Na prática, a Editora Abril fechou hoje.
As portas continuarão sendo abertas, as revistas – nem todas – vão para as bancas, os anúncios continuarão – em menor quantidade – a ser postos em suas páginas.
Veja continuará a ter seu lugar nas salas de espera dos consultórios.
A editora, entretanto, deu seu último suspiro, encerrando uma trajetória que foi marcada por cumes e esgotos desde que a empresa, há quase 60 anos, lançou-se no campo do jornalismo, primeiro com Realidade, logo depois com a Exame e a Veja de Mino Carta.
É apenas uma questão de tempo para que seus títulos sejam encerrados ou vendidos, “avulsos” ou em lotes.
Ricos, muito ricos, os netos livram-se da carcaça da empresa que, durante os últimos 30 anos deitou regras sobre como o Brasil deveria ser dirigido e como deveriam proceder seus governantes, liquidou o império editorial criado por Victor e Roberto Civita.
Saem fazendo aquilo que dizem ser o horror dos horrores quando se trata de países, mas acham natural quando acontece com empresas: um calote de R$ 1,6 bilhões, em troca de pagarem apenas 8% do que devem, ainda assim a perder de vista, em 18 anos.
Imaginem o que aconteceria se o Brasil oferecesse aos detentores dos títulos de nossa dívida condições apenas um décimo destas? Seria mesmo um “plano comunista” a ser enfrentado com intervenção militar, não é?
O comprador formal não importa, é um negócio entre bancos: os aventureiros do BTG Pactual de um lado e Bradesco, Itaú e Santander de outro, fazendo trocas contábeis de dívidas, fixando preços fictícios, providenciando ganhos com o calote em direitos trabalhistas e tudo o mais que se puder criar nos laboratórios de “soluções criativas” com que a picaretagem financeira hoje lida.
É bom que se observe bem este processo de esvaziamento do poder da Abril e, afinal, de sua morte.
Ele já está em curso com a Globo e os interesses representados por Edir Macedo – e estes interesses não são apenas os de sua Igreja Universal – percebem e estão bem posicionados para explorar todas as possibilidades que o novo governo lhes dá.
19 respostas
Fernando Brito, torcendo pra que vc esteja totalmente recuperado. Mas como vc faz falta! ”
“Saem fazendo aquilo que dizem ser o horror dos horrores quando se
trata de países, mas acham natural quando acontece com empresas: um
calote de R$ 1,6 bilhões, em troca de pagarem apenas 8% do que devem,
ainda assim a perder de vista, em 18 anos.
Imaginem o que aconteceria se o Brasil oferecesse aos detentores dos
títulos de nossa dívida condições apenas um décimo destas? Seria mesmo
um “plano comunista” a ser enfrentado com intervenção militar, não é?”
Esses 2 parágrafos resumem porque vc faz falta. Soberbos!
Exato! Parabéns para o Fernando e para você também.
E depois de 4 anos, descobrimos o que Lula e Dilma sabiam realmente: BANDIDOS PODRES E CORRUPTOS, FORMANDO COXINHAS ALIENADOS E TONTOS QUE DESEMBOCOU EM 2018, DESTRUINDO UM PAÍS PROMISSOR PARA TRANSFORMÁ-LO NUM CURRAL DOS ISTEITES !
A Globo segue ¨rifando¨ Bolsonaro, claro, quando defenestrado, ela se livra de Edir Macedo, leia-se Record, e ainda cai nos braços de Mourão, leia-se, anos 60, meados de sua criação pós golpe, ou seja, retorna ao velho ninho.
Brasil com Bolsonaro é uma antevisão do inferno.
Pode escrever. Este negócio vai dar calote. É só o comprador recebe 20% ou mesmo 10% da dívida num paraíso fiscal, vende o que pode, junta tudo e vai viver em qualquer lugar do mundo.
Quem se ferra são os jornalistas
O detrito sólido da maré baixa merece o rio Tietê ao céu aberto.,
Antes tarde do que mais tarde.. .
Bem feito!
O meu sonho de ver a falência da empresa Editora Abril se realizou. Mas infelizmente, os seus proprietários continuam milionários, à custa de golpes, fraudes, e calote nas indenizações trabalhistas.
Não há como um dia após o outro com um dia no meio. É como dizem loá em Minas: Quem deve a Deus paga pro Capeta. Se estes herdeiros da Inveja pensam que sairão incólumes destas podem ir tirando o cavalinho da chuva. Vão perceber que nem tudo é dinheiro.
Netos ricos e VAGAMUNDOS. Não estão nem aí… Estão muito bem… em Miami.
Enquanto isso os otários e imbecis de sempre( aqueles dos 54milhões de voto), e o demais brasileiros são obrigados a pagar a conta desses salafrários!
E podemos aguardar, vem aí a conta dos marinhos… aqueles do triplex da praia de Santa Rita em Paraty!
Esperando ansiosamente os próximos da lista, a saber: Globo, Estadão, Folha de São Paulo…
Em primeiro lugar parabéns por mais uma análise irretocável.
Pensar no fim da abril e da decadência irreversível da globo é reconfortante no meio desse cipoal de imbecilidade, porém quando nos deparamos que isso resultará no armazenamento de força das empresas evangélicas, fica como sair da frigideira pra cair no fogo.
O povo brasileiro permanecerá refém da ignorância. À desinformação política tendenciosa se somará a pregação evangélica tosca e gananciosa, visando a abolição do estado laico.
Não há nenhum porto seguro sem a democratização da mídia, com uma lei que pulverize a propriedade dos meios de comunicação e reforce seu papel enquanto concessão pública.
Muita saúde Fernando Brito e Lula Livre.
Casa Grande & Senzala
Os trabalhadores que OBVIAMENTE serão lesados ,mas que em tempo dos delinquentes civita ,”VESTIAM A CAMISETA” DA EMPRESA ( que burriçe !!!)E AJUDAVAM A VEJA E COMPANHIA A DEFENESTRAR GOVERNOS POPULARES ,estão a se defrontar com a realidade.
O “orgulho” que sentiam quando enchiam o peito e diziam ,” eu trabalho na Abril” ,foi pro cesto do lixo dos civitas.
ALGUM DIA OS TRABALHADORES APRENDERÃO COM A CLASSE RICA,ELES SIM !!!!!!PRATICAM A LUTA DE CLASSES.
do jeito q está já tá ruim, imagina então se o grupo globo cai na mão de uma fox?… aí, mesmo um governo q defendesse os in teresses nacionais não teria como tocar nos donos
Bem feito, a editora colheu o que semeou.
Em breve o nome muda para “Fechou”.
A General Motors, na década de 80, talvez tenha inaugurado esse tipo de saída para os grandes empresários… Se livram das obrigações trabalhistas… com o dinheiro visível, e até o não visível, mudam de ramo…parte da herança familiar são salvas em Fundações… fora a grana nos Panama Papers da vida…
Nessa, quem “Perdeu!”, foram mesmo os Funcionários da Editora Abril..
P.s: Quem quiser ver sobre a GM está no Documentário de Michael Moore: Roger e Eu.