Reclamação de Tebet é intriga de guerra

Na coluna de Mônica Bergamo, diz-se que a senadora Simone Tebet reclama dos slogans usados por manifestantes nos atos pró-Lula.

Fala que não podem gritar “Vai dar PT, vai dar, vai dar PT, vai dar“, porque “o povo está votando contra [Jair] Bolsonaro, e não no PT”.

Mesmo não muito acostumada a reações de multidões nas ruas, Tebet sabe que não se determina a uma massa que cante apenas o “recomendável”. Do contrário, o “Ei, Bolsonaro, vá…” não seria entoado na maior parte dos lugares onde é ouvido.

Normal e natural que, ainda mais numa campanha eleitoral tão polarizada, militantes se exaltem. Mas não há mais que uma meia dúzia que acha que o governo de Lula será só o do PT. Talvez nem mesmo principalmente seja, porque o ex-presidente sabe que depende de alianças.

É claro que a disposição de Lula é a de aliança e deslocamento para o centro, desde que escolheu Geraldo Alckmin como seu vice.

Se Tebet pretende algum posicionamento específico de Lula, sabe que pode pedir diretamente, e isto é legítimo e natural.

E não vai se voltar contra os militantes da campanha, inclusive porque não os há vestidos de azul e gritando “você vai ver, vai ver, vai dar MDB”.

Quem quiser chegar, nesta hora, é bem chegado.

Como a informação é atribuída a pessoas que teriam trocado mensagens com a senadora, pode ser que não seja esse seu posicionamento.

Ela, que enfrentou tanta estigmatização da extrema direita, vai perceber que o comportamento de Lula jamais será o de fazer algo descer goela abaixo de aliados as suas posições.

E que, ao contrário daquele comercial de uma agência de viagem não vai dar “tchau para a Tebet”. Ao inverso, vai dar a ela a chance de firmar-se mais ainda como política de alcance nacional e forte dentro do MDB.

É, provavelmente, “marola”, porque Simone Tebet não tem se mostrado tola. Quarta-feira, anuncia-se, estará no palanque de Lula, saudada por todos os militantes, petistas ou não. Mas, nesta hora grave, todos democratas.

 

 

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