‘Tchuchuca’, dilema para o centrão: só o PT será o ‘anti-reforma’?

O confronto de hoje na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara cria uma interessante questão política, para além dos desaforos trocados.

É a de que cresce a radicalização entre o pró e o anti-reforma, porque a radicalização do “1 trilhão” de Paulo Guedes desviou as atenções do que seria justo e plausível modificar  para a imposição rentista da reforma da Previdência.

E como a rejeição à reforma, por razões óbvias, é majoritária e tende a se expandir, fica um dilema para os partidos do Centrão.

Não vai passar despercebida uma adesão ao projeto do Governo e talvez não baste a ideia de que, quando se discutir o mérito, vão se cortar absurdos como o BPC e a aposentadoria rural.

Objetivamente, não há hipótese de que a oposição vote contra, ainda na questão da admissibilidade.

O Centrão vai votar a favor para “consertar depois”?

Na política, o tempo cobra preços. E caros.

De agora em diante, afigura-se um quadro em que a reforma só terá inimigos e áulicos.

A concessão quanto aos pontos inviáveis seria um gesto de ampliação de apoios, mas não aconteceu.

Deixou parte da Câmara na posição de dizer: “voto a favor, mas sou contra”.

A oposição, PT à frente, ficou na situação confortável de poder marcar uma posição que coincide com perto de dois terços da opinião pública, que rejeita a reforma?

E sozinha, se o centrão aceitar ir com o governo para “acertar lá na frente”.

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11 respostas

  1. Se tivéssemos tratado o Brasil de forma adulta, lá pelos primeiros dois anos pós-ditadura, estaríamos discutindo se 1 trilhão de dólares era suficiente para o Fundo Soberano, se 3% do PIB era suficiente para pesquisa científica, se salvar 85% da Amazônia era pouco ou precisamos de mais, mas… estamos aqui em 2019 discutindo milícias, goiabeiras e tchutchucas. Tô quase desistindo…

  2. Não devemos superestimar os poderes do “Centrão”, mas devemos saber reconhecer de onde vem o poder deles. O poder do Centrão, um poder que vive e sobrevive do Poder Legislativo, vem no entanto do alinhamento ou não com o Poder Executivo de turno. Mas esse alinhamento não é automático depende das negociações que se estabelece com aquele poder. Apesar de todo o palavrório ideológico – único alinhamento realmente automático, que se explica pela própria origem política e social do “Centrão”, uma união de partidos e lideranças políticas de direita e de centro-direita, – o que garante a atuação desse grupo é a “velha máxima” expressa por um antigo fundador desse segmento político, o ex ministro de José Sarney, Robertão; seu lema “franciscano” é o “dando que se recebe”. E assim foi e assim funcionou essa “prática” política durante todos os últimos governos do último ciclo democrático, que se encerrou com o Golpe de Estado contra Dilma. O primeiro e original Centrão, que se formou em 1987/88, durante os trabalhos constituintes, não foi capaz de impor totalmente suas pautas e propostas a depois promulgada “Constituição Cidadã”. É verdade que sua vingança não tardou em acontecer. Com a ajuda de muitos que haviam antes ajudado a colocar a “cidadania” na Carta, basicamente tucanos que eclodiram no ninho peemedebista logo após o fim dos trabalhos constituiente, e que começaram esse processo agora já “eternizado” de “Reformas” (30 anos de reformas!!!) por meio de Governos e Congressos que não tinham um mandato expresso e nem apoio popular para “reescrever” a Constituição. O plano desde o início é claro e bem definido sacar o apodo “Cidadã” de nossa Constituição e varrer a possibilidade de um verdadeiro Estado de Bem Estar Social no Brasil.

  3. Sabemos que é assim mesmo . É tudo uma questão de quanto e quando , o quando é a garantia do ” centrão ” nesse governo que sempre da volta e volta atrás . Tá cheio de tigrões ali não tem tchutuchas .

  4. Não só o paulo guedes é tchutchuca, mas o atual ocupante da cadeira presidencial, uma tchutchuquinha do imperialismo estadosunidense. Daquelas que abanam o rabinho e estão sempre prontas para dar a
    patinha.

  5. Para “acertar la na frente” é da turma da dep. tabata né? Pois a bunita é a favor da reforma já que o patrão dela assim manda.

  6. O Paulo Guedes disse, na cara de pau, que a “reforma” irá surrupiar R$ 1 TRILHÃO do bolso dos aposentados.
    Eles querem cortar aposentadoria, cortar férias, 13º, eliminar empregos, achatar salários. Eles acham que pode existir capitalismo sem consumidor. Mas aí é rentismo, dinheiro criado em especulação, dinheiro fictício. Quem tenha um mínimo de bom senso votará contra essa “reforma”.

  7. Eliminação de redutores de velocidade nas estradas; liberação de armas; liberação da atuação de maus policiais; reduzir impostos de cigarros; reduzir e dificultar a aposentadoria a pobres: QUAL MATA MAIS?
    Chamá-los de bozo, tchuchca dos banqueiros ou de ” conje” da mulher do moro é, confesso, brincar com coisa muito séria: a morte de brasileiros pobres.
    Que desastre colossal!
    Que desastre, senhores golpista. Que irresponsabilidade incomensurável, globo.

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