Se Bolsonaro pudesse, Queiroga seria o próximo ex-ministro

 

Frouxo, falso, escorregadio, contraditório, omisso e pusilânime.

Nem esta vasta lista descreve bem o comportamento – talvez mais o caráter – o ministro da Saúde Marcelo Queiroga.

Não sabe quantas vacinas tem, acha que a China gosta de ser xingada por Bolsonaro e que “união nacional” evita a transmissão do vírus.

Nem na sua casa alguém acredita que, com um ano e dois meses de pandemia, ele não saiba dizer se deve ou não prescrever cloroquina a quem tenha sido infectado pelo vírus. Ou que possa falar em “isolamento social” sem adotar medidas restritivas à circulação de pessoas.

Aliás deve ser horroroso chegar em casa e ver no rosto dos familiares o ar de piedade, em lugar do de orgulho.

Quando você tem de dar muitas explicações em casa, costumo dizer que a situação está bem ruim.

Mas seria pior sair dali e ter de encontrar-se com Bolsonaro e enfrentar o ar de reprovação do presidente.

Porque também Bolsonaro experimentou uma enorme decepção com um ministro que não teve coragem de defendê-lo, nem na cloroquina nem na oposição a medidas sanitárias de Estados e Municípios.

Aliás, é bom que o tal protocolo do Ministério da Saúde que Queiroga prometeu não saia, porque se sair sem recomendar cloroquina será uma punhalada no chefe.

A favor de Queiroga, só há o fato de não haver na praça muita gente que possa atender melhor ao papel que Bolsonaro espere possa ser desempenhado por um ministro da Saúde um governo da morte.

O último que quis encarnar a função está aí, correndo como um rato que deseja escapar pelos cantos.

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