Bolsonaro será aquilo que é.

Os “bobinhos” seguem achando que teremos, no governo, um Bolsonaro “light”.

O novo integrante do ‘bloco dos hipócritas’, o sr. Sérgio Moro, disse ontem, numa palestra a empresários, que não é “um político”, que terá, no Governo, “um posto predominantemente técnico” e que aceitou o convite de Jair Bolsonaro para um “superministério” da Justiça para “contribuir para afastar receios infundados” de que o novo presidente pudesse flertar com o autoritarismo.

Não é preciso comentar sobre o “político-não-político” Moro, mas é de se registrar sua pretensão de apresentar-se como ‘gendarme democrático’ de um sujeito que mal conhece.

É claro que Bolsonaro fará declarações formais de respeito à Constituição e às instituições. Vive a sua quadra de “bom-moço” e de rapapés.

Mas fará um governo cujas marcas serão a improvisação, o autoritarismo e, tanto quanto puder, o exercício da demagogia obscurantista como ferramenta política de manipulação da opinião pública.

Um governo de, como diz ele próprio, “caneladas”, as quais já distribui sem economia.

Engana-se quem esperar dele um governo “construtor”. É o contrário de sua índole de destruidor.

Não se espere, sequer, que ele seja aglutinador das forças conservadoras majoritárias no Congresso, porque não vai partilhar o Governo com eles, salvo pontualmente.

Bem fará a esquerda se não entrar em diálogos e negociações com ele, porque não pode haver diálogo e negociação com quem não tem o pressuposto da boa-fé.

Não existe Bolsonaro na democracia, da qual como não existe democracia com Bolsonaro.

Ele é a formiga cortadeira, a saúva das liberdades.

E a saúva, dizia a velha frase, acaba com o Brasil, se o Brasil não for capaz de acabar com a saúva.

 

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