Atacar a China, como fizeram o filho presidencial e o ministro das Relações Exteriores, nada mais é que seguir a cartilha do “mestre Trump” que, na imagem flagrada pelo The Washington Post da emenda à mão feita pelo presidente para trocar, no seu discurso, coronavírus por chinesevírus (vírus chinês).
É a ideia obsessiva dos autoritários, a de arranjar um “inimigo externo” e, assim, ser perdoado por seus erros e omissões.
Aqui, pode-se até admitir que Eduardo Bananinha (feliz expressão que cunhou o general Mourão) possa ter feito apenas por ser um mentecapto ideológico. Mas o apoio que lhe foi dado por Ernesto Araújo, a vergonha do Itamarati, certamente teve a ordem presidencial.
Aliás, talvez fosse o caso de lançar a “quarentena sem partido”, porque é inexplicável que o governo brasileiro tenha proibido voos internacionais mas abrindo exceção aos Estados Unidos.
Ora, o EUA foram, ontem, o país com maior acréscimo de casos novos de coronavírus (4.530) e o sexto maior número de casos totais (quase 15 mil). Nova York está com emergência decretada, pedindo socorro por falta e máscaras, respiradores e outros equipamentos. Aqui, você vê a cidade praticamente parada.
Eles, é possível, devem até estar torcendo para que haja uma”retaliação” chinesa e se cancelem os envios de equipamento necessário para salvar vidas brasileiras.
Duvido que haja, mas não de que o impulso chinês arrefeça.