“To bang or not to bang”, a questão cultural no Brasil

Já está tão repetitivo que virou lugar comum a frase atribuída a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler.: “Quando ouço falar em cultura, sinto ímpetos de sacar o revólver”.

Primeiro foi o ex-secretário de Cultura, Ricardo Alvim, aparecendo num vídeo de clara estética e conteúdo goebbeliano, o que acabou por provocar sua queda e o remake de Regina Duarte como Viúva Porcina na pasta. Agora, o mal-humorado galã de Malhação, Mário Frias, aparecer posando com um fuzil, nas redes sociais de um destes maníacos que dão tiros em homens de papelão sonhando em poder fazê-lo com os de carne e osso.

A musculatura “sarada”, agora, é obtida pelo aço frio e torneado das armas, e a força, antes das ideias, está nos cartuchos que afinal, são as únicas coisas de notável calibre em sujeitos assim.

A inteligência brasileira não está num dilema shakespeariano reescrito em “to bang ou not to bang“. Como emanação da realidade, os nossos valores tornaram isso algo tão natural que o bobalhão faz questão de provar que tem “bala na agulha”.

E, afinal, também dá pontos no STF de fato – o Supremo Tribunal dos Filhos – onde os concursos de pistola definem quem presta ou não no governo.

Afinal, se temos um ministro do meio ambiente devastador, um general na Saúde e um ministro da Educação que diz que a volta à escola não é problema dele, porque não um secretário da Cultura fuzileiro.

Afinal, o negócio da Cultura é mirar na cabeça das pessoas, não é?

 

 

 

 

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