Rombo? Rombo são os juros que o mercado exige do Brasil


divpib
A matéria, hoje, na Folha, onde se aponta que o Brasil paga, anualmente, 5,7% – ou 4,9%, que seria o patamar atual –  de seu PIB em juros  deveria ser um escândalo nacional.

É curioso, porém, que a matéria não mencione quanto isso representa em dinheiro que o país entrega ao rentismo.

Isso significa algo em torno de R$ 250 bilhões.

É como se entregássemos, a cada ano, mais do que gastamos com a educação, ou com a saúde.

Isso não entra no discurso do pessoal que fala em um Brasil “padrão Fifa”.

Não é possível sonhar se não se olha a corrente no pé.

Um corrente que não é possível romper, o que é o pior dela, sem romper a própria estabilidade econômica e política do país.

Mas que não pode ser esquecida ou tratada como “normal” na vida do país.

Dilma não mereceu um aplauso dos “sonháticos” quando baixou os juros.

Mas a mídia e o conservadorismo urraram:

“Intervencionista, interferindo no Banco Central!”

E desencadearam a campanha “inflacionista”

Depois, a da explosão do dólar, mesmo que esta tivesse evidentes  causas externas.

Agora, os idólatras do “tripé macroenômico” vêm com a história do “rombo”, do superavit primário que não vai ser atingido – e será.

Os juros brasileiros são uma hemorragia, que mal e mal tentamos estancar com a sua redução e a do montante da dívida, que a década Itamar-FHC tornou gigantesca.

É curioso, para não dizer chocante, que os arautos do “equilíbrio ” falem tanto em responsabilidades e controles, em dosar a torneira da despesa – a que paga serviços e obras públicas –  sem jamais mencionar o ralo da dívida.

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31 respostas

  1. Fernando, onde podemos encontrar a fonte desse gráfico de cima (pizza)? Seria importante postar o link da fonte para que possamos aqui nas redes sociais esfregar isso na cara dos coxinhas que vivem defendendo o mercado financeiro.

  2. É completamente insano pagar este nível de juros na atual conjuntura internacional (que deverá perdurar por vários anos) de imensa liquidez monetária. A única boa notícia que faltou dar é que apesar deste montante de sacrifícios, a relação Dívida / PIB está diminuindo. Outro argumento para manter os juros reais no máximo 0,5% acima da inflação ou seja uns 6% a.a. e não na casa dos 9%aa. O que já representa um excelente ganho face a outros países que estão inclusive em riscos de dar o calote.

    Só a grande mídia mesmo com o seu poder de fogo consegue pressionar o Gov. Federal para manter juros neste patamar.

  3. A solução para reduzir o pagamento dos juros da dívida pública é o Banco Central reduzir a taxa Selic, ao invés de ceder às pressões dos terrorismo midiático sobre o “estouro da inflação”.

  4. Acompanhei as discussões sobre o leilão de Libra, aqui neste site. E me surpreendo com a omissão do blogueiro ao fato de que dos 40% da parte da petrobrás, 35% pertencem a acionista estrangeiros! os quais adquiriram este montante na bolsa de N Y. Só não entendo a razão do esquecimento. Alguém poderia me explicar?

    1. Basta o brasileiro comprar mais ações da Petrobrás. Acredito que através de corretores autorizados pode-se operar inclusive nas bolsas de NY e outras.

    2. Em TODAS, simplesmente TODAS as análises feitas neste blog, este fato foi mencionado.

      Se você não viu, é porque não leu os textos.

  5. O Orçamento da União prevê isso, a dívida interna é a maior despesa do Estado Brasileiro. Assim temos a armadilha fiscal do “tripé”.
    A expectativa de inflação gera a inflação, e o PIG sabe disso e alavanca essas expectativas, e, “bingo”, pressiona pelo “jurão” (dinheiro de tributos que remunera dinheiro dos abonados). O “jurão” é o Bolsa Paris, pois transfere o dinheiro de tributos para os “rentistas”, o mais ricos. Concentra a renda do Brasil. E, por conseguinte, aumenta a dívida. Aí o Governo Federal é “pressionado” pelo PIG econômico (patrocinado pelos Bancões) pra cortar gastos, especialmente em Programas Sociais, recursos para a Saúde e Educação. Verbas que são para custeio da máquina, pagamento de salários. O PIG pede a redução de Programas Sociais (como Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, Mais Médicos, etc.). Isso também gera a contenção de investimentos (obras do PAC – hidroelétricas, estradas ,ferrovias, etc.). Enfim, o conhecido “arrocho fiscal” do “tripé econômico”. Esse arrocho é orquestrado pelo PIG se traduz em menos crédito, menos consumo, mais desemprego, menor custo da mão-de-obra. É a receita pra Casa Grande dominar a Senzala. É o chicote e o pelourinho. Esse é o ciclo vicioso da era FFHH, eternizado na política fiscal brasileira.
    Mas como sair dessa armadilha fiscal?
    Ora, você pode suprir essa queda de receita com um incremento de receitas, como a cobrança de impostos diretos sobre o ganho de capital com “jurão” – logo o Governo morderia mais Imposto de Renda dos “rentistas” -, a implementação do Imposto sobre Grande Fortunas, a majoração do Imposto de Transmissão Causa Mortis – nos EEUU a alíquota desse imposto, que aqui no Brasil é de competência estadual, chega a ter uma alíquota de 60% (por isso proliferam doações a universidades investirem em pesquisa e fundações privadas são criadas pelos abonados para fugir a esse cobrança sobre os direitos de herança). Todos esses impostos são diretos e incidem sobre a renda (dos “rentistas” sugadores) e dos acumuladores de capital (terras, prédios, cotas de empresas, etc.). E concomitantemente a isso reduziria impostos indiretos (como IPI e ICMS) sobre o consumo. Isso ajudaria a desarmar essa armadilha fiscal do tripé. O Governo promoveria, então, a “justiça fiscal” no caminho da distribuição de renda.
    Outra saída seria promover uma Auditoria da dívida interna, como fez o Equador, para verificar qual o montante devido, situação que já foi “post” inclusive no blog do Azenha – o Viomundo
    Outra possibilidade seria o aumento da produção nacional, o aumento do PIB e redução de importações, como poderá ser propiciado pela exploração ou incremento na produção de atividades econômicas, como a de fertilizantes (importações que impactam diretamente nos custos da agricultura), a do refino de petróleo (combustíveis importados mexem também na balança comercial e na composição de preços e resultados da Petrobras), a da petroquímica (também a ser alavancada pelo polo gás químico do COMPERJ), afora os investimentos no PAC, na indústria naval e do petróleo (com novas plataformas e refinarias). São investimentos que irão começar a render frutos até 2016, e reduziram a dependência de importações desses produtos.
    Esses são os remédios para sairmos dessa “armadilha fiscal” do tripé de FFHH, e parece que o Governo federal aposta só nessa última possibilidade. Mas que pode muito bem ser conjugadas com as outras duas.
    Afora isso, no longo prazo, há também a capitalização do Tesouro Nacional ante a formação de um fundo soberano com as receitas do Pré-Sal, mas isso só a partir de=a produção do campo de Libra – ante a vigência do novo modelo de partilha.
    Essas coisas o PIG sabe e conta diferente. Estabelece o terrorismo econômico. . Eles sabem que setembro foi ruim, mas em outubro irá entrar uma receita extraordinária do novo REFIS, assim como até novembro haverá mais 15 bi de dólares do bônus de Libra. E esse será mais um PUM (Programa Unificado da Mídia) do PIG. E a fim de 2013 estaremos dentro dos conformes, no tripé econômico de FFHH e do PIG.

    1. Luciano, concordo com parte do que você diz. Mas a coisa está difícil porque o governo está impregnado com conservadorismo econômico. O pior deles é aceitar ter de fazer “superávit primário” (Libra foi vendida para isso. Os 30% do BB para estrangeiros também). Como o governo não pode decidir o nível de déficit nominal que terá, isto depende da atividade econômica que só se saberá depois, inventaram o “superávit primário”, que como as jabuticabas, só existe no Brasil (agora exportamos para a periferia da Europa). A menos que se autoimponham governos não tem de ter superávit e normalmente não teem (EUA e Inglaterra tiveram deficits de mais de 4% ao ano nos últimos 100 anos, só para mencionar as últimas duas últimas potências capitalistas). Enfim, o governo deveria se preocupar com uma agenda positiva para o pais, como fez com a agenda dos pobres e miseraveis. Junto com esta agenda, que não pode nem deve ser perdida, deveria vir a agenda dos serviços públicos de qualidade e gratuitos para completar a agenda da pobreza. Junto com os serviços públicos e a agenda da pobreza, deveria vir a agenda do pleno emprego (ele não existe ainda no Brasil, os cálculos do IBgE são reconhecidamente subestimados, veja os do DIEESE). Veja, o FHC criou tanto desemprego que nem os últimos 8 anos conseguiram recuperar. No ritmo que vai, o pleno emprego só chegará em 15 anos! É preciso correr com o emprego, o maior redutor da miséria, e sem se preocupar com ajustes fiscais. Isto é absolutamente desnecessário para o governo e contraproducente para on país.

  6. Quem sabe se algumas instituições que vivem reclamando desse déficit, ao pagarem suas dívidas de R $ 700 milhões com a Receita Federal, não contribuiriam Com algo mais do que o simples vento de denuncias hipócritas?

  7. A pergunta que não cala: por que Dilma ainda manda pagar esses juros? Incompreensível. Há, mas para fazer bonito nas contas públicas, vende Libra e massacra funcionários públicos, especialmente os professores.

    Muito bonito.
    abs,

    obs: antes que os petistas falem se prefiro o PSDB. Não, não prefiro. Mas foram eles que começaram o que Dilma continua: juros e ajuste fiscal. O tripé tem de acabar, ou acabará com o país!

  8. “””a petista maquinou uma aliança com a Alemanha na formulação de um plano mundial contra a violação de comunicações.”””
    A Dilma é muito Phoda mesmo!!!
    Conseguiu ludibriar o mundo inteiro, com sua conversinha mole, só para injuriar o Obama!!!
    Eita mineirinha treitêra!!!

  9. Concordo plenamente com você, Fernando Brito. Longe do ideal, mas caminhando em direção ao resgate, quem sabe um dia, de toda essa dívida histórica, que não é pequena.

  10. triste e deprimente, tanta gente precisando de um remédio caro,uma cadeira de roda e um acéfalo deste esbanjando superficialidade e luxúria e ainda ganha capa numa droga de revista paulista….quem não tem os pés firmes poderia concluir que a vida é injusta, mas ela vai lhe ensinar um dia

  11. triste e deprimente, tanta gente precisando de um remédio caro,uma cadeira de roda e um acéfalo deste esbanjando superficialidade e luxúria e ainda ganha capa numa droga de revista paulista….quem não tem os pés firmes poderia concluir que a vida é injusta, mas ela vai lhe ensinar um dia

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