Quem ama o Brasil nunca é meu adversário

Tenho, todos sabem, assumido a defesa da oportunidade do leilão do campo de Libra.

E não porque me agradem os leilões de áreas petrolíferas de nosso país.

Defendo porque é, nas condições presentes hoje, a certeza de duas coisas.

A primeira, e afirmo com a certeza mais absoluta, é a de que a Petrobras terá o controle – além do operacional – comercial desta imensa província petrolífera. Um ato abominável, o da espionagem americana, tirou das companhias americanas as condições políticas de terem uma vitória comercial na sua disputa, e isso não só aliviará a pressão pela concessão de outras áreas – na maioria já entregues diretamente à Petrobras – como nos dará os recursos para buscar novas e imensas jazidas, de forma autônoma.

A segunda, é a de que surge uma janela de oportunidade para que, com a demanda chinesa por petróleo, possamos obter, em condições comerciais vantajosas e com a preservação do controle nacional sobre o petróleo, os capitais que carecemos para que, com a capacidade operacional provada e comprovada de nossa petroleira, possamos antecipar a recuperação daquele tesouro, do qual o povo brasileiro precisa com urgência, para animar nossa economia e financiar a revolução educacional sem a qual jamais seremos livres e prósperos.

Nem todos têm a mesma visão e, entre eles, alguns que me merecem  respeito e admiração.

Um deles é Paulo Metri, engenheiro e combatente da Petrobras, com quem troco e-mails divergentes, mas absolutamente fraternos.

Paulo escreveu-me agora, com um artigo que ainda não tem onde ser publicado, contra o leilão.

Não tinha onde ser publicado, mas agora tem, porque o publicarei aqui.

Por duas razões.

A primeira é que sei que Paulo Metri, passado este episódio, vai perceber – com a lucidez que o fez apoiar o marco regulatório da partilha, dissentindo do radicalismo que exigia “monopólio ou nada” – que não se pode desprezar a política e alcançar o possível é a escada para o desejado, mas ainda impossível.

A segunda é que quando Paulo Metri não consegue enxergar com toda a clareza é porque seus olhos estão marejados por seu amor – e amor, às vezes, cega – pelo Brasil.

Tenho dito a ele que travemos nossa polêmica em público e ele reclama de que tenho aqui, neste blog “um palco” que ele não tem.

Dois erros: nem é um palco, mas uma trincheira, e ele a tem, porque defendemos o mesmo, essencialmente.

Quanto ao artigo, não o rebaterei, porque concordo com a essência do que diz.

Mas sei que, no dia 22, um dia após este leilão, que ambos não desejaríamos, ele vai sentir que tudo se passou como ele vaticina: “você será um vitorioso e terá Libra para você, seus pares e seus descendentes usufruírem”.

O artigo de Metri:

 

Descolamento do Povo

Paulo Metri

Comigo, ocorre um fato, que acho ser incomum. Quando escuto o hino nacional, pode até ser em um estádio de futebol, me emociono e sinto vontade de chorar. Nestes momentos, sinto a sensação de estar protegido, de fazer parte de um grupo de pessoas com identidade comum e, como tal, tenho maior chance de ser aceito. Mas, mais que isso, sem olhar para nenhum ser específico, sinto orgulho de ser brasileiro, pois é um povo solidário, humano e amigo.

Os russos têm orgulho deste amor pátrio a ponto de chamarem seu país de “Mãe Rússia”. Mãe é o ser que nos acolhe, afaga, protege, estimula e consola. Que sentimento lindo têm os russos da sua pátria. Será que foi preciso defender, em passado recente, seu próprio território de duas invasões brutais para se chegar a este nível de amor? Se Napoleão e Hitler conhecessem melhor o povo russo, talvez não tivessem feito o erro de invadir sua terra.

Notem que não estou me contrapondo ao “internacionalismo”. Sou solidário a todos oprimidos do mundo, até na luta para um atendimento médico universal do povo dos Estados Unidos, o presente império. Só não sei como ajudar os carentes do mundo, sem notar as fronteiras que os agrupam em países, com inúmeras características diferentes. Sem esquecer o todo, creio que nossa luta, por enquanto, deve se concentrar dentro das nossas fronteiras.

Mas, no Brasil, existe um componente, que não sei se é exclusivo nosso, mas sei que, aqui, é bastante acirrado. A elite brasileira odeia o nosso povo, à medida que é capaz de compor com forças estrangeiras, em troca de algumas compensações, contra seus irmãos do mesmo solo. Em poucos momentos do nosso país, tivemos governantes que lembravam, por exemplo, os fundadores da independência americana. E, quando ocorria um, a mídia e os conservadores criavam uma série de calúnias para retirá-lo do poder. Sobre este ponto, San Tiago Dantas já dizia: “Em nosso país, o povo enquanto povo é melhor do que a elite enquanto elite”.

Vejam o que acontece com o campo de petróleo de Libra, uma riqueza estimada em torno de 1,5 trilhão de dólares. Um parêntese para facilitar o entendimento. “Trilhão” é uma medida de valor incomum, que mais parece se estar falando de distâncias planetárias. Pode ser entendida como sendo “milhar de bilhões” ou “milhão de milhões”.

Desta forma, o campo de petróleo de Libra é um presente de Deus ou do destino, como preferir o leitor, que, agora, o capital internacional, sua mídia comercial, que, consequentemente, é inimiga do povo brasileiro, seus representantes corruptos no cenário político brasileiro, e lideranças conservadoras vendidas tentam roubar dos seus verdadeiros donos, para usufruto do mesmo capital internacional. Trata-se do “roubo da vez”, com a diferença que será, se concretizado o leilão deste campo no próximo dia 21, o mega-roubo ocorrido no Brasil no presente século. Apesar deste século estar iniciando, certamente, não ocorrerá nada igual até seu fim.

Portanto, se junte a esta luta dos brasileiros de bem contra a dominação estrangeira sobre nosso governo, políticos e a mídia comercial, enfim, os poderosos, e contra a usurpação de riqueza inestimável do nosso povo sofrido, que, agora, poderia ter com ela sua redenção. Assim, vá às manifestações, faça-se presente, seja solidário com o povo de onde você brotou e onde está. Não se iluda com a mídia mentirosa, que tenta lhe enganar, carregue a bandeira “Pelo cancelamento do leilão de Libra” ou “A favor da entrega de Libra à Petrobras”. Na pior das hipóteses, que não ocorrerá, você se sentirá solidário e, na melhor, você será um vitorioso e terá Libra para você, seus pares e seus descendentes usufruírem.

Finalizando, tenho orgulho de cada lágrima derramada durante as execuções do hino nacional.

 

 

 

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22 respostas

  1. Há limites para transigir, decerto.
    Paulo Metri (que pelo depoimento emocionado e pelo que já li dele na Carta Maior ama o Brasil e por conseguinte, essencialmente, o povo brasileiro) é digno e merecedor de confiança.
    Do Fernando só posso dizer o mesmo.
    A questão, para a qual não tenho resposta clara ainda, é se a margem de manobra para composições que resultem em maiores ganhos do que perdas será ou não transposta, com o leilão que se aproxima.
    Governar realmente é muito complicado. As variáveis são inúmeras, os interesses, refiro-me aos lícitos, são também muitos. De uma maneira geral, o que tenho de sólido em relação ao governo Dilma no particular é a preocupação constante com o fortalecimento do país nas negociações externas. Essa tem sido a sua conduta. Secundariamente, há negociações, que por premência absoluta ou por exigência de olhar global, mostram-se necessárias, o que não quer dizer que sejam as ideais. Este é o mundo real. Talvez seja o caso do presente leilão. O resultado que será colhido, a depender de quem ganhe – se forem empresas estadunidenses por exemplo, acho que ainda há uma ou duas interessadas, politicamente o governo e o país sairão desgastados; se a associação for realizada com grupos ligados aos BRICS, penso que será o oposto: sairão fortalecidos governo e país.

  2. Dilma disse em 2010 que privatizar o Pré-Sal era crime. Mas agora que é governo está fazendo tudo ao contrário do que disse. Isso é trair a nossa confiança que demos o nosso voto a ela porque a mesma nos garantiu que o petróleo era dos brasileiros. Mas como sempre os políticos quando estão no poder esquecem o povo e olham somente para os empresários, sejam nacionais ou estrangeiros.

    Aqui o vídeo do discurso da Dilma em 2010 sobre o Pré-Sal.
    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=U834d9HRME0

  3. Acho que o governo mais uma vez falha na comunicação. Não esclarece pra gente, o que significa esse leilão. Tem gente legal dos dois lados e eu, tenho certeza que mais um monte de gente, fica sem entender. Uns acham um crime, outros uma grande oportunidade. Como é um fato importante, o governo deveria se sentir na obrigação de esclarecer. Qual o significado desse leilão para a Petrobras, para o Brasil e para o seu povo.

  4. O PETRÓLEO E SUAS CIRCUNSTÂNCIAS

    ORIGEM E FORMAÇÃO DO PETRÓLEO

    Você sabe, certamente, que petróleo vem do latim: petrus (pedra) mais oleum (óleo ou azeite).

    É uma mistura de hidrocarbonetos, formado pelo aumento da temperatura em depósitos de matéria orgânica, em sub-superfície. Este processo, denominado catagênese, ocorreu na terra ao longo de milhões de anos. O gás e o líquido, produzidos por este processo, “correram” pelas rochas sedimentares, até encontrar uma rocha selante. Esta serviu para armazenar o óleo e o gás. Este local é denominado reservatório: rochas impregnadas por gás, na parte superior, uma mistura de gás e óleo, só óleo e na parte mais baixa é encontrada água.

    Quando não havia uma rocha selante, ele chegava até a superfície, daí os relatos de areias que se inflamavam, as pedras – na verdade folhelhos – com cheiro de alcatrão e outros similares na antiguidade.

    Atualmente, estes óleos superficiais, ou de pouca profundidade, chamados “tar sands” ou “shale oil” e “shale gas” tem sido utilizados pelos EUA como pressão no mercado. Este será um tópico específico, mais adiante.

    Muitas vezes se vê na imprensa uma notícia que leva a pensar que petróleo e gás são coisas distintas, que se procura diferentemente um ou outro. Como diria o Batman: Santa ignorância. Só há uma coisa: o petróleo, ou na forma líquida – óleo – ou na forma gasosa – gás – ou na forma de folhelhos ou areias betuminosas, que no Brasil chamamos xisto e nos EUA: shale oil ou shale gas.

    PRIMEIROS PASSOS DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

    Em meados do século XIX começaram a surgir empreendedores e empresas com objetivo de encontrar petróleo. As primeiras perfurações ocorreram quase ao mesmo tempo na România, no Azerbaijão, na Escócia, na Pérsia, no Canadá e nos EUA. O sucesso de algumas destas perfurações levou à constituição das primeiras empresas – a Standard Oil e a Texaco, nos EUA, a Shell, no Reino Unido (UK) e Holanda, a Anglo Persian, também no UK.

    Esta indústria foi organizada em dois segmentos: o upstream, que se encarregava de encontrar os reservatórios de petróleo e colocá-los em produção, e o downstream, que transformava este petróleo cru ou bruto em derivados e fazia seu transporte e comercialização. Com o tempo, a indústria petroquímica, criada no ambiente do downstream, ganhou status próprio.

    A disputa por áreas de exploração e mercados consumidores levou a Standard Oil de New Jersey (hoje a Exxon), a Royal Dutsh Shell e a Anglo Persian (hoje British Petroleum – BP) a se reunirem num castelo escocês, em 1928, firmando o Acordo de Achnacarry (nome da localidade do castelo). Por este acordo, um novo Tratado de Tordesilhas, o mundo foi repartido entre estas empresas. Logo em seguida, associaram-se ao Acordo a Standard Oil de New York (atual Mobil, que se fundiu com a Exxon) a Standard Oil da California (atual Chevron, que incorporou a Gulf e a Texaco, também signatárias do Acordo) e, posteriormente, a Elf Aquitaine (hoje absorvida pela Total). Vê-se que este segmento econômico não brinca e joga pesado. Falar em concorrência, competição, disputa de mercado, no mundo do petróleo, é uma ofensa à inteligência e um enorme cinismo.

    O NEGÓCIO DO PETRÓLEO DE ACHNACARRY ATÉ OS ANOS 1960

    É evidente que o segmento downstream pode estar em qualquer lugar, mas a boa gestão da indústria recomenda que se implante as refinarias e distribuidoras nos locais próximos dos consumidores. Já o upstream só pode estar onde houver reservatórios de petróleo. Durante meio século, o downstream dirigiu o negócio do petróleo. É curioso verificar que o preço do barril de óleo cru quase não variou em cinco décadas, enquanto os derivados flutuavam de acordo com as ofertas, controladas pelas petroleiras e os eventos políticos e econômicos. Assim os ganhos do Irã, do Iraque, da Argélia, da Arábia Saudita quase não eram alterados, sempre próximos a meio centavo de dólar por barril, enquanto o querosene, por exemplo, sofria as conseqüências das guerras, dos esforços de reconstrução após a crise de 1929 etc.

    Desde os anos 1950 ocorreram vários fenômenos que perturbaram este tranqüilo cenário. Primeiro a pressão nacionalista, advinda com o fim da II Guerra Mundial e a consciência dos seus recursos naturais pelas antigas colônias; surgem Mossadegh, no Irã, Nasser, no Egito, Ben Bella, na Argélia, Lumumba, no Congo, e até um europeu – Enrico Mattei – resolvem questionar este sistema espoliador das chamadas sete irmãs. Seguem-se então deposições e assassinatos, mostrando que petróleo é briga de cachorro grande. No Brasil, a argúcia de Getúlio Vargas consegue criar a Petrobrás, mas a campanha que se desencadeia sobre sua pessoa e seu governo acaba por levá-lo ao suicídio.

    Em 1960 é criada a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), e, em 1968, reúne-se pela primeira vez um grupo de pessoas vinculadas a estados, empresas e instituições de ensino e pesquisa sediadas na Europa, EUA e Japão (países que chamaremos doravante OCDE) fundando o Clube de Roma. A OPEP inicia buscando elevar por acordo o preço do óleo cru, que só conseguirá, em 1968, quando as “majors” descobrem petróleo no Mar do Norte e precisam viabilizá-lo economicamente, com preços maiores do que os então praticados. O Mar do Norte mostrou ser um fracasso e, hoje, é um problema de segurança e ameaça o equilíbrio ecológico da região, apenas a Noruega, que adotou um modelo de intervenção estatal e controle dos reservatórios e da produção conseguiu êxito econômico e social.

    Vendo que saiam de seu controle as políticas e preços do petróleo, o conjunto industrial e financeiro, usa, inicialmente, o Clube de Roma para segurar o desenvolvimento, com ameaça do breve fim do petróleo. Na época se escrevia que o petróleo perderia importância nos próximos 50 anos (2010-2020). Henry Kissinger incentiva a criação de um organismo internacional – Agência Internacional de Energia AIE – com o objetivo implícito de controlar a ação da OPEP, em 1968. Assim, os dois choques do petróleo – 1968 e 1970 – acabam por transferir, não mais o petróleo, mas seus ganhos financeiros para os bancos anglo-americanos, pelos testas de ferro que passaram a governar o Irã (Reza Pahlavi), o Egito, a Arábia Saudita e uma série de inexpressivos sultanatos e reinados no Oriente Médio.

    MAIS UM POUCO DA TÉCNICA PETROLEIRA

    Uma empresa de petróleo só pode ter este nome se detiver reservas de petróleo. Pode parecer um truísmo, mas a leitura dos “especialistas” na grande imprensa – Folha, Estadão, Globo – com malabarismos de lógica e muitas inverdades passam a impressão de que a Petrobrás e o Mac Donald são comparáveis.

    Além da descoberta, o modelo de produção dos reservatórios vai determinar quanto e por que tempo ele produzirá. Do petróleo que está impregnando as rochas se consegue produzir, nas condições tecnológicas de hoje, em torno de 50%. Há muitas variáveis, além do sistema rocha-fluido, que determinam como e quanto devemos produzir para obter o máximo dos reservatórios. Tive um experiência pessoal muito emblemática a este respeito. Num país africano onde trabalhei, havia uma descoberta que fora entregue a uma empresa americana, que chamamos independente, isto é, não pertence ao domínio das majors. Para maior e mais rápido lucro, esta empresa aproveitou a inexistência de capacitação técnica do país para usar o gás (energia natural) do reservatório para produzir, sem cuidar da preservação do reservatório. Em pouco mais de um ano ,entregou o campo para o país e se mandou, deixando uma reserva, possivelmente com cerca de 80% do óleo in situ, sem condição, aos preços e tecnologia da época, de serem recuperados.

    O Governo Lula agiu com extraordinária competência e na defesa dos interesses brasileiros quando determinou que a Petrobrás fosse a única operadora do pré-sal e participasse com, no mínimo, 30% do grupo produtor, a fim de ter acesso às informações e voz nos conselhos. Assim, o Brasil estará evitando uma produção predatória de seu petróleo. A empresa estatal do Pré-Sal será mais uma incógnita, ou se vale do conhecimento da Petrobrás, formando-se com seus técnicos, um verdadeiro bis in idem, ou será uma porta voz de outros interesses, como as Agências Reguladoras o são, em geral.

    A PETROBRÁS

    Um país, onde o complexo de vira-lata não fosse tão entranhado em seu povo e sua elite sempre voltada para uma casa em Miami e produtos exóticos, veria a Petrobrás como um orgulho nacional. Desde seus primeiros dirigentes, a Petrobras teve a total compreensão de que só poderia contar com seus próprios recursos, e partiu para formar toda a diversificada gama de profissionais de uma empresa de petróleo. Apenas durante o período de Fernando Henrique Cardoso, a Petrobrás deixou de admitir e treinar técnicos e profissionais. Isto criou um buraco de oito anos, que tem sido resolvido pela manutenção de profissionais que já poderiam se aposentar e na rápida promoção dos jovens ainda que pouco amadurecidos.

    Foi assim que a Petrobrás formou uma equipe de profissionais da mais alta qualidade técnica. No caso da exploração de petróleo, em particular, a complexa geologia das bacias terrestres brasileiras, que levou o célebre Mister Link a afirmar, com razão, que nas bacias sedimentares terrestres do Brasil não havia petróleo, aprimorou de tal forma a excelência dos geólogos e geofísicos da Petrobrás que vale a pena contar um episódio. No Iraque, uma área próxima da fronteira com o Irã, a Exxon, a Shell, a BP e outras das grandes companhias de petróleo estiveram pesquisando por vários anos e devolveram a área, pois não acreditaram haver petróleo. A Petrobras, pela Braspetro, resolveu se candidatar, pois o insucesso das majors havia deixado esta área muito atrativa em termos do pagamento de bônus para o Iraque. Foi então descoberto o Campo de Majnoom, a maior descoberta dos últimos 15 anos, na época.

    A Associação Americana de Geólogos de Petróleo – AAPG, as Sociedades de Geofísica, o Instituto Francês de Petróleo e todos os encontros técnicos internacionais fazem questão da presença dos geólogos e geofísicos da Petrobrás, considerados a melhor equipe dentre as empresas de petróleo.

    Outra área na qual a Petrobrás tem reconhecida capacidade técnica, como das melhores do mundo, é da avaliação das formações e estudos matemáticos dos reservatórios. O conhecimento dos reservatórios, situados a milhares de metros da superfície – terrestre ou do piso marítimo – é fundamental para a produção de óleo e de gás. Tudo que se tem são as linhas sísmicas e as amostras coletadas pela perfuração dos poços, além dos perfis de propriedades físicas que são feitos durante estas perfurações. Mas as corretas dimensões do reservatório, as formas e disposição das rochas, como se relacionam os diversos fluidos, entre eles e com estas rochas, e muitas outras questões são respondidas por programas de simulação e de construção matemática destes reservatórios. Já há muitos anos, todos estes programas são feitos pelos profissionais da Petrobrás ou são adquiridos com a permissão de alterá-los, a fim de ficarem dentro dos padrões adotados na Petrobrás.

    A ECONOMIA DO PETRÓLEO APÓS OS “OIL SHOCKS”

    O mundo econômico mudou muito após os anos 1970 e, também, o da economia do petróleo. Foram os governos de Ronald Reagan e de Margaret Thatcher, sempre a articulação financeira anglo-americana, que venderam o “fim da história” e o neoliberalismo.

    Algumas considerações prévias são necessárias. O petróleo é, e eu escrevo e assino que continuará sendo em todo século XXI, a mais econômica e comercial fonte de energia, excluindo a hidroeletricidade que tem, no entanto, a restrição geográfica. Os programas de conservação de energia, muito bem conduzidos em todo mundo, não chegaram a reduzir de modo significativo a demanda por petróleo. Acresce a este quadro o aumento extraordinário dos ganhos dos produtores, em especial dos países árabes, de baixa taxa demográfica e governos medievais, gerando o que se chamou “petrodólares”. Para avaliar este ganho basta lembrar que em 1965, o barril de óleo cru custava US$ 1.80, e, em 1975, US$ 11.58, enquanto o galão de gasolina, em média, nos EUA, nestes mesmos anos, custava US$ 0.31 e US$ 0.75. Como é óbvio, o mundo financeiro correu voraz para apropriação destes dólares; daí a necessidade de oferecer rentabilidade a este capital e procurar mantê-lo nos bancos europeus e americanos. Nasce a febre dos derivativos, das privatizações e dos relaxamentos nos controles financeiros. É a origem desta farsa chamada crise de 2008.

    No Brasil, o Presidente Geisel foi intimado a abrir para empresas estrangeiras a exploração e produção de petróleo, os chamados “contratos de risco”. Teve também início o desmonte do parque industrial brasileiro, que atingiu seus pontos altos com Collor e com FHC. Mas não se achava nenhuma nova área de significativas reservas de petróleo, o que levou os EUA a guerrear com o Iraque, a 4ª maior reserva de petróleo, ainda com participação estatal. Para aumentar este desconforto, surge a China, num arrojadíssimo programa de desenvolvimento econômico demandando petróleo e minérios.

    O PRÉ-SAL E O MOMENTO ATUAL

    Com esta situação de economia em crise na OCDE e o surgimento, ainda não formalizado, dos BRICS, a competência técnica da Petrobrás, mais uma vez, leva à maior província petrolífera descoberta fora do Oriente Médio. A imprensa tem procurado diminuir a importância do pré-sal, mas para que você tenha uma idéia do que ele representa,veja o seguinte:

    Maiores Reservas de Petróleo – Arábia Saudita, 267 bilhões de barris, em queda acentuada. Deve ser superada pela Venezuela, 211 bilhões de barris, mas, em grande parte de óleo pesado (daí o interesse na PDVSA na construção de uma refinaria em Pernambuco, especializada em processar óleos de baixo grau API). O grau API – American Petroleum Institut – indica, a grosso modo, a leveza do óleo, um API 50 já seria uma gasolina e um API 8, um asfalto, aproximadamente. A terceira maior reserva está no Irã – 151 bilhões – e a quarta no Iraque – 143 bilhões. O Brasil, sem o pré-sal tem 15 bilhões de barris. Cálculos bastante realistas indicam que o pré-sal pode até decuplicar estas reservas, ou seja, colocaria o Brasil entre as cinco maiores reservas do mundo, e, mais ainda, de um óleo leve, com API superior a 31. Não há dúvida do interesse estrangeiro e das pressões de toda ordem, que a visita do Obana à Dilma, tão logo foi eleita, a espionagem dos EUA à Petrobras e toda a campanha da imprensa são somente a parte visível de tudo que se está fazendo contra a Petrobrás e o Brasil.

    Os argumentos mais comuns sobre a política do pré-sal tem sido:

    1 – a Petrobrás não tem tecnologia, já desmentido pela produção de 300 mil barris por dia (b/d). Ao contrário, quem não detém tecnologia para produção em águas ultra-profundas são as majors.

    2 – a Petrobrás ou o Brasil não tem recursos financeiros. Os bancos emprestam quando há garantias. Ninguém empresta para procurar petróleo, este recurso vem das próprias empresas. Mas para produzir de reservatórios já existentes, todos o fazem. Seria, na pior hipótese, negociar um empréstimo em condições difíceis, o que não é o caso, como comentarei a seguir.

    3 – o Brasil tem outras necessidades mais urgentes. Responderei a esta crítica na análise do leilão do campo de Libra.

    ATUALIDADE FINANCEIRA

    Em março de 2000, estive trabalhando em Angola e fiz uma palestra para a direção da Sonangol (estatal de petróleo) e autoridades das áreas de petróleo e energia. Quando falei dos investimentos, alertei que o mundo financeiro internacional estava a beira de uma crise, devido a falta de rigor nos controles e a enorme quantidade de papéis sem lastro. Mas, acreditava eu, as autoridades responsáveis do Banco Mundial, FMI, Banco Central Europeu, FED, Tesouro inglês e americano, não deixariam a situação explodir. O que me parecia possível era uma retração do crédito para enxugar os derivativos, de modo paulatino, até um padrão administrável. Assim, aconselhava que fizessem uma provisão para não diminuir o ritmo dos trabalhos de exploração e produção que caminhavam muito bem. Naquele ano, as reservas de Angola já eram maiores do que as do Brasil, mesmo com as descobertas na Bacia de Campos.

    No entanto a ganância foi maior do que a moderação, criaram-se hipotecas imobiliárias de enésimo grau e, ao fim, foi provocada uma crise, com a falência do Lehmann Brothers, articulada por Henry Paulson, secretário do Tesouro americano, e Ben Bernanke, presidente do FED, como foi minuciosamente descrito pelo analista Mike Whitney ([email protected]), para coagir o Congresso a liberar, de início, 700 bilhões de dólares, salvando os bancos que estes senhores representavam, e depois com os “afrouxamentos quantitativos” (QE), expandindo inflação para o mundo inteiro.

    Desta forma,com enormes emissões de dinheiro, de um lado, e forte rigor fiscal, de outro, destruindo todas as políticas sociais, há muito dinheiro nos bancos e em algumas empresas pertencentes a este mesmo sistema, que precisam ter rendimento. Logo, não seria difícil, apenas daria muito trabalho negociar seus rendimentos, arrumar dinheiro para desenvolver o pré-sal. Só uma pitada adicional: toda a articulação Paulson-Bernanke foi acompanhada pela Autoridade de Serviços Financeiros do Reino Unido (FSA) como pode ser acompanhada pelas movimentações especulativas em torno de 19 de setembro de 2008.

    O segundo argumento da lista acima fica, assim, sem fundamento.

    O LEILÃO DE LIBRA

    À esquerda e à direita brotam críticas ao leilão de 21 de outubro próximo. Há dois aspectos que devem ser analisados. Primeiro é a existência de um parque industrial e estaleiros, no Brasil, que atenda às demandas do desenvolvimento da produção no pré-sal. Já nos referimos ao desmonte das indústrias brasileiras. É triste lembrar que, entre os Governos Costa e Silva e Geisel, o Brasil teve estaleiros e um programa de construção de navios que o levaria a auto-suficiência neste setor. Hoje, voltamos praticamente a 1963. Foi somente no segundo governo Lula e neste governo Dilma que o Brasil passou a ter, de modo muito suave, novamente, uma política industrial.

    Deste modo, uma fraqueza no desenvolvimento de Libra e das outras áreas está na resposta que a indústria nacional ou instalada no Brasil possa dar. Não dá para contar com os parques norte-americano e europeus. Primeiro pela desmobilização que o desemprego já provocou nestes países, depois pelo conflito de interesse entre suas empresas de petróleo, que estão ficando sem petróleo, e a produção comandada pela Petrobrás. A desistência das empresas anglo-americanas de petróleo ao leilão, bem mostra como está a pressão industrial e financeira para se apropriar desta riqueza. O sócio possível são as empresas chinesas. Elas tem dinheiro, precisam de encomendas para prosseguir no desenvolvimento do país, empregar e alimentar bilhões de pessoas, além da garantia de fornecimento de petróleo. Acresce que elas reconhecem que só a Petrobrás tem condições técnicas de conduzir este trabalho. Não será surpresa se Libra for dividida entre a Petrobrás e as empresas chinesas. O Brasil tem alguns estaleiros em construção e é preciso que controle o câmbio e as taxas de juros para ter um consistente e contínuo desenvolvimento industrial. É bom não esquecer que durante os governos de Costa e Silva a Figueiredo foi o câmbio administrado que possibilitou a construção da infra-estrutura logística e o desenvolvimento industrial brasileiro, independentemente da crítica que se tenha à repartição da riqueza produzida.

    O Leilão de Libra pode trazer uma oportuna associação da Petrobrás com empresas brasileiras e chinesas com proveito para todos.

    SHALE OIL E OUTROS TÓPICOS

    O país mais dependente do petróleo, em todo mundo, é os Estados Unidos da América. Isto porque calcou num petróleo abundante e barato da primeira metade do século XX todo seu desenvolvimento econômico.

    Esta situação vem mudando e as guerras coloniais, quer pelas canhoneiras inglesas quer pela ideologia de Hollywood e das frotas, já não tem o poder e a influência de outrora. Veja-se, por exemplo, as derrotas militares dos EUA e as primaveras árabes e sul-americanas. Assim, as pressões passam a usar, o que também não é novidade, a desinformação da grande maioria das populações. Os jornais e até publicações especializadas tem apresentado as “descobertas” do gás de reservas betuminosas como a independência energética dos EUA. Vamos aos fatos. A Petrobrás já teve em sua organização a Superintendência de Industrialização do Xisto (SIX), no Paraná, onde se encontra a maior reserva de xisto do Brasil. Após alguns anos de trabalho, a SIX foi extinta. Embora ainda não houvesse o rigoroso controle de danos ambientais de hoje, quer pelas conseqüências ecológicas quer pela economicidade, o óleo de xisto não compensava.

    Os EUA estão divulgando uma produção de hidrocarbonetos para 2035 de 97 milhões de b/d, inteiramente dos gases líquidos e dos “recursos não convencionais”. Este não convencional viria da injeção sob pressão de uma mistura de água, areia e detergentes para fraturar a rocha e deixar escapar o gás. Esta injeção seria feita com a perfuração de poços horizontais. A frente desta atividade está a Exxon Mobil.

    Em junho de 2011, o jornal New York Times levantava a dúvida, apresentada por geólogos, analistas de mercado e advogados do setor petroleiro, sobre os reais rendimentos e os volume produzidos. Em 2012, a publicação da indústria de petróleo britânica – Petroleum Review – afirmava que o fraturamento hidráulico, além de ser prejudicial ao meio ambiente, colocava a questão da rápida exaustão das reservas. Diversas publicações das áreas de petróleo e economia tem, desde então, apresentado muitas ressalvas ao efetivo significado desta produção, não apenas quanto a sua economicidade, mas em relação aos volumes e danos ambientais. Uma análise da New Economics Foundation, incluída no relatório da AIE, afirma que a partir de 2015, no máximo, os custos desta produção serão superiores aos que os mercados estarão dispostos a pagar.

    Em resumo, está sendo apresentada uma solução que não existe para a demanda norte-americana, na expectativa de minimizar a importância do pré-sal, única novidade do petróleo neste século, para o mercado mundial de energia. Acredite quem quiser.

    Se minhas considerações fizerem pensar na defesa de alguma posição política, posso afirmar que não ocorre. O que procuro fazer, como ensina Georgy Soros, é evitar qualquer preconceito – econômico, ideológico, nacional ou de qualquer natureza e reconheço não ser fácil – quando me defronto com uma questão de interesse para o meu bolso. Ainda Soros, posso não ganhar muito, mas não perdi uma oportunidade por preconceito. Acho que investir neste sistema de produção de petróleo e em todos seus entornos: siderúrgicos, metalúrgicos, naval etc pode trazer bons ganhos.

    Uma terrível frase de H. Kissinger: não podemos permitir um Japão no hemisfério sul.

    DOWNTREAM E AS CONTABILIDADES

    O outro segmento da indústria do petróleo é o downstream. Nele você tem a indústria de transformação – as refinarias e as petroquímicas em suas gerações – a logística – armazenamento de derivados, transporte por dutos e navios e terminais, em especial os marítimos – e a comercialização.

    Os refinos de óleo cru e, como é comum, do gás para a primeira geração petroquímica são da mesma natureza de qualquer indústria de transformação: entra matéria prima e saem seus produtos. O que há de característico no refino do petróleo é a produção obrigatória de uma gama de derivados. Você não pode obter só gasolina ou só óleo diesel ou só óleo combustível. De acordo com o petróleo ou, como é comum na indústria, uma mistura de óleos e dos tipos de processamento (craqueamento) você pode obter participação maior de um derivado, mas, sempre, produzindo todos. Por isso que, no tempo que o Brasil ainda não era auto-suficiente em petróleo, os carros de passeio não podiam ser movidos a diesel, que era subsidiado para transporte público e de mercadorias, havendo, ainda, necessidade de importação para atender a demanda nacional. Hoje há grande demanda de gasolina, pela possibilidade de maior parcela da população ter seu carro próprio.. Assim, enquanto não de constroem novas refinarias ou aumentam a capacidade das atuais, o Brasil está importando gasolina.

    A logística para atender todo o território nacional é, obviamente, complexa. Apenas uma empresa estatal se proporia a levar óleo diesel, óleo combustível e querosene para remotas regiões amazônicas, a preços compatíveis com as possibilidades dos consumidores locais. Ninguém imaginaria este encargo nas eficientes mãos das empresas estrangeiras. E este encargo tem muito de cidadania e nada de retorno financeiro.

    Uma empresa de petróleo é sempre uma empresa horizontalmente integrada. A principal razão é sua formação de capital. Os ganhos destas empresas são: da produção do petróleo, das margens de refino, das tarifas dos transportes de petróleo e derivados e da comercialização dos diferentes tipos de petróleo. Também, toda empresa de petróleo é uma distribuidora de derivados e, em muitos casos, varejista – daí um slogan comum a todas: do poço ao posto.

    Os encargos da exploração sempre oneram os resultados da empresa, ou, em outras palavras, é o lucro das outras atividades que dão suporte financeiro à exploração de petróleo. As onerosas despesas de desenvolvimento dos campos descobertos, a construção de refinarias, de terminais, de navios petroleiros são financiáveis por bancos e instituições financeiras, pois é possível calcular taxas de retorno e economicidade e, em conseqüência, prazos e taxas de juros. A exploração é sempre um risco, mesmo quando a empresa, como a Petrobrás, tem um elevado grau de acerto. Por isso, do lucro da empresa que se traça um plano de investimento para a procura de novos reservatórios. Quando a imprensa reporta que a Petrobrás está com problema de caixa, ou não sabe o que diz ou está apenas fazendo terrorismo, pois se a Petrobrás tivesse problema de caixa, a atividade afetada seria a da procura de petróleo. Só um número para sentir este non sense: produzindo diariamente dois milhões e meio de barris petróleo ao preço de 100 dólares o barril, ela fatura cotidianamente, só com a produção de óleo cru, US$ 250 milhões.

    A produção do petróleo é a atividade de maior ganho das empresas de petróleo. Nem precisa ser um campo terrestre da Arábia Saudita, que extrai um barril a, talvez, 10 dólares. Vamos analisar o caso mais caro, atualmente. Antes é preciso ter claro que um bem finito como o petróleo não tem seu preço comercial estabelecido pelo custo de produção, mas pelo custo estimado de reposição deste barril vendido.

    O preço do barril, já há algumas décadas, vem sendo estabelecido pelas bolsas de mercadoria, como qualquer commodity. Por esta razão, todas as majors têm uma empresa financeira que não só administra os ganhos e o caixa central destas empresas, como atua nos mercados, buscando influenciar no estabelecimento do preço do barril do cru e dos derivados. Mas, como é óbvio, há uma relação entre os custos e o preço. Ela é dada por uma regra simples que toma o custo de produção atual e multiplica por três. Por exemplo, o custo de produção no pré-sal deve oscilar entre 35 e 45 dólares. Assim, é conveniente para as produtoras do pré-sal que o barril esteja entre 105 e 135 dólares. Um terço cobre o custo, um terço é destinado à obtenção de um novo barril, a ser descoberto, e o terço final pagará os bônus e encargos estabelecidos pelo país onde está a reserva de petróleo e gerará o lucro do negócio.

    Poderia ainda acrescentar um tópico sobre as empresas de serviço, que gravitam em torno das petroleiras. Também nesta área há monopólio – Schlumberger – e cartéis. A bem da verdade, tirando, talvez, o bar da esquina, não conheço a livre concorrência, salvo se a entendermos como empresas legais e negócios clandestinos. Faltaria também falar dos métodos de recuperação dos reservatórios que possibilitam duplicar as reservas, ou até retirar mais do dobro do que os métodos tradicionais conseguem, dos ganhos legais, mas oportunísticos, dos carregamentos e descarregamentos de petróleo nos navios, e muitos outros tópicos relacionados, mas, por hora, fiquemos aqui.

    O petróleo é um mundo amplo e complexo. Há muitos palpiteiros, inclusive com roupagens acadêmicas. Mas, com as exceções de praxe, pode-se dizer que na indústria do petróleo só a conhece quem nela trabalha. Em todos estes quase trinta anos de atuação no Brasil e no exterior só conheci uma pessoa que tinha efetiva competência em petróleo sem ter trabalhado em empresa petroleira ou de serviços – o Embaixador brasileiro Amaury Banhos Porto de Oliveira.

    Para atender a uma última questão – o caso OGX. É a demonstração de que petróleo é briga de cachorro grande

    e sem limites. A Queiroz Galvão e a Odebrecht que se cuidem; se beliscarem as pontas podem sobreviver, se

    atuarem com muita sede, pelo centro, dificilmente escaparão da mesma sina.

    1. Obrigada pela exposição. Li com muito prazer e espero que outros seguidores do Tijolaço percam alguns minutos para receber informações preciosas.

  5. Dois meninos, dois brasileiros. Um grande duelo só se faz com bons contendores, que se respeitam e não teriam dúvida em dividir o troféu ao final. O Brasil abraça vocês dois, mas minha razão quer que o Pré-Sal de Libra irrigue já nossa devastada e sofrível Educação.

  6. Agradeço ao Fernando Brito a oportunidade de melhor entender o que se passa. E fico a favor de aproveitarmos esta janela de oportunidade, garantindo um máximo (possível) de controle nacional de nossas riquezas. Afinal, a presidenta veio construindo – pessoalmente – nossa política energética, colocando pessoas de confiança nas posições-chave, para fechar logo os contratos, antes das tentativas de golpe branco que ainda veremos antes das eleições. E quero ver depois os entreguistas dizerem que se pode desrespeitar contratos, quando até Lula e Dilma engoliram tudo o que já tinha sido feito em detrimento de nosso povo.

  7. Não queria entrar nesta discussão, mas uma coisa tem de ser dita: – a questão não se limita a dinheiro. Ou melhor, se expande na sua totalidade de custos; dentre eles o custo da Defesa. Da defesa do patrimônio real, plataformas, instalações, etc.. Falo da Defesa e da Segurança destes ativos que podem à um dado momento sofrer um boicote militar. Basta que uma grande esquadra, à qualquer pretexto, declare um bloqueio naval. Quem poderá se defender de uma grande e poderosa Frota? Somente com alianças fortes. Vejamos que além desta plataforma petrolífera existe outra na costa da África, onde interesses da Africa do Sul e da China são superlativos. Ambos membros dos BRICS.
    Por favor, vejam quanto custa defender Libra. Serão bilhões em navios de superfície, submarinos, mísseis e todo o arsenal necessário. Havendo um parceiro da dimensão da China, ali ao nosso lado, a ameaça se desvai e boa parte do custo necessário poderá ser transferido para o social.
    De que adianta ter uma riqueza que não podemos defendê-la?
    Coloque a Defesa nesta equação e neste debate e verão que a milenar sabedoria irá se impor:
    ” A virtude habita no meio “. Este leilão é a solução mais equilibrada de geopolítica; é a solução do equilíbrio, da totalidade, da amplitude e da soberania.

  8. O T50 nem tem linha de produção ainda, mal existe, tem problemas diversos que os russos estão quebrando a cabeça pra solucionar, não parece uma boa ideia, pelo menos não agora, os russos estão a procura de dinheiro pra enfiar no projeto, e por acaso temos esse dinheiro? nós não conseguimos nem comprar os 36 do FX/FX2, mal operamos o que temos, é o momento ler os relatórios da FAB/COPAC, e não é hora de fazer politicagem, vide venezuela com seus sukhois que ficam no chão e tem que voar com os F16 dos americanos comedores de criancinhas. E quem disse que os russos são confiáveis também, embargam nossa carne toda vez que querem barganhar conosco, e nos empurram um monte de tranqueira goela abaixo. Sei que material russo é bom, mas é hora de sermos racionais. e não ficar acreditando em toda baboseira contada sem fundamento.

  9. O melhor termômetro de intenções são os comentários dos blog e revistas. Leiam os comentários da Veja, Isto É, Carta Capital e ficará claro o perfil. Cada revista tem o seu eleitor que merece…

  10. O T50 nem tem linha de produção ainda, mal existe, tem problemas diversos que os russos estão quebrando a cabeça pra solucionar, não parece uma boa ideia, pelo menos não agora, os russos estão a procura de dinheiro pra enfiar no projeto, e por acaso temos esse dinheiro? nós não conseguimos nem comprar os 36 do FX/FX2, mal operamos o que temos, é o momento ler os relatórios da FAB/COPAC, e não é hora de fazer politicagem, vide venezuela com seus sukhois que ficam no chão e tem que voar com os F16 dos americanos comedores de criancinhas. E quem disse que os russos são confiáveis também, embargam nossa carne toda vez que querem barganhar conosco, e nos empurram um monte de tranqueira goela abaixo. Sei que material russo é bom, mas é hora de sermos racionais. e não ficar acreditando em toda baboseira contada sem fundamento.

  11. Há algum tempo que eu venho leventando essa bola do dólar. O mundo em breve, provavelmente, sofrerá uma “grande implosão” financeira… Basta lembrarmos que: a economia do Planeta, está lastreada em dólares; o dolar já é uma moeda decadente, especialmente em função da falta de lastro, em seguida pela monumental dívida dos EUA… De nada adinata correr para o Euro, pois a Europa não tem dado bons sinais positivos em sua economia… Na minha opinião os principais países credores da dívida estadunidense, que são China, Japão e Brasil, devem se desfazer dessa “batata quente”, enquando ainda há tempo, para que o tombo seja um pouco menor…

  12. Gente… Gente… Abracemos e beijemos o Mitre.Ele pe um encanto. Entretanto, vamos de Fernando….Se isso cai na maõ do Coroné e da Traira…

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