídeo e ele não mandou ele ‘calar a matraca’ e muito menos o demitiu para se isentar da culpa. Ele tem obrigação de exigir que seus assessores e ministros respeitem os demais poderes, sob pena de ficar caracterizada uma interferência do seu governo no funcionamento e no livre exercício dos mesmos. Pois bem. Como se não bastasse o capitão cometeu abuso de poder ao escalar Moro para interferir nas investigações do assassinato de Mariele no sentido de coagir e ameaçar o porteiro. Não adianta. O homem tem índole ditatorial. Quer controlar todos os poderes e instituições. Cedo ou tarde terá que ser cassado.
Para melhorar a sua situação e arrefecer os corações Eduardo está compartilhando na internet até aborto espontâneo de sua mulher. Que vergonha!
Tempos findos, Brito. Bom ratificar que não estamos sozinhos neste sentimento
Êta Cara Bão no manejo de ideias!! Obrigada Brito. Você me salva todos os dias. A sua narrativa ajuda a respirar nessa imundície.
Brito, Obrigada por compartilhar conosco seus ensinamentos. Amo acompanhar seu site todos os dias.
Brito, sua reflexão me fez sentir vontade de escrever aqui um comentário sobre minha última participação no congresso mais importante da minha área, a Anped realizada aqui na UFF, semana passada. O caso foi assim: eu e uma colega apresentamos um ensaio no grupo de trabalho Filosofia da Educação, fruto de nossas reflexões sobre um projeto que desenvolvemos em escolas públicas em Angra dos Reis, que tem como base a filosofia, a literatura e a poesia. Partimos da própria realidade em que nos situamos: das aflições de nossos alunos pobres (quase todos); da realidade social em Angra pós golpe, da precariedade em que mergulharam a universidade, etc. Abordamos desde o suicídio como reposta ao absurdo da vida (numa leitura de um filósofo italiano) à defesa da arte e em particular da poesia para “recuperar” o sentido da vida e da humanidade já perdidos. Apresesntamos PowerPoint com perguntas fisiológicas das crianças e com poemas também delas. Ao final da nossa fala, um professor com sotaque estrangeiro fez uma crítica ao nosso trabalho porque nós valorizamos mais a poesia que a filosofia, no trabalho. Minha reposta, que não divergiu da resposta da colega, foi que estou cansada da verdade europeia e quero me voltar mais para a nossa ancestralidade latino americana. Disse a ele que chegamos até aqui por força do universalismo europeu e eu penso que a saída passa por uma outra via. Aprender com a nossa experiência e com nossos ancestrais e pensadores nativos
Infortunadamente,a despeito do lindo texto,que também a mim,remete aos velhos tempos,são VERSOS OU PALAVRAS VÃS,pois ficamos a ver navios,sem POVO.Tirante poucos,resta o REBOTALHO.