Rodrigo Maia posa de ‘dono da bola’ da reforma da Previdência

Rodrigo Maia, quando garoto -e desde criança muito Botafogo – conseguiu a pedido do pai, Cesar, e com imensa alegria infantil, um jeito de atuar como gandula numa das partida no Maracanã, um jogo das eliminatórias da Copa.

33 anos depois daquele Brasil e Paraguai, Rodrigo continua mostrando habilidade em segurar a bola e só coloca-la em jogo quando achar que deve.

No caso da reforma da Previdência, então, deixou passar a “pelota”, como a gente dizia, até o fosso de meados/fins de março, quando instalará a Comissão de Constituição de Justiça, onde a PEC joga a “preliminar” em tese fácil, até a seminifinal na Comissão Especial a que será submetida e a final no plenário.

Que periga não acontecer nem mesmo no primeiro semestre, porque terão de ser convocadas sessão sobre sessão até que se completem, desde abril, as 40 necessárias ao rito regimental para seu exame na Comissão Especial.

Foi por isso que ele se referiu à incapacidade do governo de colocar “gente sexta-feira na Câmara”. Sem quórum, sem sessão e, menos ainda, sessão extraordinária, para somar na conta.

Agora, ainda esnoba na sua “cera”: diz que o governo não formou maioria sequer na CCJ e que os parlamentares querem, antes de mexer com algo na proposta, ver “preto no branco” o que Jair Bolsonaro vai fazer com os militares.

Consegue dois pontos de conflito: um, lá no governo, onde a ala militar só concorda com uma leve reforma nas aposentadorias e pensões militares. Outro, no plenário, onde joga no fogo a “bancada da bala”, que só minoritariamente é militar: é da PM.

O ex-gandula trabalha com o nervosismo e a inépcia do Governo, que não consegue, quase dois meses depois de sua posse, apontar qualquer rumo para sua gestão.

O capitão do time está acoelhado, com medo do que lhe venha de contestação e dos problemas que lhe trazem os “meninos maluquinhos”.

E Rodrigo, nem aí, acintosamente, anda a passos lentos, deixando o “banco” do time governista em polvorosa, sabendo que, como dizia um locutor esportivo, “o tempo não para”.

Quer ser, para o mercado, o herói do jogo, mas para ganhar de vitória “magra”.

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15 respostas

  1. O Congresso, mesmo tomado por deputados venais, pelas bancadas do Boi, da Bala e da Bíblia, ainda é um foco de resistência as maldades do Mercado. O Mercado não entende e não quer saber por que meios suas maldades vão se materializar no Congresso. Para eles, o Congresso, quando não apoia suas reformas é apenas um estorvo. E um bom presidente e um bom.governo é apenas aqueles que carregam sua agenda, vide a estima que têm por FhC e Temer. Não por acaso o governo dos dois promoveram grandes reformas constitucionais. Eles vem reescrevendo e rabiscando nossa Constituição desde que ela foi promulgada. Insisto estes homens de ternos bem cuidados e com seu casual chic são muito mais perigosos que milicianos e bolsiminions.

    1. Este Mercado aí é míope, perdulário, imediatista e predatório. Tem os olhos maiores do que a boca e a boca maior do que o estômago.

      1. E esse moço, o Rodrigo, como aquele gordinho da minha rua, filho de pai mais aquinhoado, é exatamente isto, o gordinho dono da bola. Mesmo que não fosse o pior, não poderia ficar no banco e ficar no gol, nem pensar. Era uma verdadeira luta política. Jogava-se com a bola sempre nova e bem cheia, mas, para garantir o espetáculo era necessário acomodar o gordinho, que nunca queria o gol, mas tinha de jogar numa posição em que não fizesse estrago, não lhe ferisse a suscetibilidade e nos permitisse as pretensas jogadas espetaculares. O gordinho era tratado a pão-de-ló e temia-se que ele, ofendido, pudesse botar a bola embaixo do braço e, solenemente, abandonar o campinho. Qualquer desavença envolvendo o gordinho poderia nos condenar a um jogo com a bola murcha, surrada e já descosturando. Gordinho metido. Sabia que, se passasse dos limites o mandaríamos à merda e tomaria uns tapas e a bola velha iria rolar; coisa de brio. Mas a bola nova… Como foi que nenhum de nós se tornou um grande parlamentar?

    1. Porém, se o golpe escolheu esse caminho, é porque certamente dá menos trabalho do que escancarar a ditadura. Métodos das “revoluções coloridas” do século XXI…

  2. A jornalista da Globo que disse que o presidente do Flamengo, quando fugiu da entrevista, deixou os repórteres no “cheirinho”, foi afastada e a Globo pediu desculpas. Já o Botafogo toda hora é vinculado a Rodrigo Maia. Porque não lembrar que Cunha é Flamengo ?
    Desigualdade no tratamento não é justo.

    1. “Botafogo”, foi o apelido dado pela direção do setor de operações estruturadas da Odebrecht (vulgo: setor de propinas) ao Rodrigo Maia, quando do escândalo da lista de nomes vazados da empreiteira.

      Não sei como, dois anos depois do fato, as pessoas ainda não entendem que o Brito está fazendo uma brincadeira com esse apelido.

  3. o mais incrivel, é que Bolsonaro não é novato
    com quase 30 anos domo deputado, já devia ter aprendido como a banda toca, mas parece que nem isso ele aprendeu

    1. O Bolsonaro é medíocre, porém é o que realmente reflete o que é a classe média brasileira.

  4. Brasil é um país onde os poderosos são donos da bola, dos juízes e do estádio, controlam o estacionamento e a lanchonete, ao povo só resta aparar a grama nos intervalos.

  5. Mas vai sair de bola murcha, afinado com um governo sem bússola, se perderá no maremoto que se avisinha. 20% de desempregados, prepectiva de emprego desesperadora, é uma bomba relógio. Uma hora a canoa vira.

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