Helena Chagas analisa o papel a que Paulo Guedes se prestou diante da inacreditável humilhação pública do agora ex-presidente do BNDES feita sábado por Jair Bolsonaro e que não lhe deixou saída senão a de demitir-se ontem.
Para ela, Guedes, às pressas, ter se associado às queixas do presidente em relação a Levy é uma tentativa de mostrar “que não está fraco como todo mundo pensaria ao constatar que um de seus principais auxiliares foi demitido pelo presidente da República sem consultá-lo.”
A esta altura, Guedes serve apenas como um ícone da adesão inquebrantável do governo Bolsonaro às forças do “mercado”. Mas uma adesão que, sob a ótica da política econômica, está fadada a tornar-se um problema, pois a ausência de qualquer política capaz de vencer a estagnação da economia vai minando, sem parar, a confiança de que ele consiga deter os rompantes do ex-capitão.
Na vida real, menos Guedes e mais Bolsonaro
Helena Chagas, n’Os Divergentes
Depois da forma grosseira como o presidente Jair Bolsonaro conduziu o processo de demissão do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, neste fim de semana, o que mais se destacou no episódio foi a atitude do ministro da Economia, Paulo Guedes. Mal foram divulgadas as declarações intempestivas do presidente, Guedes disse reconhecer a “angústia” presidencial e tratou de propagar que estava também insatisfeito com Levy.
Digamos que seja verdade, e que o mesmo Guedes que batalhou para levar Joaquim Levy para o BNDES há seis meses tenha ficado profundamente decepcionado e irritado com sua gestão nesse período. Ainda assim, o normal seria botar panos quentes na situação e preparar uma substituição civilizada, sem humilhações para Levy e, sobretudo, sem provocar a perplexidade e a insegurança que o episódio trouxe ao mercado e ao establishment econômico.
Por trás da atitude de Guedes está, segundo observadores experientes da área política, uma tentativa de mostrar ao mundo que não está fraco como todo mundo pensaria ao constatar que um de seus principais auxiliares foi demitido pelo presidente da República sem consultá-lo.
Paulo Guedes “aderiu” rapidamente à demissão de Levy – que tirou de uma diretoria do Banco Mundial para assumir o cargo – para não tornar explícito o fato de que, diferentemente do que pensavam o mercado e boa parte das elites há seis meses, o governo vai ficando muito mais de Jair Bolsonaro do que de Paulo Guedes.
Aliás, uma obviedade no presidencialismo com eleições diretas, apesar da relutância de muita gente em enxergar. Também no plano das evidências está o fato inegável de que o ministro da Economia – assim como o da Justiça, por razões diversas – se enfraqueceu.
Ainda que Guedes vá nomear o substituto de Levy no BNDES, escolhendo seu perfil e determinando quais mudanças serão feitas na organização do banco, esse sujeito, assim como tudo o que ele fizer, estará sujeito a levar uma paulada fatal de Bolsonaro quando ele acordar de mau humor num sábado de manhã.
17 respostas
Mau caratismo é uma das facetas desse “governo”. Falta de visão estratégica, deselegância, burrice mesmo e autoritarismo brutal são as outras faces. Por exemplo: Levy é um cara sério, neoliberal porém com muito bom senso, técnico até a medula, como ex-diretor de grande banco e, lembremos, como diretor financeiro do FMI que era antes de aceitar o convite do Bozo. Errou feio ao aceitar, é claro, mas isso não justifica ser demitido do jeito que foi. Ele foi honestíssimo no BNDES: disse que não poderia se comprometer com a entrega de mais de 120 bilhões de reais ao Tesouro até o final deste ano e explicou os motivos, todos técnicamente perfeitos. Não dá pra vender as grandes participações do BNDES em companhias abertas assim como quem vende pipoca, a não ser que o banco quisesse perder dinheiro.
A reputação do Brasil vai rolando ladeira abaixo nos mercados internacionais que contam. Guedes nunca teve reputação alguma a não ser de um chicago boy de terceira divisão. Bozo, então, nunca foi nada além de um babaca do baixíssimo clero da Câmara e miliciano covardão. Mas o Brasil não merece rolar na lama junto com essa gente.
Mas era esse o objetivo, mesmo: Descapitalizar o que já foi um dos maiores bancos de fomento, em tempo recorde, reduzindo sua capacidade em crédito para investimento a pó. Até para capital de giro, do jeito que a coisa está.
Dando espaço a “gente séria”, como o grupo BTG, que já saliva com a possibilidade de ver o BNDES perder seu principal funding-loan, que são os recursos provenientes do FAT, a partir da nova proposta de reforma da previdência, trabalhada pelo Congresso.
Detalhe, que com Temer, já substituíram a justíssima TJLP praticada pelo banco, pela maldita TLP, que não só não cobriu o tal déficit gerado pelo FAT que tanto alegavam, como também tirou ainda mais sua competitividade no mercado de financiamento de longo-prazo.
O cara do estacionamento quando fui pagar ,puxou conversa de política.
3° idade como eu me diz” pobre Bolsonaro ,ele está tentando mas ,não deixam ele governar” ,falou as conhecidas qualificações do Lula e do pt até que meu estômago desabou e larguei o discurso do imbecil.
Brasileiros merecem isto e muito mais,pensar não mata ninguém e pior ,quando a gente (os velhinhos) já passou por tantas experiências
OS DOIS CANALHAS DE GRAVATA ,MERECEM ISSO E MUITO MAIS,QUEM OS MANDA SER CÚMPLICES DE UM GOVERNO DE BANDIDOS.????
O capitão tem a índole autoritária. Não é a toa que cultua as ditaduras. Seus ministros são figurativos. Ele não respeita ninguém a não ser os seus filhos que o protegem como se ele fosse retardado e o Olavo de Carvalho.
ENFIM A VAGABUNDAGEM CRIMINOSA COMEÇA A TRABALHAR,O PROJETO PELO FIM DA TOMADA DE TRÊS PINOS VAI TIRAR O BRASIL DA RECESSÃO E GERAR EMPREGOS.
IRONIAS,SANDICES E LOUCURAS A PARTE É PRECISO DERRUBAR URGENTEMENTE ESSE GOVERNO DE MILICOS DEMENTES.
É PRECISO DIZER SUMA DAQUI AS FORÇAS ARMADAS AO STF AO NOSSO MEDO DE LUTAR E TOMARMOS O PODER SE QUISERMOS TER AO MENOS O ESQUELETO DO PAÍS INTACTO.
Tigrão com os pobres, velhinhos, professores, tchutchuca com os poderosos. O Zeca Dirceu estava coberto de razão.
Mas a direita não apregoava que os ministros de primeira qualidade e os militares iriam conter o ímpeto danoso do presidente (sic)? Pelo que se vê, ele manda e desmanda, e todos tem medo de contrariá-lo. Bando de baba ovo!
Levy não achou o chifre em cabeça de cavalo, que Bolsonaro tanto queria: a tal da “caixa-preta” de escândalos do BNDES.
Seja para açular suas milícias de radiciais virtuais ou, para render aos amigos privatistas da grande mídia, páginas de destruição da imagem pública do que já foi um dos maiores bancos de fomento do mundo (hoje reduzido a pó).
A caixa-preta que, certamente, não se trata da renegociação das dívidas da Vênus Platinada. Não. Isso é “livre mercado”.
Estamos falando de coisas muito mais “nefastas”, como os empréstimos às empresas brasileiras que geravam competitividade sistêmica da economia ao disputar espaços no mercado internacional.
Que mantinham negócios produtivos em países “comunistas” e que, empregavam engenheiros brasileiros qualificados (gerando renda para o país) em serviços contratados nesse “eixo do mal”.
O imbróglio da tomada de três pinos só não é mais ridículo porque é um só. Ora, o governo tem que justificar cientificamente qual a razão para essa mudança e qual a razão da pressa e do empenho em relação a questão. As casas dos brasileiros estão correndo algum risco de explosão por causa das tomadas de três pinos por acaso? Para quem não sabe o terceiro pino é para fazer um aterramento que impeça os aparelhos eletrodomésticos de queimarem no caso de descargas elétricas. Essa turma da terra plana está subvertendo a ciência. Todas as casas já estão adaptadas para as tomadas de três pinos assim como os aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos e também o sistema produtivo. Trata-se de mais um retrocesso. Não tem coisas mais importantes para resolver no Brasil não, capitão ? Criar emprego que é bom mesmo nada né!
o 3° pino se completada a instalação correta SALVA VIDAS,EVITA CHOQUE ELÉTRICO, MAS QUE ESPERAR DO MILICIANO DELINQUENTE COM O CÉREBRO DE MACACO RETARDADO?????
Bem lembrado. Então essa é mais uma armação do capitão para colocar em risco a vida dos cidadãos. É o governo da morte sem dúvida nenhuma. Alô Congresso. Estão ligados nessa armação da tomada de 3 pinos?
Joguei a toalha. Acabou o Estado Democrático de Direito. Tenho vergonha de ter nascido neste país.
O “plano de governo” do Bolsonaro é desfazer tudo que o o Lula fez e enfraquecer o Brasil para não concorrer com os americanos. Se a economia melhorar e o Brasil crescer, isso não irá agradar o governo Bolsonaro. Não sei como simplificar mais a situação.
Serve para mostrar aos ignorantes ou sonsos que embarcaram nessa barbárie de que nem mesmo destruir a economia e estatais brasileiras será fácil como pensavam, não pelo projeto de Guedes, mas pela barbárie e ignorância desse governo.
Guedes não tem nenhum problema em servir um presidente que adota o modelo pinochetista como norte na ação política, pois serviu à ditadura chilena na sua implantação. Sente-se em casa e sabe que suas políticas somente terão changes de serem impostas(não negociadas) se o governo do bozo abraçar de vez o pinochetismo e conseguir impô-lo.
Deviam se mirar na atitude do Levy e pedir para sair…toda a cúpula do desgoverno, a começar pelo bolsonogro.