‘Tratorão’ de Bolsonaro leva o Amapá para o Rio São Francisco

“Na Serra do Navio, o rio Amapari vai desaguar no São Francisco e o Rio São Francisco vai bater no meio do mar”.

O finado Luiz Gonzaga não ia gostar muito desta “nova versão” do seu clássico “Riacho do Navio”, um riacho sazonal no sertão de Pernambuco.

Mas ela não é mais despropositada que a manobra revelada hoje pelo Estadão pela qual Jair Bolsonaro conseguir enfiar dinheiro para obras eleitorais do senador Davi Alcolumbre, do Amapá em 16 municípios, entre eles a pequena Serra do Navio, de 5 mil habitantes e onde o até hoje só era conhecida por suas reservas de manganês, exploradas e depois abandonadas pelo milionário Azevedo Antunes, amigo de David Rockfeller e sócio das norte-americanas Hanna Minig e Bethlehem Steel.

Bolsonaro, conta o jornal, aumentou a área de abrangência da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal loteada pelo Centrão que vai aplicar cerca de um terço desses recursos por imposição dos políticos que a controlam criou dotações de verbas que servirão, segundo a reportagem, para obras “no Amapá, reduto do senador Davi Alcolumbre (DEM); o Rio Grande do Norte, base do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido), a Paraíba, do deputado Wellington Roberto, líder do PL na Câmara e o Tocantins, do líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB).

Alcolumbre fez a mudança na lei “incluindo” o Amapá nos vales do São Francisco e Parnaíba, situados a milhares de quilômetros e, de quebra, 20 dias atrás, inaugurou o escritório da companhia na capital do Estado, já com o anúncio de asfaltamento de ruas e pontes.

Como se vê, é mais fácil transpor o Amapá para o Rio São Francisco do que terminar a transposição das águas do Velho Chico para irrigar e abastecer os municípios do Nordeste.

 

 

 

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