A Folha dá em manchete que o Centrão trabalha para derrubar a indicação do terrivelmente evangélico André Mendonça para o STF e estaria articulando o nome de Alexandre Cordeiro de Macedo, o presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a vaga.
Vaga que segue sendo ambicionada por Augusto Aras, terrivelmente jeitoso no trato com Bolsonaro e que oferece, como “brinde” a indicação da subprocuradora Lindôra Araújo, terrivelmente bolsonarista para substituí-lo na Procuradoria Geral da República.
Insepulto, mas já velado pelo mesmo Centrão, João Roma e Rogério Marinho, o ministro Paulo Guedes também estaria com o sucessor, Mansueto Almeida, terrivelmente pró-bancos, em banho-maria. Enquanto não cai, Guedes fecha a cara e o caixa para Onyx Lorenzoni, João Roma e Rogério Marinho, seus desafetos ministeriais.
O festival de traições em que se transformou o Governo de Jair Bolsonaro nada mais é que o retrato de sua desagregação, fruto de um comportamento tóxico que promove, onde quer que vá, a dissolução de qualquer grau de ética nas relações políticas e não só, porque amargamente experimentamos isso no próprio convívio da sociedade.
Nunca se ligou à dezena de partidos por onde andou e, quando teve o seu próprio, o PSL, encarregou-se de rachá-lo e não colocar nada em seu lugar, exceto o esquecido “Aliança pelo Brasil”, que jaz empoeirado em algum escaninho do TSE.
Bolsonaro é a encarnação da expressão do que, nos seus queridos tempos de ditadura, usava-se para rotular “esquerdistas”: ele, sim, é um elemento desagregador.
É o que sempre foi e que todos sabiam que seria, sem desculpas para quem acreditou ou fingiu acreditar que poderia domá-lo.
Brasília, que sempre foi um serpentário, tem hoje uma espécie de fila da facada nas costas.