Quem pariu Messias?

A cada barbaridade que diz e faz Jair Bolsonaro, repete-se o chororô da grande mídia, a mesma que não teve qualquer pudor em apelar à tosca figura do ex-capitão Bolsonaro e à partidarização da Justiça para colocar fim a uma era que, com todos os pecados da política real (que, como se vê, não desapareceram), marcou avanços significativos no processo de transformação do Brasil num país mais justo e civilizado.

O chororô, porém, é inconvincente.

Como é primária a explicação, que a gente lê com abundância, de que tudo o que estamos passando é consequência do “povinho mal-educado”, “sem noção”, que temerariamente se aglomera, indiferente à morte que, aos milhares, assola o país e o mundo.

O que escreveu Camões sobre o imprudente rei D. Fernando, de Portugal, “o fraco rei faz fraca a forte gente”, pode-se transmutar a agora em “um imbecil imbeciliza muita gente”.

Para que isso acontecesse, porém, era preciso mais que exibi-lo e legitimá-lo.

Foi preciso que se movesse uma cruzada para desmontar todas referências que, até ali, nos mantinham como um país minimamente organizado.

O processo de reconstrução de relações políticas civilizadas, que façam uma criatura perigosa e boçal voltar ao pântano que habitava passa por eliminar aquilo que abriu-lhe as portas: o caráter político que transformou Bolsonaro em uma “solução”.

O Brasil não vai se reencontrar antes que a Justiça dê ao boi o nome que tem o boi: Sergio Moro não agiu como um juiz, mas como principal agente político de uma trama que nos levou à desgraça destes anos.

Isto está nas mãos do Supremo Tribunal Federal e não tem mais razão, diante dos perigos que ameaçam este país, em continuar sendo adiado.

Jair Bolsonaro é a cara do monstro, mas Moro e o lavajatismo são sua alma máter.

 

 

 

 

 

 

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