Tudo dá errado com Jair. E vai piorar,com o ‘gabinete do vírus’

A coleção de derrotas políticas de Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, não foi pequena.

Já cedo, mal começava o depoimento de Luiz Mandetta na CPI, a fuga de Eduardo Pazuello do compromisso de depor, na terça, diante dos senadores.

Um ato de covardia desmoralizante, que não só virou deboche para os opositores de Bolsonaro como criou uma imensa repercussão nas Forças Armadas.

Por estar na ativa, a fuga de Pazuello teve de ser referendada- não sem muito mal-estar, pelo comando do Exército e tornou palpável o medo de que um oficial-general possa ser objeto de uma condução ‘sob vara’ para testemunhar.

Algumas horas depois, o depoimento de Madetta desenhou, com linhas bem claras o fato de que funcionava, no Planalto, um ‘gabinete do vírus”, que assessorava o negacionismo presidencial, com charlatanismos e subversão às medidas de isolamento social.

Pior ainda é nele estava presente ninguém menos que o filho Carluxo.

Daí a pouco veio mais uma: o relatório do deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) sobre a reforma tributária não foi o que esperavam Paulo Guedes e o mais firme bolsonarista do Centrão, o presidente da Câmara, Arthur Lira. Lira, irritadíssimo, fez o quê? Botu a bola debaixo do braço, terminou o jogo e deu por anulada a tramitação do projeto que volta à estaca zero deixando Guedes sem a “pauta positiva”com a qual contava para parecer ter algum projeto para a economia.

De quebra, mais dois problemas com isso:o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, assanhou-se para ‘adotar’ o relatório de Aguinaldo Ribeiro. E arranjou um ‘racha’ no PP, núcleo duro do Centrão.

Que, aliás, deixou os bolsonaristas sozinhos na tentativa de evitar a revogação da Lei de Segurança Nacional, prinipal arma jurídica para perseguir adversários do seu líder.

Como se vê, mais um dia ruim neste outono do bolsonarismo, que tem grande chance de continuar assim na terça-feira, quando Nelson Teich terá de mostrar mais que seu ar tristonho e falar como foi pressionado pelo “gabinete do vírus” em seu mês inócuo à frente (ou na fachada)do Ministério da Saúde.

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