Tempo ruim para a prole Bolsonaro

De repente, ficou leve a molecagem de Jair Renan Bolsonaro posando com armas de pressão e sugerindo uma reação à CPI. Pode ser coisa de “fedelho imberbe”, criado num condomínio, com a arrogância de quem tem um pai arrogante e ferrabrás para garantir-lhe a valentia.

Leve, porque só hoje vieram à tona a inexplicável sucessão de saques diários da conta de uma empresa da ex-mulher do presidente, a misteriosa viagem, paga com dinheiro público, para o filho Flávio reunir-se com donos de cassinos de Las Vegas e o apontamento, pela Justiça, de que há “fortes indícios” de que Carlos Bolsonaro seja o chefe de um “regime organizado” para a prática de crimes.

De quebra, o “primo” Leo Índio passou a ser investigado pela Procuradoria Geral da República por ilegalidades na organização e financiamento dos atos do 7 de Setembro.

Grande dia, dir-se-ia na gíria bolsonarista.

E tudo isso com o patriarca quarentenado no Palácio da Alvorada, sem poder sequer passar pelo “cercadinho” de apoiadores e distribuir alguns coices e palavrões e invocar Deus como seu advogado, de vez que Frederick Wassef e Karina Kufa também andam encrencados.

Tenho a impressão que, a esta altura, a tinta da carta comportada escrita pelo “Tio” Temer está se desfazendo.

Bolsonaro sabe que dos destinos que ele próprio previu para si – “a prisão, morte ou vitória” – é o primeiro que está se desenhando, dependendo apenas de sua saída do governo, no dia 5 de janeiro de 2023.

Ele, que sempre foi um lobo solitário – ou quase, porque sempre protegendo sua matilha familiar – não vai demorar a uivar e mostrar as presas outra vez.

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