R$ 44 mi da CCR para Serra, Alckmin e Kassab foram “por amor”

Seria cômico se não fosse desesperadoramente trágica a história para o jornalismo brasileiro.

A Folha dá a notícia que, em dinheiro de hoje, o grupo CCR assume, em comunicado de fato relevante, que pagará R$ 81 milhões pelo acordo de leniência que firmou com o Ministério Público Paulista, dos quais R$ 64,5  milhões por ter “doado” pelo menos R$ 44 milhões a José Serra e Geraldo Alckmin como “caixa 2” para campanhas eleitorais de ambos, além de mais algum para Gilberto Kassab.

A Folha, apesar do sigilo (como tem sigilo quando o alvo são tucanos!), banca que os recursos para Serra foram “apanhados” pelo ex-deputado Márcio Fortes e os de Alckmin pelo cunhado Adhemar Ribeiro.

Mas informa, também, a seguinte pérola:

A doação via caixa dois visava conquistar a simpatia dos políticos para os pleitos da CCR junto ao governo (…) Nenhum dos executivos falou em contrapartida do governo para as doações, o que poderia caracterizar corrupção, um crime muito mais grave do que o caixa dois.

Conquista a simpatia para os pleitos? Que diabos de pleitos da CCR não se relacionavam com dinheiro? Aliás, CCR é Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido, para quem não ligou a empresa a empreiteiras.

A CCR detém nada mais nada menos que a concessão do sistema Anhanguera-Bandeirantes, a Rodovia Castello Branco, a Raposo Tavares, o Rodoanel e várias outras rodovias, que arrecadam bilhões em pedágios. Várias destas concessões foram ganhas justamente nos governos Serra e Alckmin.

Mas, claro, foi “no amor” e não houve corrupção.

O caixa 2 não teria provocado impacto direto ou indireto nas tarifas de pedágio, segundo apuração preliminar. E também não teria dado prejuízo aos cofres públicos. Neste caso, os recursos destinados a deputados e ex-governadores para suas campanhas teriam saído do lucro da CCR, disse um investigador, citado pela Istoé.

Entendeu? O sujeito vende bananas, dá propina com o lucro na venda das bananas, mas a propina nada tem a ver com as bananas.

No caso de Lula, as reformas chumbregas feitas num apartamento que nem é dele são, ainda que sem um documento que o prove ou indique, ligadas a contratos de obras da Petrobras e “é corrupção”. No caso de Serra e de Alckmin foram apenas para ser simpáticos e é apenas “caixa 2”.

E os jornais aceitam e publicam este conto da carochinha como se fosse a coisa mais crível do mundo!

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17 respostas

  1. OS JORNAIS, JUÍZES E POLICIAIS SÃO CO-AUTORES DA CORRUPÇÃO TUCANA!!!

    A FOLHA NÃO NOTICIA A CORRUPÇÃO TUCANA POR AMOR E SIMPATIA TAMBÉM???
    -Quando um jornal noticia, sem questionar, que a propina foi dada por “amor e simpatia” ao político… eu me pergunto qual o motivo disso??? Os repórteres são tão ingênuos assim???

    —NÃO DUVIDARIA QUE PARTE DESSA BOLADA VAI PARAR NOS BOLSOS DESSES JORNAIS.

    -A POLÍCIA FEDERAL ACREDITOU NESSA VERSÃO DOS FATOS POR “AMOR E SIMPATIA” AO PSDB???
    …ou será que mais uma vez… uma parte dessa bolada foi parar nos bolsos dos nossos “Xeroque Romes”???

    -MORO, GILMAR MENDES, GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO… SÓ “AMOR E SIMPATIA”…
    … não ganham nada para manter livres esses milionários do PSDB??? Será….

    De repente todo mundo fica ingênuo… todo mundo passa a acreditar em conto de fadas…

  2. O dinheiro do Cerra é arrecadado na igrejinha da quermesse da Moóca em São Paulo. O Padim Pade Cerra é Santo .

  3. Nenhuma surpresa, pois o PIG inteirinho, assim como o sistema judiciário, foram e são completamente controlados pelos tucanos. Curioso é que há 20 anos eu afirmo (e ninguém nunca consegui me desmentir, provando o contrário) que TODAS as milionárias campanhas do PSDB – a começar pela presidencial de 1994, mas com maior intensidade a 1998, da reeleição de FHC, em que a banca e diversas empreiteiras se envolveram diretamente não só nas propinas e caixa 2, mas também na compra de voos para PEC que permitiu a FHC se candidatar para um 2º mandato) que a privataria foi o esquema montado pelo tucanato para se manter por pelo menos 20 anos no governo federal, usando os que compraram as estatais ou receberam concessões de serviços públicos como fonte de financiamento (legal e ilegal) das campanhas, assim como pagadores de propina para enriquecimento dos rapineiros de alta plumagem, como é o caso e José Serra e do próprio FHC, cujas fortunas pessoais são incompatíveis com as rendas de ex–presidente, professor universitário, ex-governador ou ex-prefeito.

    Se no âmbito federal o tucanato não logrou êxito, em SP eles estão há quase 1/4 de século no poder, com toda máquina na mão. O sistema judiciário paulista não passa de uma extensão da burocracia tucana.

    Já o PT obtinha financiamento pro parte das empresas de construção pesada (por meio de doações consideradas legais), mas que na verdade eram retiradas dos lucros de contratados celebrados com o poder público, exatamente como descrito na reportagem; só que as empresas que tocam obras contribuem par o desenvolvimento do País, enquanto aquelas que recebem concessões para explorar serviços públicos apenas oneram ainda mais os cidadãos, que acabam remunerando os lucros desas concessionárias e as campanhas eleitorais. Quando empresas construtoras se tornaram concessionárias, o liquidificador foi ligado e tudo se misturou. Mas esse sistema judiciário canalha só persegue o PT e os petistas, criminalizando estes, mas dando atestado de honestidade probidade ao tucanato, mesmo quando estes têm as corrupções provadas de forma cabal e contra o PT e os petistas existam apenas delações provas fracas ou mesmo nenhuma prova de ilicitude.

    1. Você disse uma coisa que pouca gente sabe…”que na verdade eram retiradas dos lucros de contratados celebrados com o poder público”
      Efetivamente, boa parte do dinheiro pago como propina ou qualquer outra rubrica de fato sai do lucro do pagador. Há muito mito a respeito da corrupção, sobretudo quando se afirma que ela é o grande problema do país. Paralelamente nunca se fala na sonegação (400/500 bi por ano)

      1. excelente sua observação. racionalidade anda em falta. estamos no pátio de um manicômio cheio de espertalhões manipuladores de beócios. e tem os loucos furiosos também. é um pesadelo. vamos virar um Porto Ricão com esse imbecil que bate continência pros bolton da vida.

    2. sua nota é exemplar na racionalidade e objetividade. muito obrigado por escrever e expor com tanta clareza. sensatez no Brasil de hoje é raridade.

  4. E a justissa com a força da imprensa livre (PIG ??) que deve fiscalizar os poderes corruptos, bate o martelo… aceita tudo…
    Quadrilhão do supremo e tudo com força total…

  5. O que me surpreende é a folha noticiar. Contra os seus, no máximo, uma nota de pé de página.

  6. Nesse país a HIPOCRISIA virou roupa de uso diário. Uma vergonha o que está acontecendo. O Brasil elege um NÉSCIO, ABOLETADO, IMBECIL, ENERGÚMENO, IDIOTA, PALHAÇO, ESTÚPIDO, IGNORANTE, MAL INTENCIONADO e está tudo bem!? Sim, desde que os petistas estejam presos ou em vias de. Estamos num tempo em que os postes mijam nos cachorros.

  7. Grande parte desta dinheiro “dado” pelas empreiteiras ao psdb de serra, alkimim e fhc, foi, por sua vez, passado como doação de coração à folha e ao estadão.
    Mas insisto, doados com amor, nada de corrupção ou compra de opinião. Nunca.
    O mesmo se deu como a band do boechar, sempre por amor. Certamente o próprio boechar foi presenteado com este puro tutu.
    A lava jato pode atestar estas verdades. Aliás a lava jato foi criada para atestar a honestidade do psdb, e da arena.
    Correção: o dinheiro para aos jornalões não saiu daí, saiu pelas contas do estado, ou seja, foi do nosso bolso direto. Dinheiro ganha não se repassa.

  8. PIG, do STF pra baixo (todo o judiciário), pulissa e os golpistas do legislativo. São os responsáveis e avalistas de toda essa patifaria e desmoralização do Brasil.

  9. Me parece que a Odebrecht também é dona da CCR. Essas concessões se deram pelo Brasil inteiro, em BR’s (estradas federais) pelo FHC. Vamos pesquisar, pois tem muito caroço embaixo desse angú.

  10. 44 mi pra comprar simpatia? Nunca se viu “simpatia” tão simpática e tão cara.

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