Governo receita cloroquina sem médico que responda

Descobrimos, com a pandemia, que não apenas o novo coronavírus é contagioso.

A estupidez também é.

Então, temos agora, um protocolo oficial para a administração de uma droga no qual já vem descrito que não se tem a menor certeza de que funciona.

E, como revela O Globo, uma prescrição médica que vem sem o nome do médico responsável pela indicação.

Genial.

Tudo receitado pelo Dr. Jair Messias Bolsonaro que ouviu o chefe Donald Trump falar que ele toma cloroquina como quem engole comprimidos de vitamina C para uma “gripezinha” e que o copia, em escala mais grave, impondo como protocolo para toda a rede de saúde.

Como o presidente e seu ministro não são médicos, não é impossível que acabem denunciado por charlatanismo.

Não adianta dizer que o médico é livre para adotar ou não o tratamento, porque o doente ou sua família, a partir disto criam uma expectativa que, se não for atendida, vai criar pressões e conflitos nos hospitais.

Até porque o conselho da categoria, formado por “medalhões”, cuja maioria sequer toca mais em um paciente, numa resolução vergonhosa, ficou “em cima do muro” para agradar o presidente e, quem sabe, aumentar sua generosidade com hospitais privados e planos de saúde.

Os médicos da linha de frente não têm merecido este carinho do seu governo, Exaustos, sem material adequado, tendo de manejar superlotação de pacientes em UTI e leitos de enfermaria, eles não têm tempo para brincadeirinhas irresponsáveis e mórbidas como a que o nosso presidente se dedica.

Em compensação, passamos a uma categoria nova na ciência política: a ditadura terapêutica.

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17 respostas

  1. Nós temos o nosso Jim Jones ,ele manda sua matilha se suicidar, e esta obedece.
    .Eles estão convencidos de sua efetividade,que foi garantida pelo “mito”, a quem lhe garante o seu dono,o homem laranja (toma todos os dias que nem aspirina para manter “fino” o sangue).
    Tomara que sigam a risca sua “receita” e já cheguem no hospital pedindo cloroquina, lamento pelos sepultureiros,terão o serviço triplicado.
    O mundo ficará melhor.

  2. General acha que sabe tudo, esse é o primeiro passo para a estupidez. Hoje tem mais general no governo do que no exército, boa notícia para o exército.

  3. Uai sô!
    Como não precisa de assinatura de médico. E mais incrível: o protocolo proposto pelo dr. bozo já vem com a assinatura de atestado de óbito. Duas assinaturas a do bozo e a do que aceita ser cloroquinado. Eita povo doido. Antes de morrer já assina seu atestado de óbito.

    1. Vai que nosso estimado presidente resolve imitar Trump e toma também uma dosezinha matinal de cloroquina, só pra garantir, né! Tá, ele tem o histórico de atleta que dispensaria a necessidade de se proteger, né, mas só pra garantir e vai que Deus me livre!, ele tem um infarto! Já pensou, que trágico seria? Diante das câmeras naquele momento provocação-matinal !… Deus me livre de ver um negócio desses…

      1. Nancy Pelosi deu uma invertida no bozo alaranjado dizendo que ele devia ser mais cauteloso pois está no grupo de risco pela idade e pela obesidade mórbida. O laranjão pirou e deitou a ofendê-la. Justo ele que se recusa a usar máscara por vaidade, ser chamado de obeso mórbido é um tiro nos culhões.

      2. Rapais do céu. Você é vidente. Tô até vendo o bozo gritando cala-boca, cala-boca, cala-boca,..e se esborrachar no chão. E a dona Carmem Lúcia interrogando, ta lá um corpo estendido no chão?: eu não disse que cala-boca já morreu?

      3. Ele vai fazer melhor! Vai injetar desinfetante na VEIA. Não é na avó dele. E a seguir, engole uns 10 comprimidos de CLOROQUINA.Será um grande favor. Pago até um culto em qualquer sala de descarrego

  4. Já em abril, com o grande aumento do número de casos, aqueles que reclamavam dos sintomas iniciais da doença, remotamente ou em alguma unidade de saúde, eram orientados a permanecer em casa ou mandados para casa, e só eram hospitalizados já em situação grave. Hoje, com a tragédia se concretizando nas primeiras dezenas de milhares de mortos, este tipo de atendimento é ainda mais usado, o padrão mesmo para os pobres, por falta de leitos e recursos nos hospitais.

    Ou seja, ao indicar o uso da CQ e HCQ nos primeiros dias da doença, o objetivo claro do Genocida e do exército fascista de ocupação do Brasil é o de ministrar as drogas aos pacientes em casa, sem acompanhamento médico, o que resultará em mortes generalizadas nas residências pelos seus efeitos colaterais totalmente conhecidos, principalmente no sistema cardiovascular. Acrescidas das mortes derivadas de auto-medicação com as drogas por infelizes, não é difícil prever a catástrofe por vir.

    Resumindo, hoje se inicia de fato um experimento nazista contra os pobres do Brasil, patrocinado pelo Genocida e pelo exército fascista, que já estocou milhões de comprimidos da droga para este uso criminoso e que já tomou de assalto o ministério da saúde para cumprir a missão genocida.

  5. Imagine se esse protocolo fosse assinado pelo Lula ou pela Dilma. O céu desabaria e as entidades reaças e corporativas como as CRM reagiriam com ferocidade. Mas como são de extrema direita e odeiam os médicos cubanos e praticam a medicina puramente por dinheiro, vinculados a hospitais privados e aos planos de saúde, ficam calados. HIPÓCRITAS!!!

  6. Médicos são mais Bolsominions que caminhoneiros! A turma do jaleco ainda não percebeu que, quando o Guedes se referiu a empregadas domésticas na Disney, estava falando deles.

  7. Não estou conseguindo acessar os comentários pelo celular com nenhum navegador (Opera, Samsung ou Chrome).
    Alguém mais com esse problema?

    1. Eu também. Estou colocando na opção “versão para computador” no navegador para poder ter acesso aos comentários. As charges também não consigo ver faz tempo, só banners de propaganda.

      1. Exato.
        Acontece o mesmo comigo. Pensei que fosse alguma configuração do celular, mas parece que nao: tentei com outros de marcas variadas e acontece o mesmo.
        Abraço.

  8. Infelizmente, mais uma vez Fernando Brito tem razão, embora desta vez eu bem quisera que estivesse enganado. “Exaustos, sem material adequado, tendo de manejar superlotação de pacientes em UTI e leitos de enfermaria, eles não têm tempo para brincadeirinhas irresponsáveis e mórbidas como a que o nosso presidente se dedica.” Aplausos. Esta é uma coroação para um artigo tão representativo do momento que estamos atravessando na saúde. E, quanto às pressões pela droga “milagrosa”, elas já começam a se fazer sentir. Só acrescentaria mais uma angústia: a de colocar diariamente a própria vida e a de nossos familiares em risco real. Basta atentar ao número de vítimas ligadas ao atendimento em saúde.
    Mas, após a leitura dos comentários, a dor da descrição foi ultrapassada pela leitura de diversos comentários. Difícil saber o que dói mais. Se a aberração de ver a intromissão de governantes acéfalos em uma profissão que demanda tanto tempo de dedicação aos estudos e de sacrifícios pessoais em nome da saúde do outro, trabalhando em condições não raro aviltantes para manter em funcionamento o SUS, ou a de ler inúmeros comentários tentando nivelar por baixo todo os membros de uma categoria tão diversa. Se ver o desgoverno usar a ameaça à saúde gerada por uma pandemia para auferir benefícios, políticos ou talvez outros, ou ler que “todos” os médicos são bolsonaristas e elitistas. Dá vontade de dizer “que se danem, então”… Mas quem fez esta escolha não tem direito a ignorar nenhum pedido de auxilio, mesmo dos que o chamam bolsonarista. Ou elitista (estranha elite, esta, viver do que se ganha trabalhando, não da rentabilidade do mercado de ações que só conheço das notícias de jornais).
    Tudo bem. Mais um ponto para o senhor, Mestre Brito: “Os médicos da linha de frente não têm merecido este carinho do seu governo”. Ao que parece, nem dos seus leitores. Fazer o quê? Como o protagonista de Camus, continuaremos a fazer o que sempre fizemos há tantas décadas. Trabalhar. Para ajudar no que der àqueles que dependem de nossos cuidados, para manter de pé o maior sistema de saúde pública do planeta. Não por oportunismo, já que não vejo oportunidade nos flagelos da humanidade, nem por heroísmo, palavra que começa a me irritar pelo número de vezes que tem sido usada de forma hipócrita. Apenas por honestidade consigo mesmo. Porque nada mais caberia neste momento.

    P.S: antes que algum “jênio” das redes sociais tente me chamar de demagogo, peço que tente ler algum comentário prévio meu neste blog, para ver se defendo algo do que foi imputado aos médicos. Aliás, não costumo agredir colegas por suas opções políticas, embora nunca deixe de tentar contra-argumentar com meus próprios argumentos. Apenas acho que toda generalização é injusta. Comigo e com meus colegas de SUS. Aos que não generalizam, peço desculpas pelo desabafo. Fruto da exaustão física e mental, sem dúvida.

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