Fazer política com distribuição de “ajuda humanitária” não é novidade na história.
Os que passaram dos 60 lembram dos sacos de leite em pó da Aliança para o Progresso que o governo de Carlos Lacerda, já em rebeldia aberta ao poder nacional, distribuía por aqui e como, depois, os recursos deste programa financiaram “maravilhas” como a Vila Kennedy, entre os então longínquos bairros de Bangu e Santíssimo para remover os pobres das favelas do Morro do Pasmado (em Botafogo), da Praia do Pinto (Lagoa), Maria Angu (Ramos) e da Favela do Esqueleto, onde hoje é a Universidade do Estado, no Maracanã.
Mas, ao menos, se fazia em acordo com os governos nacionais e tinha, ao menos alegadamente, a intenção de melhorar a situação econômico-social.
O que está acontecendo na Venezuela, porém – como bem observou ontem a correspondente internacional da CBN, Adriana Carranca (ouça a partir dos 3’48” do áudio) – merece qualquer nome que não seja o de ajuda humanitária e é por isso que a ONU e a Cruz Vermelha Internacional se recusaram a participar da sua entrega ao país.
À parte de qualquer consideração sobre o tom da resposta de Nicolás Maduro à situação, ficou evidente que o autoproclamado “governo” de Juan Guaidó não tem o controle do país, nem mesmo de algumas de suas regiões e conta, apenas, com a mobilização de manifestantes desorganizados e dispostos ao confronto, seja lá ao que eles levem.
Mais expressamente: não existe o tal “Governo Guaidó”, independente do grau de desgaste que tenha o Governo Maduro. Na verdade, o que existe para Juan Guaidó, além da mobilização oposicionista, é o reconhecimento da fileira de países que se seguiu à decisão de Donald Trump de reconhecê-lo como presidente.
É claro que isso pode mudar, de acordo com a evolução da situação interna do país e e uma sempre esperada mas nem sequer esboçada perda de apoio militar do governo atual. Mas o fato é que não há outro governo na Venezuela senão o de Maduro.
Este é o ponto central da questão diplomática, não a simpatia ou antiatia por Maduro, esta uma questão legítima apenas a forças políticas, partidos, ideologias.
Alegar que são alimentos (aliás uma quantidade ridícula quando se alega que visa abastecer um país de 30 milhões de habitantes) e não armas que estão sendo oferecido aos menifestantes rebeldes é ridículo quando estes alimentos serão usados, de fato, como armas políticas.
15 respostas
O que a mídia não diz, é que a situação venezuelana foi criada pelos EUA, quando este criou os embargos e bloqueios econômicos. A Venezuela está para os Estados Unidos, assim como a Síria, o Irã, o Iraque e a Líbia estão para as petroleiras. Tudo o que eles querem é apoderar-se do petróleo produzido nesses países. Com a tal conversa de “derrubar ditadores” os EUA invadem um país, destroem tudo, matam seu líder e vão embora, deixando tudo “terra arrasada”, literalmente. Depois as petroleiras, “boazinhas como são”, apoderam-se do petróleo, a preço de banana, deixando povos na miséria total. É bom lembrar que a Venezuela possui as maiores reservas de petróleo e ouro do mundo.
Se os EUA pensam que vão levar dessa vez facinho, como foi na Líbia e no Iraque. Estão muito enganados, pois parte desse petróleo já pertence a Rússia e a China, que emprestaram em troca de petróleo a ser entregue futuramente. Já esqueceram a surra que levaram no Vietnã, Afeganistão e Síria?
Talvez, embora ganhar seja o desejável, mais importante que isso é sempre justificar o enchimento dos bolsos da indústria armamentista – grande parceira do “big oil”.
Verdade…..O discurso de Maduro mandando “Trump tirar as mãos da Venezuela”, é típico de um governante que tem um bom apoio (como Assad na Síria…). “(A China) sempre teve uma visão de longo prazo em relação à Venezuela: sendo este o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, fazia sentido investir ali como uma forma de garantir uma fonte de petróleo, (produto) que é necessário para seu crescimento”, disse Carlos de Sousa, da Oxford Economics. E a Rússia tem interesse idêntico, tendo também feito investimentos no país….. Acrescente-se a isso que as duas superpotencias, não pretendem facilitar a vida dos EUA, deixando para o mesmo as maiores reservas de petróleo do mundo, não é mesmo???
vergonhoso
foram duas caminhonetes com meia carga cada
e o traste falando em 200 toneladas – só se for na cueca borrada de medo de Maduro (agora ele já pode né?)
Nada surpreendente.
Se parte do “governo” Bolsomerda, é “fake”!
Para a Europa plano Marshall, para a América Latina FAKE NEWS, exploração, miséria, e agora guerra.
De Império com pretensões globais à polícia de quarteirão, trágico e perturbador ocaso para o “sonho americano”.
Eu acho que sua excelência o presidente e o vice deveriam liderar um ataque à Venezuela, como os reis de antigamente, que não eram comunistas, o faziam. Como exército os Bolsomínions. Como capitães, os seus ministros. Como estratega, Olaco de Carvalho. Ficaríamos eternamente gratos ao bolivarianismo por nos livrar dessa escumalha.
Trump quer fechar as fronteiras dos EUA, mas abrir as da Venezuela. Isso diz tudo sobre a situação.
Permitir que uma gang de milicianos transforme o Brasil em milícia de Donald Trump é um ultraje inaceitável.
Somos todos milicianos?!!!
Quem colocou essa gang no poder?
Que legitimidade tem essa milícia corrupta para querer jogar o povo brasileiro na máquina de moer do império de ladrões? Você aceita mandar seu filho morrer em nome do picareta Donald Trump?
Somos um País com alto índice de traidores, governados por um bando de covardes que não conseguem distinguir estadistas de oportunistas.
Esses merdas de Bolsonaros e sua trupe de fardados e evangélicos, não são capazes de produzir um o com a bunda na areia molhada.
Quem tiver um meio de entrar em contato com Maduro fala para ele e seus militares ficarem firmes iguais a uma rocha e observarem a situação dos coletes amarelos na França. Já tem algum tempo que eles –
estão tentando derrubar o Macron e não conseguiram nada. Nos protestos já há houveram mortos e feridos e nem por isso Macron caiu. E ele também não vai cair.
A Michele Bachellor pisou na bola muito bem pisado. Protestou contra a violência dos agentes do governo Maduro na fronteira com a Colômbia. Parece que ela comprou como lebre os gatos que a imprensa supremacista vem vendendo na busca insana de demonizar o Maduro. Ou estava míope, ou não teve condição alguma de distinguir os violentos guaidoenses dos pacíficos bolivarianos, ou acreditou em alguma das mil potocas da imprensa. Só faltou dizer que os black blocs mascarados que arremessaram pedras e paus contra a Guarda Venezuelana e que incendiaram várias coisas, estavam agindo a mando de Maduro. Certa imprensa mostrou os dois blindados da polícia que foram sequestrados por bravos rapazes do Guaidó e jogados contra as pessoas no meio da ponte, atropelando e ferindo alguns, como sendo uma ação do governo ou de paramilitares ligados ao governo da Venezuela. Era isso mesmo que a ação de falsa bandeira queria, mas foi desmascarada quando os dois motoristas fugiram para o lado colombiano e foram recebidos com abraços pelos manifestantes pró-Guaidó/Trump. Bachellor citou até o olho perdido pela policial venezuelana na ação dos guaidoenses violentos, como sendo fruto de uma ação da própria polícia venezuelana. Alguém precisa dar um choque de realidade na representante dos direitos humanos da ONU. Ela, com sua inocência, está fazendo o jogo do bandido contra os cidadãos de bem.