A famosa ordem de Pinheiro Machado ao cocheiro da carruagem em que deixava o Senado, diante de uma manifestação hostil – “Nem tão devagar que pareça afronta, nem tão depressa que pareça medo!” – foi desatendida nos dois sentidos por Abraham Weintraub.
Sua saída do MEC, desde sempre necessária e imperiosa desde que sugeriu a prisão dos “vagabundos do STF” no bundalelê ministerial presidido por Bolsonaro em abril, foi, pela demora, uma afronta.
E a sua viagem para os Estados Unidos, onde pretende (só pretende, ainda) abocanhar a sinecura de luxo de um cargo – que todos adorarão se for fictício – de diretor do Banco Mundial, no mesmo dia de sua saída do cargo é, parece a todos, uma desabalada fuga de uma possível retenção de seu passaporte, como requereu o senador Fabiano Contarato.
Weintraub, afinal, depois de tantas demonstrações verbais de valentia, escafedeu-se como um poltrão, desertando do posto de general do exército bolsonarista.
Se fosse o último ato de torpeza, seria um fim à falta de altura moral do ex-ministro.
Mas ainda não é. Vai descer mais, muito mais.
Mas já se inscreveu como um dos personagens mais folclóricos da tragédia final do governodo do “Mito”.