A reclamação, no twitter, do ministro-astronauta Marcos Pontes, dizendo que foi “falta de consideração” o corte de quase 90% dos recursos da Ciência e Tecnologia, além de tardia, é ridícula.
Não é falta de consideração, é um crime contra nossa capacidade de construir conhecimento, encontrar soluções tecnológicas, perder profissionais de primeira linha para o exterior e, numa palavra, atrasar fortemente os benefícios da capacidade de desenvolvimento científico-tecnológico do país.
O caso trouxe à baila um possível “corte da cabeça” de Marcos Pontes e a melhor reação que vi foi a do comentarista da Globonews, Otávio Guedes: “que cabeça?”.
Só o que revela esta história, onde Pontes atribui a Paulo Guedes a responsabilidade pelo corte quase total das verbas é a covardia e o caráter do Ministro: o corte não foi feito sem a ordem ou, no mínimo, o aval de Jair Bolsonaro.
Pesquisas, bolsas para profissionais que as desenvolvem e dirigem, são para Jair Bolsonaro, dinheiro jogado fora e desenvolvimento tecnológico é algo que se compra no balcão.
Sempre tem alguém oferecendo uma cloroquina ou um spray nasal que sirva para ser agitado como solução mágica, sem depender destes “parasitas” de universidades que ó servem para produzir “ideologia, maconha, cabelos compridos e depravação”.
Portanto, a cabeça de Pontes não tem a menor serventia.