Real se derrete – 4,58 por dólar – e Bolsonaro faz o que acha ser piada

Comentei hoje na TVT – daqui a pouco publico o vídeo no blog – a cena grotesca que foi proporcionada por Jair Bolsonaro saindo com um palerma que se acha humorista do Palácio da Alvorada e, diante da pergunta dos jornalistas sobre o desempenho do PIB pergunta: “o que é PIB?”

No comentário, falei do absurdo que é o homem que é, ou deveria ser, o comandante de nossas políticas econômicas, não apenas para reverter a crise doméstica, mas também a imensa crise que vai tomando conta do mundo, quando a nossa moeda se derretia, cotada a 4,56 contra o dólar e 5,07 por Euro.

Enquanto eu dizia isso, o Banco Central anunciou mais um leilão de moeda americana e, com isso, a especulação foi ao máximo, levando o dólar a mais de R$ 4,58 e o Euro a passar de R$ 5,10.

Um desvalorização de mais de 14% durante o ano, seguramente a maior entre todas as moedas do mundo.

É impensável que uma elevação deste grau no câmbio não venha a ter repercussão nos preços internos, mesmo com a demanda em baixa por falta de renda da população.

Se a ideia é tornar o Brasil tão barato ao capital estrangeiro que isto aqui seja uma xepa, faltou combinar com os gringos, que sabem que na hora da xepa só se vende mercadoria estragada.

 

 

 

 

 

Facebook
Twitter
WhatsApp
Email

15 respostas

    1. Bozo resolve se macaquear no dia de anúncio do PIB e de quebra de sigilos dos milicianos Ronnie Lessa e Élcio Queiroz.
      Mais um dia no modo espantalho.

      1. Nossa, aquilo foi inacreditável! Quando o Conje posou de general no tanque, muitos pensaram: “essa bateu o record de ridículo e grotesco”. Poucos dias depois, esse record foi desbancado com folga pelo capitão da casa 58.

    2. E a bolsa bombando, nem caiu muito com o coronavírus.
      Os caciques do mercado devem estar esperando a esquerda ameacar voltar para derrubar o Ibovespa.

  1. O termo estagflação, em breve, voltará à moda. Recessão e inflação corroendo salários, juros nas alturas, tudo o que a Weimar tupiniquim precisa para entronizar um palhaço psicótico à frente de uma ditadura sanguinária. Assim, Paulo Guedes se sentirá em casa, como se sentia ao lado de Pinochet.
    A carne humana se tornará o produto mais barato do mercado.
    É inacreditável, mas é real. No entanto, o que mais me assombra é a extrema covardia das autoridades deste país.

    1. As autoridades estão felizes. Como disse o Romero Jucá, o golpe foi “com STF, com tudo…”. Se alguém tem que fazer alguma coisa, somos nós mesmos.

  2. Tem muita gente sonolenta no ponto do bus. Já era para terem dado entrada em pelo menos trinta pedidos de impeachment do ignominioso. E quando vêm com histórias de que a burguesia ficaria mais à vontade com um neoliberalismo sem o ignominioso, respondo o que deveria estar na cuca de todo mundo: A fortaleza do neoliberalismo é o fascismo. Sem fascismo, ele se tornará mais maleável e negociador. FHC, tocado pelo “populismo” do ACM, fez até bolsa-gás, além de poupar o BB, o BNDES, a Caixa e outras coisas.

  3. Romero Jucá disse com Supremo e tudo. Olha com toda sinceridade e acho que minha opinião deve ser de mais de 90% dos brasileiros. Se fechar este Congresso, Senado e STF do do montinho de m…, não farão falta nenhuma. Mas, devem levar junto o Bozó e deixarem de pagar esta turma que nada fazem a não ser desmoralizar o Brasil, seria uma medida certa. Cambada de Marajás!!

  4. Tem muita gente sonolenta no ponto do bus. Já era para terem dado entrada em pelo menos trinta pedidos de impeachment do ignominioso. E quando vêm com histórias de que a burguesia ficaria mais à vontade com um neoliberalismo sem o ignominioso, respondo o que deveria estar na cuca de todo mundo: A fortaleza do neoliberalismo é o fascismo. Sem fascismo, ele se tornará mais maleável e negociador. O impeachment seria a derrota do fascismo. Até o Moro perderia força. O todo-entregue FHC, tocado pelo ferrão do “populismo” do ACM, fez até bolsa-gás, além de ter sido obrigado a poupar da fogueira entreguista o BB, o BNDES, a Caixa e outras coisas.

  5. Brito, vou te expor um raciocínio:
    Especuladores estrangeiros, ao longo dos anos, investiram capitais em ações no Brasil. A taxa de câmbioc e a valorização das ações os componentes principais para se avaliar, em dolar (principalmente) a rentabilidade desses investimentos. Um exemplo: o abutre investiu 100 mil dólares na BOVESPA, a um câmbio de, digamos, 3 x 1. Logo, comprou 300 mil reais em ações – ou mais provavelmente, em cotas de um fundo cuja rentabilidade está associada ao I-Bovespa. Se as ações ou o I-Bovespa subiram 100% nesse período, e o câmbio subiu 20% no mesmo período, ao liquidar esse investimento o abutre estrangeiro abocanha 67% de rentabilidade, ou seja US$ 167mil.
    Ora, a formação do preço do dólar está diretamente associada à disponibilidade de dólares no mercado. As reservas cambiais não fazem, de modo geral, parte desse mercado, que se alimenta basicamente do que os operadores de câmbio dispõem para transacionar. Com a imensa fuga de dólares da Bovespa, associada a resultados magérrimos na Balança Comercial, que minguam o que está livre para transação pelos operadores, os preços da moeda americana disparam.

    Finalmente, após essa petulante introdução, te digo o que penso: Paulo Guedes e a diretoria do Banco Central são duplamente criminosos. A cada espasmo desvalorizante do câmbio, o BC corre a anunciar venda de dólares. Eles sabem que mesmo que vendam todas as reservas, os preços continuarão a subir, irrefreáveis diante da demanda dos abutres em fuga. E sabem também que, no dia em que venderem e nos poucos seguintes, o preço da moeda americana diminuirá, para logo tornar a subir, até com mais ímpeto. O que estão fazendo, na minha opinião, é conclamar todos os que dispõem de informação e dinheiro vivo a comprar dólares nesse intervalo de baixa, porque logo em seguida haverá nova apreciação do dólar, gerando grandes ganhos enormes no curto prazo. Em tempos de SELIC a 4,5% a.a., ganhar 1% líquido em uma semana é absolutamente fantástico, e tudo isso às custas do BC, e por extensão, do Tesouro. Mas isso não é tudo. Pense nos abutres internacionais que vieram entocar seu dinheiro aqui, a procura de lucros muito maiores do que o que podem obter nos países ricos. Não trouxeram nada para o país, além de mais liquidez em dólares. Aumentaram o custo de carregamento das reservas, já que o BC emite títulos para comprar os dólares que eles trazem, pagando SELIC mais o deságio exigido pelo mercado financeiro para comprar esses títulos. Agora, quando eles vão embora, o BC poderia lhes cobrar o imposto informal de manter o dólar em alta, fazendo com que parte substancial daquele lucro a que me referi lá no começo ficasse aqui. Ao invés disso, o BC reduz a taxa de câmbio artificialmente e permite que esses especuladores tenham ainda mais lucro às custas do mercado brasileiro.
    Com a acorrida da classe média e média alta para a Bovespa, fugindo da queda da SELIC e contendo a queda dos índices enquanto os abutres fogem, o que o BC está fazendo é permitir que quando, enfim, a entrada de novos investidores cessar e os índices se movimentarem em direção à realidade econômica, que não justifica valorizações expressivas em ações de empresas que lutam para não serem tragadas pela recessão, a queda inevitável da Bolsa destrua as economias dessas pessoas. Ironia das ironias, a parcela da população que serviu de caixa de ressonância política dos grandes capitalistas brasileiros que se recusam a qualquer redistribuição de renda, essa mesma parcela vai ser a vítima mais cruelmente sacrificada por esse movimento de concentração de renda e riqueza – dessa vez em favor dos abutres internacionais. O que mais lamento, entretanto, não é que estejam sofrendo o mesmo que crianças abusadas por parentes sofrem, tendo sua inocência e confiança traídas. Lamento é que, ao contrário do que acontece com a maioria das crianças, essas pessoas jamais entenderão suas ilusões e se oporão aos seus amos, enquanto suas carnes e ossos se juntam ao banquete em que os amos devoram o que resta dos pobres deste país.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *