O anúncio de que foi cancelada a reunião da Comissão da Previdência, na qual seria feita a leitura da complementação de voto do relator Samuel Pereira confirmou o que se disse ontem, aqui.
É praticamente impossível que se aprove o parecer a tempo de que seja levado à votação em plenário e, dependendo do que acontecer neste final de semana, impossível mesmo.
Terça-feira – data prevista, por enquanto, para a leitura – ainda não consta na página das comissões na Câmara a convocação – terão de ser votados os requerimentos de adiamento da votação.
O teor bélico e o tamanho das manifestações pró-governo chamadas para domingo tornam uma loteria saber se o centrão se animará a subscrevê-los.
Até agora, os atrasos não podem ser jogados à conta da oposição e já está claro que o próprio Rodrigo Maia, embora dizendo o contrário, os ajuda a acontecer, na base do “sem querer, querendo”.
Há impasses a granel: regras vantajosas para categorias policiais, professores, regras de transição, pensão por morte, inclusão do funcionalismo estadual e municipal, numa fila a perder de vista.
Terminar a votação na semana que vem, só com atos de força que, ao menos até agora, o presidente da Comissão, Marcelo Ramos, não parece propenso a tomar.
Mesmo que se aprove a reforma na comissão antes do recesso – isso, sim, é possível – há pouquíssimo espaço para votar em plenário na última semana de sessões.
Fica para agosto. E o que o Brasil será em agosto, ninguém pode imaginar.
3 respostas
Os cães estão ladrando, Sancho, mas não é conosco, é lá entre eles. É sinal de que avançamos muito mais.
PELO CONTRARIO NOS E QUE ESTAMOS SENDO OS “CULPADOS” QUANDO NA VERDADE SOMOS VITIMAS
Por tudo que vi até agora, quem realmente vai pagar a conta é o celetista e os autônomos. Regra de transição praticamente inexiste, prejudicando justamente os que tiveram que trabalhar desde cedo, assim como aqueles que vivem a insegurança do emprego temporário, sem falar numa geração, hoje na casa dos cinquenta e poucos anos que veio do interior em busca de emprego e que por ignorância, foi explorada pelos patrões, que não pagaram a previdência.
Quase 90% das emendas parlamentares eram a respeito de policiais, bombeiros, salva-vidas, militares em geral.
Isso se deve em boa parte a um número expressivo de deputados que são o major Fulano, o sargento Beltrano, o Capitão Sicrano, produtos da histeria bolsonarista em 2018.
A categoria militar está sobre-representada no congresso.
Em grau muito menor, mas também merecedor de nota, é uma parte da esquerda que só se lembra dos funcionários públicos.