Veto ao “Fundão” vai abrir crise com a Câmara.

Anuncia-se que Jair Bolsonaro, daqui a pouco, anunciará o veto ao valor de R$ 5,7 bilhões, enviando um projeto de substituir o valor por uma correção do valor de R$ 2 bi destinado às eleições do ano passado. Falam alguns que este índice seria a correção inflacionária e outros que chegaria a R$ 2,7 bi. A ver.

O fato é que, a não ser que o valor vá mais para perto do aprovado pelo Congresso, está aberta uma grande encrenca entre o Governo e a Câmara, na qual todos terão de buscar a reeleição, enquanto o Senado, que vai renovar apenas 27 das 81 cadeiras tende a concordar com valores menores, pelo impacto que o assunto tomou na opinião pública.

O problema é que o valor de R$ 5,7 bilhões não caiu do espaço, mas foi fruto de um acordo dos parlamentares com o Executivo que Jair Bolsonaro não vai honrar. E não honrar acordo, em parlamento, é crime hediondo.

A aprovação do veto presidencial, portanto, tem de ser negociada por um polpudo reajuste no valor, seja no projeto de lei a ser enviado, seja em novo acordo para não vetar uma emenda que seja apresentada.

Não vai ser a única fonte de tensão: há grande insatisfação na base governista com a declaração de Paulo Guedes admitindo retirar a proposta de reforma no Imposto de Renda.

“Temos que ver mesmo se vai piorar ou não. Se a gente chegar à conclusão que vai piorar, eu prefiro não ter”

Só que, a esta altura, “não ter” significa jogar mais instabilidade na economia, depois daquela que se jogou por tentar ter, de maneira improvisada, contraditória e claramente lesiva aos Estados e Municípios, aliás já prejudicado com a proposta de “calote” da PEC dos precatórios, na qual eles são os principais prejudicados pelo parcelamento a perder de vista dos créditos que têm com a União, sem mais discussão judicial possível.

 

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