Sem trégua, média de mortes vai a 1.500 e Brasil vai parar

Não importa mais a autoridade presidencial num país onde a Federação está se desmontando pela inação do Governo Federal.

Com as mais de mil mortes registradas hoje pelas secretarias de Saúde nos estados (domingo é dia de números mais baixos, pelo represamento de registros), a média móvel de óbitos saltou para cerca de 1.500 e é inevitável que a marca de duas mil mortes diárias seja atingida na terça ou quarta, quando parte dos registros do final de semana é contabilizada.

Vivemos situações insólitas, como a mensagem do governador do Mato Grosso, paraíso do próspero agronegócio, a seus colegas, pedindo leitos de UTI e escrevendo, literalmente, “Socorro!”.

O manifesto de 22 governadores anunciando que, à revelia da União, tomarão em conjunto medidas restritivas é sinal claro de que a autoridade central do país está em colapso, ao que parece dedicada a promover eventos turísticos a Israel, com uma comitiva de desqualificados, entre eles o imbecil do filho presidencial dizendo que nosso país é “adequado” para os testes de um spray “milagroso” porque é “miscigenado”.

Não são só pessoas – e muitas pessoas – que estão morrendo pela omissão do governo, mas a própria noção de país minimamente organizado, neste quadro onde proliferam bobagens como a ideia de que municípios podem sair mundo afora comprando vacinas que não lhes venderão enquanto o Governo Federal se mete em qualquer negócio, mesmo os mais fantasiosos, para anunciar milhões de doses que não existem.

Só não estamos numa situação paraguaia por que os chineses cumpriram o contrato com o governo de São Paulo, firmado contra a vontade do governo central.

Enquanto as mortes escalam, a Federação se dissolve. Tudo sob os auspícios de um Exército que vivia vociferando contra o “caos e a anarquia.”

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